Quem disse que os crepes são apenas para o pequeno almoço e o lanche, desengane-se! Em La Crêperie da Ribeira, em Lisboa, a especialidade da casa também é servida ao almoço e ao jantar. Doces ou salgados, são a base de uma variedade de receitas elaboradas com produtos frescos do vizinho Mercado da Ribeira e cozinhados no dia, seguindo as exigências de Ana Sofia Oliveira e Ivo Melim, os mentores de tão acolhedor espaço à beira do Cais do Sodré.
A ideia de criar uma crêperie genuína surgiu há cerca de dois anos, pois “sentíamos alguma nostalgia quando chegávamos a Lisboa”, diz Ivo, alentejano de gema, que revela um particular gosto pela comida e pela cozinha, e o sonho de ter um espaço “como este”, numa conversa amena ao almoço com casa cheia. Sobre Ana Sofia, que nasceu e viveu em França durante 25 anos, acaba por eleger a cidade das sete colinas para ficar, trazendo os seus conhecimentos do conceito da crêperie na bagagem e, mais tarde, o irmão, Micael, que deixou o país de origem para embarcar nesta nova aventura, com a mais valia de conhecer a realidade das crêperies francesas.
Estão, assim, abertas as portas de La Crêperie da Ribeira desde setembro do ano passado. Um espaço acolhedor e confortável, demarcado por uma decoração trendy e convidativo. À mesa são servidos o pequeno almoço inspirado no conceito de brunch e as entradas para partilhar num repasto de trabalho, com os amigos ou a família, pois há um menu para os mais novos e um cantinho à espera das mãos irrequietas de pequenos chefs-faz-de-conta. Além dos crepes salgados e doces, há receitas vegetarianas, saladas, croques – derivados dos famosos croque-monsieur e croque-madame.
“Alimenta bem o teu corpo, a tua alma ficará lá mais tempo”
(provérbio da Bretanha)
Segredos à parte, os crepes doces são feitos com farinha de trigo; os salgados ou galettes são confecionados sem ovos, mas com farinha de sarraceno, ideal para quem é intolerante ao glúten, sendo mais conhecida como trigo mourisco, em Portugal. A farinha de sarraceno é, por sua vez, da família do ruibarbo, planta comum nas regiões com climas húmidos e frios, como a Bretanha, de onde tão deleitosas iguarias são originárias. Os primeiros registos da galette (ou crepes salgados) bretonne datam do século XII, mas só nos anos 1950′ passaram a ser apreciados como prato principal, tal como La Crêperie da Ribeira apresenta no menu diário.
Sugestões? O Nordique, com salmão fumado, queijo creme e cebolinho, e o Brás, composto por bacalhau salteado em azeite e cebola, batata palha e ovo, harmonizados com Cidre Brut, Domaine de Cinq Autels, porque a sidra é a bebida que acompanha os tradicionais crepes salgados e doces.
Para terminar em bem, opte por um crepe com caramelo caseiro de manteiga salgada ou com creme de castanhas com baunilha. Mas existem mais para adoçar a boca todos os dias da semana em La Crêperie da Ribeira, na rua da Moeda, 1A, no Cais do Sodré, junto à passagem para o Elevador da Bica, porque “é mais eclético, mais multicultural. Tem todas as condições para se assemelhar a Soho”, afirma Ivo. A ir, de segunda a sexta, das 9 às 00 horas, ao sábado, das 10 às 00 horas, e ao domingo, das 10 às 20 horas. Bom apetite! •
+ La Crêperie da Ribeira
© Fotografia: João Pedro Rato
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