A arquitetura adotada pelo mui trendy L’Alpaga Hotel, um “terraço” com vista para o Val d’Arly e para o Monte Branco, enobrece o traço tradicional do casario de montanha dos Alpes franceses, traduzindo-se num refúgio de experiências em Megève. Conceito repartido pelos quatro hotéis e chalets que visitámos.
Comecemos pelo design de interiores. A primazia revê-se na elegância dos detalhes intimistas dos espaços comuns e dos aposentos de cada chalet, onde o conforto e o requinte denotam nota máxima. Para que nos sintamos em casa. Sensação que sobe de tom assim que ouvimos Cecília Cotrim, paulista de gema, que nos recebe de braços abertos. A conversa flui, naturalmente, em direção ao Portugal e ao Brasil dos nossos dias, mas também sobre o L’Alpaga Hotel, o cinco estrelas com cinco anos cujo nome, Alpaga, composto por três “A”, simboliza a trilogia formada pelas montanhas que circundam Megève – Rochebrune, Le Jaillet e Mont d’Arbois – e, ao mesmo tempo, faz recordar os Alpes. O conceito de vila fundamenta a composição do hotel – dez chalets ao todo –, que convida ao descanso numas férias românticas a dois ou numa aventura em família.
Depois vêm os sabores com assinatura. Desempenho de mérito protagonizado pelo chef Christophe Schuffenecker, com quem conversámos num almoço descontraído ao ar livre, logo após a nossa chegada à cidade (leia aqui sobre a gastronomia em Megève) e à visita ao L’Onix, o novo spot das quatros estações do L’Alpaga Hotel, com uma decoração contemporânea e intimista. É aqui que é servida a primeira refeição da manhã com queijos, fruta, sumos naturais, compotas, bolo… contíguo ao já famoso La Table d’Alpaga. Espaço envidraçado aberto para o terraço que traça o caminho exterior dos chalets que compõem o L’Alpaga Hotel.
Na hora do repouso, a experiência sensorial tem hora marcada no Spa La Colline com um enorme jacuzzi com cascata, para relaxar… ou no banho sueco, ao ar livre, um verdadeiro camarote para o eterno Monte Branco. Uma sugestão inestimável que vale mesmo a pena acatar. As crianças, traquinas ou introvertidas, ficam, por sua vez, bem entregues no kid’s club, espaço destinado às brincadeiras e a sessões de cinema adequadas à idade do público de palmo e meio.
Uma experiência sensorial no cume do Mont d’ Árbois
Exclusividade, luxo, charme. Eis as linhas mestras do Le Chalet des Sens. Uma casa que é um chalet no cume do Mont d’Arbois, para desfrutar numas mui discretas férias em família ou com os amigos. Um apelo aos sentidos extensível à tranquilidade e à atenção a cada detalhe, onde não faltam o mordomo, o chef, o barman e restantes empregados.
Falemos do décor sublimado pelo design de valor absoluto em cada objeto decorativo, em cada de peça mobiliário, na luminária e nos têxteis; na conjugação de materiais nobres e nas cores. Cada quarto, cinco ao todo, com o adjetivo “espaçoso” bem vincado, é contemplado com uma casa de banho privada cuja porta é feita de madeira reaproveitada, no mesmo piso onde o espaço reservado à piscina interior aquecida depressa se transforma numa sala de reuniões. Basta carregar num botão para que o cenário mude em escassos minutos.
O pormenor é tão minucioso, que nem mesmo um pequeno piano de cauda foi deixado ao esquecimento num recanto da ampla sala de estar, com vista privilegiada para as montanhas, contígua à sala de jantar e à cozinha; ou uma garrafeira, na cave, com néctares de Baco exquisit, discretamente colocada no vão da escada de acesso a uma enorme sala de jogos com um bar, à sala de cinema com um ecrã gigante e uma coleção dos últimos filmes, à sala de jogos, ao Spa, com sala de repouso, e à garagem, onde um jipe aguarda a chegada dos próximos inquilinos para os ir buscar ao aeroporto. E como é de puro que falamos, a chegada pode ser feito de helicóptero. Para finalizar fica apenas uma recomendação: Deixe mesmo o necessaire em casa. E mais não revelamos.
A autenticidade da arquitetura da região
Les Fermes de Marie mergulha na fusão entre a elegância e o rústico, num misto de autenticidade no que concerne à arquitetura de montanha, vivida em pleno nesta compilação de nove chalets em Megève, construído com materiais oriundos de outras quintas, algumas das quais centenárias. Um hotel de cinco estrelas inspirado nas quintas típicas da região, a escassos minutos a pé do centro da cidade, envolto pela natureza intocável, aberto desde 1989, por Jocelyne e Jean-Lous Sibuet (também proprietários do Hotel Mont-Blanc), cujo nome, Marie, é o mesmo da filha do casal.
