Nos idos 1970, Verner Panton (designer dinamarquês) foi convidado pela empresa Bayer AG (no âmbito da Feira de Móveis de Colónia) a criar “Visiona 2” uma paisagem interior, na altura uma das mais radicais visões do futuro no design século XX, e ainda hoje se pode dizer que é, ao olhar, um projecto arrojado q.b.. Panton, em alternativa ao conceito de divisões/ espaços separados equipados com o tradicional mobiliário clássico, cria todo um ambiente doméstico composto por elementos modulares estofados, bem carregados de cor, como um reflexo das posturas informais e descontraídas, do estilo de vida da época. Ao centro, como elemento em destaque, uma interpretação de uma caverna de desenho mui orgânico e, provavelmente, o momento onde a cor vibrante e seu uso atinge o seu auge. No Vitra Design Museum está patente “Visiona 1970 – Revisiting the Future“, uma reprodução fiel, uma reconstrução perfeita da instalação walk-in, complementada com uma viagem aos bastidores da “Visiona 2” de Verner Panton.
Graças a Verner Panton – “Visiona 0” (1968), “Visiona 2” (1970), Joe Colombo “Visiona 1” (1969) e Olivier Mourgue “Visiona 3” (1971) os “Visiona” são exposições/ instalações que ainda hoje são consideradas o exemplo exímio de conceitos de vida dos finais dos anos 1960, inícios de 1970. Era oferecido aos designers uma segura plataforma onde podiam desenvolver e apresentar novas e revolucionárias ideias, promovendo paralelamente o debate público sobre a importância do espaço habitado, dando à indústria novas fontes de inspiração. A curiosidade e interesse de Panton por novos materiais aliado à sua experiência no domínio dos têxteis foram a base perfeita para os seus dois projetos “Visiona 0” e “Visiona 2“, criando espaços de sonho e sonhos de espaço com formas bem inusitadas. Porém, se o “Visiona 0” pode ser lido como o deixar dos estilos de vida tradicionais, o “Visiona 2” é, claramente, focado e direcionado para o habitar no mundo de amanhã, quebrando sem medos com a leitura e compreensão do espaço tradicional, reinterpretando a questão da funcionalidade criando um espaço dedicado ao bem-estar, convívio e descanso. Panton projetou todo um universo desde o mobiliário à iluminação passando pelos têxteis, revestimentos de paredes e tetos que, tudo junto, criou todo um imaginário numa série de espaços díspares, onde não foi esquecido o som para os espaços individuais como: o canto de um rouxinol, o grito de uma coruja, zumbir da abelha ou até o som de ondas.
Uma exposição imperdível no Vitra Design Museum, em Weil am Rhein, patente até dia 1 de junho de 2014. •
© Fotografia: Panton Design, Basel: “Phantasy Landscape”, “Visiona 2”, IMM Köln Möbelmesse/ Cologne Furniture Fair, 1970.
