O Museu de Serralves, no Porto, inicia o ano de 2015 com uma exposição dedicada a Oskar Hansen, sob o título “Forma Aberta”, com curadoria de Lukasz Ronduda e Aleksandra Kedziorek.
No próximo dia 30 de Janeiro, sexta-feira, a partir das 10h00, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta,pela primeira vez em Portugal, a obra do arquiteto, urbanista e pedagogo polaco Oskar Hansen (1922–2005), na exposição “Oskar Hansen: Forma Aberta”. Esta exposição traça a evolução da sua teoria da Forma Aberta, desde a sua origem em projetos arquitetónicos até à sua aplicação em filmes, jogos visuais e práticas performativas postas em prática por ele e outros artistas.
“Oskar Hansen: Forma Aberta” é a primeira oportunidade para ver agrupados o projetos de Hansen, dentro e fora da sua Polónia, e centra-se no importante papel que o arquiteto desempenhou nas grandes transformações ocorridas na arquitetura e no urbanismo do pós-guerra, mas também nos avanços reconhecidos que promoveu na teoria do espaço e na pedagogia da arte e da arquitetura. Através da exibição de maquetas, desenhos e filmes, traça-se a evolução da conhecida teoria da “Forma Aberta” desde a sua origem, nos projetos arquitetónicos, até à sua aplicação no cinema, jogos visuais e práticas performativas, no todo artístico. Esta teoria era uma estratégia para contrariar os cânones que ainda dominavam a arquitetura, nomeadamente o seu caráter rígido, tautológico e fortemente autoral, através da valorização da indeterminação, flexibilidade e participação coletiva, era o querer a mudança.
As suas experiências com a “Forma Aberta” começaram em 1955 e continuaram a ser desenvolvidas através de uma série de projetos seus em várias escalas, desde pequenas instalações e exposições até ao Sistema Linear Contínuo, um plano de “Forma Aberta” em larga escala para a Polónia e para o continente europeu. Associado ao grupo arquitetónico Team 10, Hansen apresentou a “Forma Aberta” no encontro de Otterloo, de 1959. A noção de “Forma Aberta” era em si mesma, verdadeiramente, aberta para Hansen: aberta à possibilidade contínua da sua própria transformação, aberta à influência de práticas adjacentes – ele cita os Situacionistas, e.g. – e aberta à apropriação por parte dos seus estudantes na Academia de Belas Artes de Varsóvia.
O livro que acompanha a exposição, editado por Aleksandra Kędziorek e Łukasz Rodunda e publicado pelo Museu de Arte Moderna de Varsóvia, inclui, além dos ensaios dos dois curadores sobre a casa de Szumin que celebrizou Oskar Hansen e o seu papel enquanto pedagogo, textos de Joan Ockman, Łukasz Stanek, Andrzej Szcerski, Felicity D. Scott, Łukasz Mojsak, Tomasz Fudala, Katarzyna Murawska-Muthesius, Jola Cola, Karol Sienkiewicz e David Crowley. Além destes ensaios a publicação contém ainda uma detalhada biografia de Hansen, que permite acompanhar passo o passo o percurso do arquiteto polaco enquanto eminente teórico, visionário urbanista e influente professor. Um livro obrigatório ao estudo, ao conhecimento. Exposição é organizada por Museu de Arte Moderna de Varsóvia e MACBA (Museu de Arte Contemporânea de Barcelona) em associação com Museu de Arte Contemporânea de Serralves e estará patente até dia 3 de maio de 2015.
Uma exposição a ir, em Serralves. Um livro a ter. •
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© Fotografia de destaque: Oskar Hansen na kongresie AICA we Wroclawiu, 1975.
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