Dos muitos restaurantes, salientamos o Traditionnel, no chalet principal. Uma cozinha baseada na aliança entre o tradicional e o equilíbrio. Para agradar o palato dos comensais, num ambiente vincado pela autenticidade da arquitetura de montanha, muito cosy, aberto para a cidade. Já o Alpin apresenta uma carta com assinatura com registo para as especialidades alpinas. E ambos são contemplados com os produtos da pequena horta junto ao jardim que rodeia os chalets e onde reina a tranquilidade.
Na cave, que liga os chalets através de um corredor que, nas paredes, é contada a história da construção da Les Femes de Marie através de uma exposição fotográfica, caminho que nos leva ao Spa Pure Altitude, do grupo Sibuet (detentor do Spa do Hotel Mont-Blanc), reservado aos cuidados do corpo para acalentar a alma e cujos produtos da marca são feitos a partir de plantas da montanha. O ambiente intensifica a serenidade, graças à decoração sublimada pelo belo. De volta ao jardim, há uma piscina interior, jacuzzi e, no verão, haverá uma surpresa. Se for, leve as crianças, que são bem-vindas à Les Fermes de Marie, onde há um espaço reservado apenas aos mais novos: Le hameau des enfants. Para divertir e incitar a imaginação da pequenada.
O centenário hotel da cidade
O n.º 29 da rue Ambroise Martim acolhe o glamouroso Hotel Mont-Blanc. O centenário hotel da cidade de Megève, incontornável na lista dos favoritos dos artistas e de estrelas de cinema nas primeiras décadas do século XX, preserva o ambiente nouvelle vague associado aos altos padrões da exclusividade e da decoração chique ditada pelas tendências dos hóspedes de então.
A comprovar a cumplicidade com as artes referimos o salão Cocteau, dedicado ao leitura, onde os desenhos do artista Jean Cocteau não passam despercebidos; ou a sala reservada aos pequenos almoços foi batizada de sala Gérard Philippe em homenagem ao célebre ator francês nos anos 1940′ e 1950′ que integrou o elenco de “As ligações perigosas”, o filme do cineasta Roger Vadim em que algumas das cenas foram rodadas no hotel.
Para os gourmands, há o Les Enfants Terribles-Megève, com uma decoração art déco, onde o fresco de Jean Cocteau rasga o cenário típico de um restaurante de montanha.
Os quartos revestem o conforto exigido a um chalet de montanha numa aliança perfeita com uma decoração de preceito. E o Spa Pure Altitude, a fazer lembrar os iglos dos esquimós, envolto num misticismo relaxante.
Com vista para o Monte Branco
Assim é La Ferme de Petites Frasses. O chalet de uma quinta do século XVIII, propriedade com nove hectares, a quatro quilómetros da cidade de Megève, com vista para o Monte Branco, o Mont d’Arbois e Rochebrune. Uma ode à natureza, em altitude, onde o silêncio reina a par com a serenidade, onde o biológico ocupa um lugar de primazia nas duas hortas salpicadas de camomila, verbena, erva-cidreira, menta, entre outras plantas para as infusões das tardes contempladas com um chá acompanhado por bolachas e bolos caseiros, que tão bem provámos e aprovámos na despedida a Megève (leia aqui sobre Megève).
Dos interiores enaltecemos o puro luxo aliado ao design contemporâneo num ambiente autêntico de montanha, que faz jus ao conforto, em cada detalhe – na conjugação de peças de decorativas e de mobiliário, e de cores –, nas salas, de portas abertas para o enorme terraço que rodeia o chalet, e nos quartos, dos quais destacamos o mais pequeno, nas águas furtadas, dedicados aos mais pequeninos, contínguo à suite cuja casa de banho, além dos atoalhados e dos roupões para os adultos, estão cópias dos mesmos em ponto pequeno. Sem esquecer o Spa, ao ar livre ou dentro de portas.
Para ir de carro ou de helicópetero (há um heliporto na propriedade) já este verão, pois o La Ferme de Petites Frasses está de portas abertas, em julho, para o festival de jazz que prende Megève aos bons sons, além de que contempla um pequeno anfiteatro para dias – e noites – dedicadas ao teatro, onde não faltará tempo para uns cocktails… A descobrir!
Há quem diga que existem os resorts dos Alpes franceses e há quem refira, apenas, um nome: Megève! A voltar… •
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Agradecimentos:
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© Fotografia: João Pedro Rato com Canon EOS 60D