O gin com os pontos nos “is”

A master distiller britânica Joanne Moore veio a Lisboa para pôr a tónica no gin numa masterclass com mesa reservada no restaurante The Insólito.

Bloom, Ophir, Berkeley Square e Greenll’s foram os quatro protagonistas de um início de tarde soalheiro na cidade das sete colinas, numa apresentação encabeçada pela mestre do gin Joanne Moore, que após terminar o curso, em 1996, em bioquímica foi trabalhar para o vetusto laboratório da G&J Greenall, no Reino Unido, onde descobriu o seu talento traduzido em mais de 75 gins e na criação dos premium Bloom, do Ophir e do Berkeley Square, além de ter estado na qualidade de responsável pelo Greenall’s.

Mas falemos da masterclass, útil na preparação desta bebida transparente em casa. Mesmo assim, é preciso conhecer os botânicos usados na composição do gin, para depois eleger a guarnição e a água tónica certas, em relação à qual não nos podemos esquecer de que é utilizada apenas para abrir o gin, de modo a que os botânicos nele usados se elevem. Só assim é possível embarcar numa viagem sensorial, a mesma – ou o mais próxima possível – que Joanne Moore proporcionou à mesa do The Insólito, onde estavam dispostos pequenos copos com os botânicos principais de cada um dos gins, para cheirar e provar separadamente, que também se encontravam em copos para serem provados.

Começamos, desta vez, pelo Bloom, pois foi o que a mestre do gin elegeu como o ideal para um dia de sol na cidade das sete colinas. Entre os sete ingredientes que o compõem estão, à mesa, a camomila, a madressilva e o pomelo (da família da toranja), três ingredientes inspirados no célebre english country garden, o qual resulta numa bebida leve e floral, com um ligeiro doce de boca, levando Joanne Moore e preferir o morango para o acompanhar.

De Lisboa viajamos até à Índia na companhia do Opihr, o último a ser servido, mas o mais consensual à mesa do The Insólito. Um gin que é um convite ao exotismo dos mercados das especiarias do oriente, uma combinação aromática suave e equilibrada, com destaque para as notas cítricas do cardomomo, da Índia, a toranja e as notas quentes do gengibre, entre os dez botânicos que dele fazem parte. O zest de laranja deu o toque final à bebida.

Berkeley Square é o senhor que se segue no desfile de gins premium, desta feita, numa alusão a uma das mais badaladas praças londrinas e cujo processo de destilação prolonga-se por 48 horas em contraponto com os dois primeiros, o qual tem a duração de 24 horas. Da sua fórmula estão presentes a lavanda, de França, o manjericão e folhas de lima kaffir (da família dos critinos), três aromas e sabores fortes que valem por si só sendo, por isso, servido puro e com uma folha de manjericão, elevando o toque aveludado de boca. Joanne Moore define-o como “o uísque de malte dos gins”, razão pela qual é tido como um dos preferidos dos homens.

Aqui terminamos com o Greenhall’s, uma receita com cerca de 300 anos, do qual a prova envolveu o limão, de Espanha, a cássia (da família da canela), do Vietnam, e o zimbro, da Toscana, e servido com um zest de lima, a fim de acentuar a frescura deste gin em particular.

Por sua vez, Marta Mendonça, brand manager da Sogrape, afirmou que “o gin premium cresceu 150 por cento em Portugal”, sendo o público feminino um dos apreciadores em crescendo no universo protagonizado por esta bebida transparente que continua a estar na moda. •

+ Bloom
+ Opihr
+ Berkeley Square
+ Greenhall’s

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