Livro: “As Luzes de Setembro”

Apesar de ter ficado mais conhecido com o maravilhoso livro “A Sombra do Vento”, Carlos Ruiz Zafón começou por escrever uma trilogia de livros fantásticos, dirigidos a um público mais jovem.

Depois de “O Príncipe da Neblina” e “O Palácio da Meia-Noite”, a trilogia é fechada com “As Luzes de Setembro”. Independentes entre si – cada um deles pode ser lido numa ordem aleatória -, há nestes livros um denominador comum: o fantástico, o assustador mundo das trevas, que, quase forçosamente, nos obriga a olhar para dentro de nós e a enfrentar os nossos mais primitivos medos.
Ainda longe da densidade, do drama e da envolvência que “A Sombra do Vento” haveria de trazer, “As Luzes de Setembro” consegue, ainda assim, já desvendar aquele entrosar de histórias, todas elas com alguma coisa de dramático, quase de maldito, que Carlos Ruis Zafón haveria de apresentar nos seus livros para adultos.
A história conta-se em meia dúzia de palavras: Uma viúva, Simone Sauvelle, muda-se de Paris para um pequena cidade costeira, com os dois filhos, Irene e Dorian, na esperança de começar um nova vida. Lá, irá trabalhar para a casa de Lazarus Jann, um fabricante de brinquedos com uma estranha história e que vive rodeado de autómatos. Mas a sua casa é também habitada por um estranho ser que levantará o pano sobre o passado da história deste homem.
O livro terá duas leituras físicas possíveis: uma, feita de dia, que fará com que se perca parte do seu ‘encanto’, se é que se pode usar esta palavra quando falamos de medos ancestrais; e a outra, mais densa, se for feita de noite, e que nos leva quase a sentir a ‘tal’ personagem à nossa volta. Sim, é assustador, mas o efeito visual na nossa mente é infinitamente superior.
E vale realmente a pena…

As Luzes de Setembro / 252 páginas / €17,76

Planeta