O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) revela mais programação, numa bem preenchida e variada agenda cultural. Da música clássica para evocar os 100 anos da Grande Guerra, passando pelo encantador bailado do “Quebra Nozes” e tendo um Nick Cave em “20,000 Days On Earth”.
Começando pelos dias mais próximos, a 13 e 14 de dezembro, com sessões às 21h30 e 17h00, respetivamente, a sala do TAGV receberá a “The Fire and The Rose – Evocação dos Cem Anos da I Grande Guerra Mundial”. No âmbito das comemorações dos 100 anos da I Guerra Mundial, pianistas e violinistas interpretam peças compostas entre os anos 1914 e 1918: Claude Debussy, Maurice Ravel, Sergei Rachmaninoff e António Fragoso.
© “The Fire and The Rose”.
Numa coprodução com a Associação António Fragoso, Academia Internacional de Música de Coimbra Aquiles Delle Vigne, TAGV, Liga dos Combatentes é um programa onde vai poder ouvir as seguintes composições:
13/12/2014, “In Memoriam”, pelas 21h30:
C. Debussy – Étude pour les sixtes, C. Debussy – Étude pour les octaves, C. Debussy – Étude pour les huit doigts, K. Szymanovski – Don Juan’s Serenade, com Interpretação Galina Zukhova [Russia].
A. Fragoso – Preludio da Petite Suite, com Interpretação Inês Martins Pereira [Portugal].
E. Granados – Allegro de Concierto, com Interpretação Andrea Zamora Gumbao [Espanha].
C. Debussy – Berceuse héroique, com Interpretação Rodrigo Ayala Botto [Portugal].
C. Debussy – Sonata para Violino e piano, com Interpretação Heloísa Ribeiro, Violino [Portugal] e Lysianne Chen [França/Taiwan].
E. Granados – Danza Española n.º 5 ”Andaluza”, com E. Granados – Danza Española n.º 2 “Oriental ”, E. Granados – El Pelele (Goyescas), com Interpretação José María Duque López [Espanha].
M. Ravel – Prélude, Forlane e Rigaudon (de Tombeau de Couperin), com Interpretação Margarida Prates [Portugal].
C. Debussy – Étude pour les cinq doigts, C. Debussy – Étude pour les tierces, C. Debussy – Étude pour les quartes, M. Ravel – Toccata, com Interpretação Ilaria Loatelli [Itália].
14/12/2014, “Legado de uma Guerra”, pelas 17h00:
A. Fragoso – Nocturno em Ré b Maior, S. Rachmaninoff – Estudo Op. 39 n.º 3, com Interpretação Manuel Araújo [Portugal].
S. Rachmaninoff – Estudo Op. 39 n.º 7, com Interpretação Guiseppe Iacobelis [Itália].
A. Fragoso – Nocturno em Si b menor, com Interpretação Bernardo Santos [Portugal].
A. Fragoso – Pensées Extatiques, Les ruines du temple sacré, L’extase d’une Vierge, S. Rachmaninoff – Estudo Op. 39 n.º 1, com Interpretação Ruben Micieli [Itália].
A. Fragoso – Aria, com Interpretação Viktoria Krupnytskyy [Ucrânia].
A. Fragoso – Prelúdios n.º 2 e 3, com Interpretação Sofia Gonçalves [Portugal].
A. Fragoso – Prelúdios n.º 5 e 6, com Interpretação Pedro Afonso Ribeiro [Portugal].
A. Scriabin – Vers la flamme, S. Rachmaninoff – Estudo Op.39 n.º 5, com Interpretação Fan Jiang [China].
A. Fragoso – Preludio, S. Rachmaninoff – Estudo Op. 39 n.º 6, com Interpretação Magdalena Haubs [Alemanha].
Dia 18 de dezembro, pelas 21h30, “Quebra Nozes”, é noite de um clássico do ballet pelo Russian Classical Ballet, baseado no conto “O Quebra-Nozes e o Rei dos Ratos”, de E. T. A. Hoffmann. O bailado “Quebra Nozes” é a mais emblemática estória de natal, com música de Tchaikovsky, contada pelo Russian Classical Ballet, uma companhia composta por um elenco de bailarinos das mais conceituadas escolas de Moscovo e de São Petersburgo; e artistas principais em alguns dos mais prestigiados teatros, dão corpo a esta companhia que concilia a mestria e experiência de bailarinos Internacionais, com a irreverência de jovens talentos emergentes no panorama da dança clássica.
© Nick Cave.
E, prenda antecipada de Dia de Reis, resta falar da noite de 5 de janeiro, pelas 21h30, “20,000 Days On Earth”, de Iain Forsyth, Jane Pollard. São 20,000 dias na vida de um gigante da música internacional, de nome Nick Cave. Tudo começa com o som do despertador, logo pela manhã e chega a um passeio noturno pela praia, após um concerto – e tudo se transforma num retrato poético e atmosférico acerca de um dos mais criativos e originais artistas do nosso tempo. Em estreia cinematográfica, Iain Forsyth e Jane Pollard, aliam fantasia e realidade, privado e público, num dia imaginado, capturando para a grande tela a história de vida deste músico tão aclamado. Neste filme, com duração de 1h35m, há espaço para algumas cenas dramatizadas – como conversa com um psicanalista sobre a sua infância, ou um arquivista às voltas com a organização de fotografias dos tempos mais irreverentes de Nick Cave – cenas que se cruzam com imagens de ensaios e gravações de momentos de estúdio, a que se juntam também testemunhos indispensáveis de artistas que colaboraram com o músico como Blixa Bargeld ou Kylie Minogue. A narração, presente do início ao fim, e inequivocamente redigida e relatada pelo próprio Nick Cave, explica a sua visão do mundo, a sua vida, mas mais que tudo a filosofia que está na base, na origem, da composição de todas as suas músicas. Drama e realidade misturam-se num relato fictício de 24 horas de um incontornável ícone da música internacional. Um filme que quer examinar o nosso sentido coletivo de identidade e celebrar o poder transformativo da arte e da expressão.
Tome nota de tudo e não deixe de marcar presença nestes eventos, cada um ímpar na sua arte, estilo, conceito… Música, ballet e cinema a fazerem do TAGV, em Coimbra, uma sala de espetáculos a ter em agenda. A ir! •