IV Festival QuebraJazz / 2015

Desde 2012 que as Escadas do Quebra Costas, em Coimbra, são no verão sinónimo de Jazz de excelência, em concerto. Este ano de 2015, o bom ambiente de Jazz, ao ar livre, vai regressar com concertos a que não deve faltar. QuebraJazz é já uma referência na cena musical.

Todos os fins-de-semana de verão têm um encanto especial no Centro Histórico de Coimbra, nas Escadas Quebra Costas, com uma mostra do melhor Jazz que se vai fazendo por Portugal. O QuebraJazz na sua 4.ª edição e tal como nos anos anteriores consiste em 20 concertos, realizados às sextas e sábados, decorrendo desde o princípio de julho até ao primeiro fim-de-semana de setembro, em período sazonal particularmente favorável, tanto em termos turísticos como climatéricos – doces e amenas noites de verão, tendo em conta que é em pleno Centro Histórico de Coimbra e ao ar livre, o que permite uma divulgação internacional extremamente importante do trabalho dos músicos portugueses.

São concertos intimistas, onde a grande proximidade com o público é uma marca que encanta músicos e plateia, onde se pode ver e ouvir alguns dos melhores músicos portugueses, conceituados no universo jazzístico europeu e mais além, como são os casos de Bernardo Moreira, André Sousa Machado, Jeffery Davis, João Paulo Esteves da Silva, Carlos Barretto ou Mário Laginha. As Escadas Quebra Costas são todo um local unanimemente considerado de excelência para todo o tipo de eventos, sendo considerado como um espaço único e original em ambiente urbano, com uma acústica singular e perfeita, possibilitando que os concertos sejam praticamente acústicos, permitindo uma poupança considerável em termos de meios de amplificação. As Escadas transformam-se em bancadas em dias de espetáculo, permitindo um grande número de lugares sentados sem nenhum tipo de estrutura adicional.

Para além da conjugação de todos estes fatores, há um grande prazer e carinho, que todos os músicos presentes demonstram por este projeto, acrescentando os inúmeros elogios do público presente nas 60 sessões já realizadas, que demonstra que este evento tem todas as condições para se afirmar como uma referência na cidade de Coimbra. Excelentes concertos, Escadas sempre preenchidas de um público atento, fantásticos ambientes, razões mais que fortes para que se diga que é uma iniciativa de sucesso em todos os aspetos. Um conjunto de fatores que consolidam a sua natural e crescente notoriedade ao nível no meio jazzístico nacional, e a sua afirmação no calendário de eventos culturais e sociais de Coimbra, sendo prova disso a presença de José Duarte, crítico e figura carismática que faz parte da história do Jazz Português.

03 e 04/075teto de Pedro Moreira, “Canções e Outras Memórias” / Com Pedro Moreira – saxofone tenor, composição; João Moreira – trompete; Bruno Santos – contrabaixo; Sérgio Rodrigues – piano; Paulo Bandeira – bateria. “Canções e Outras Memórias” é um projeto original baseado em composições que foram criadas para textos de diversos autores que se apresentam aqui na versão instrumental. Cada tema invoca um universo distinto, sugerindo imagens e recordações próprias. O repertório é complementado por peças de carácter como prelúdios e canções sem palavras que convocam a imaginação e subjetividade de cada um.

10 e 11/07Fongaro Santos Renfrow Trio / Com André Santos – guitarra; Alessandro Fongaro – contrabaixo; Tristan Renfrow – bateria. O grupo apresenta-se livres de conceitos e preconceitos, enaltecendo sempre a interação entre os três elementos. Esta formação executa temas que variam entre os standards de jazz e alguns originais. Trio impulsionado por vivências e afinidades musicais. Os temas originais dos três elementos, aliados à liberdade intrínseca à formação, servem de suporte a uma música que pretendem contemplativa, mutável e energética.

17 e 18/07Trio Mário Laginha / Com Mário Laginha – piano; Bernardo Moreira – contrabaixo; Alexandre Frazão – bateria. Três músicos de exceção que partilham uma grande cumplicidade e para quem tocar é experimentar, arriscar e, mais do que tudo, um momento de pura felicidade. No ano passado, foi o momento alto, certamente com a maior enchente de sempre nas Escadas Quebra Costas, havendo uma moldura humana preenchendo literalmente o local desde o início até ao topo. Este volta a ser o nosso destaque para 2015; concerto(s) obrigatório. (Vídeo acima, Trio Mário Laginha – QuebraJazz 2014).

24 e 25/07Davis Fernandes Cascais Miralta Quarteto / Com Jeffery Davis – vibrafone; André Fernandes – guitarra; Nelson Cascais – contrabaixo; Marc Miralta – bateria. Quarteto formado especialmente para os concertos do Quebra. Reúne alguns dos músicos mais relevantes do panorama europeu, para interpretar música dos mesmos, num concerto cheio de interação, explorações tímbricas, rítmicas e harmónicas.

31/07 e 01/08 – Trio NOA / Nuno Costa – guitarra; Óscar Graça – piano; André Sousa Machado – bateria. NOA é um projeto de música improvisada fundamentada em ambientes sonoros contemporâneos, com influências nos estilos drum ‘n bass, soul, lounge be-bop e jumpin’swing. Composto por Nuno Costa (guitarras e efeitos), Óscar da Graça (teclados) e André Sousa Machado (bateria), este grupo tem uma personalidade musical bem vincada na forma como aborda e rearranja temas tão distintos como canções do cancioneiro norte-americano (standards) ou canções do panorama pop-rock português. Os originais aparecem assim com naturalidade perfazendo mais de 50 por cento do repertório atual do trio. Com uma sonoridade elegante e melodias bem delineadas este projeto procura estabelecer uma estética de fusão entre a contemporaneidade da música cosmopolita e a tradição da música improvisada com origem no jazz.

07 e 08/08 – CBS Trio / Com Pedro Calero – hammond; Paulo Bandeira – bateria; Bruno Santos – guitarra. A formação surge em 2015 com a união destes três músicos, criando um projeto onde a exclusividade e o som do Órgão Hammond marca a personalidade do trio, dando lugar a sonoridades e matrizes muito diferentes de um trio de jazz com baixo ou contrabaixo. O repertorio é uma combinação de composições próprias e standards de jazz clássicos com sabor a blues, próprio deste tipo de instrumentação. A improvisação é o pilar fundamental da sua música, a interação deriva da cumplicidade entre os componentes.

14 e 15/08Kiko & The Jazz Refugees / Kiko – voz; Hugo Raro – piano; Mané Fernandes – guitarra; Carl Minnemann – baixo elétrico; Acácio Salero – bateria. Considerado como “o melhor cantor de jazz português” pelo crítico José Duarte, Kiko começou o seu percurso por bandas como Trupe Vocal e Raul Marques e os Amigos da Salsa, mas acabaria por assumir plenamente a sua devoção ao jazz e aos blues. A sua música hoje navega em direção ao futuro, mas também em contacto com a tradição, com a ideia de levar o som para um campo cada vez mais atual, sempre com uma ligação àquilo que foi a grande época de ouro do jazz vocal a época das ‘big bands’, 1930, 1940.

21 e 22/08BounceLab / Com Mané Fernandes – guitarra; Gonçalo Moreira – piano; João Mortágua – saxofone; Filipe Louro – contrabaixo; Pedro Almiro – bateria. Um projeto que apresenta, com a sua formação, um trabalho que denuncia influências musicais vastas, desde o hip-hop ao funk, passando pela música eletrónica, em simbiose profunda com a linguagem do jazz. O resultado é desconcertante, novo e indicador de uma promissora carreira.

28 e 29/08Ararur / Com António Silva – guitarra; Angela Santos – voz; João Capinha – saxofone; Francisco Brito – contrabaixo; João Rijo – bateria. A música que criam junta melodias com as quais as pessoas se conseguem identificar, letras em português, ambientes e sonoridades da World Music e uma liberdade para cada um se exprimir no seu instrumento que nos remete para o Jazz e para a Música Improvisada. Em Junho de 2014 o CD “Ararur” é considerado Melhor Album de Jazz Vocal nos “13th Independent Music Awards” tendo a música “Ela” também sido também nomeada para Melhor Canção Jazz Vocal.

04/09 – Big Band ESTARREJAZZ / Extensão da marca do festival que lhe dá nome, a Big Band Estarrejazz surge como passo seguinte da vertente formativa do Estarrejazz – Festival de Jazz de Estarreja. Composta por jovens músicos do concelho de Estarreja e arredores, teve a sua estreia ao vivo em novembro de 2013 e, desde então, tem contracenado com grandes figuras do jazz nacional: Marta Hugon, Maria João, Mário Laginha. Pedro Moreira é o diretor artístico e pedagógico desta orquestra que representa a nova geração a devolver ao jazz todo o seu sabor, viajando pelos intemporais standards de George Gershwin ou Duke Ellington, mas também Stan Kenton, Count Basie e Sammy Nestico.

05/09Jam Session Quebra Jazz / João Fragoso; Pedro Moreira; Paulo Bandeira & convidados. Festa de encerramento em que a improvisação vai ser o mote da noite. Os standards vão ter alma própria e certamente que será um concerto inesquecível. Presenças garantidas de João Fragoso, Pedro Moreira e Paulo Bandeira, e ao longo da noite contará com mais convidados para abrilhantar mais um final do QuebraJazz.

Tome nota na sua agenda e já sabe, há um degrau à sua espera no Quebra Costas, em Coimbra. Concertos com início marcado para as 22h15 (aconselhamos que vá antes da hora para reservar, com calma, um bom degrau. •

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