Inaugurou, no passado dia 1 de outubro, em Serralves “Como (…) coisas que não existem – uma exposição a partir da 31.ª Bienal de São Paulo”. Esta é a primeira vez, nos seus mais de 60 anos de história, que a Bienal de São Paulo se apresenta fora do Brasil. Serralves foi o palco escolhido para esta apresentação.
A Bienal de São Paulo foi fundada em 1951 e é a segunda bienal mais antiga do mundo a seguir à de Veneza, que foi inaugurada em 1885 e lhe serviu de modelo. A Bienal tem como objetivo bem definido e seguro o aproximar a arte brasileira do público internacional e vice-versa.
A exposição, que estará no Museu de Serralves de 2 de outubro a 17 de janeiro de 2016, apresenta 28 artistas e coletivos de artistas selecionados entre os participantes na 31.ª Bienal de São Paulo, que teve lugar no pavilhão projetado por Oscar Niemeyer, no Parque Ibirapuera, de 6 de setembro a 7 de dezembro de 2014. “Como (…) coisas que não existem” inclui também uma obra grande Cildo Meireles, pertencente à Coleção Serralves. Esta será a primeira vez que, nos seus mais de 60 anos de história, a Bienal de São Paulo viaja além fronteiras do Brasil. A exposição é reconfigurada de acordo com o contexto físico, social e cultural da cidade do Porto e do Museu de Serralves. “As obras de arte selecionadas, desde pinturas e esculturas até vídeos e instalações, condensam as ideias da exposição brasileira e centram-se no modo como a arte pode alterar formas de pensar o mundo. Imaginando modelos de vida e sociedade que são diferentes ou (ainda) não existem, as obras de arte questionam a autoridade da religião, da história e dos sistemas de controlo e apontam de que modo ela poderia ser diferente“. O título da exposição é, ele próprio, uma constante transformação, com o verbo mutante a sugerir alguns dos muitos e diferentes tipos de experiência da arte enquanto processo de devir.
“Como (…) coisas que não existem” no Museu de Arte Contemporânea de Serralves integra, ainda, o Programa No Tempo, uma série de discussões especialmente comissariadas que decorrerão em três momentos da exposição. Este programa baseia-se na investigação exaustiva levada a cabo pelos curadores da Bienal no Porto e em Lisboa, a qual incluiu encontros com jovens artistas, ativistas e investigadores, bem como visitas a espaços expositivos independentes, universidades e cooperativas artísticas. Abordará os temas importantes que dão forma a este projeto: Da Educação, Colonialismo Invertido e O Direito à Cidade: Criminalização da Pobreza. Uma Bienal bem preenchida e imperdível.
“Como (…) coisas que não existem – uma exposição desenvolvida a partir da 31ª Bienal de São Paulo” é comissariada por Charles Esche, Galit Eilat e Oren Sagiv, com o apoio dos curadores de Serralves Ricardo Nicolau e Paula Fernandes, e organizada pela Fundação Bienal de São Paulo em colaboração com o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto. Em São Paulo, a exposição foi adicionalmente comissariada por Nuria Enguita Mayo, Pablo Lafuente com Benjamin Serrousi e Luiza Proença.
A si, cabe-lhe não perder a oportunidade de mergulhar nesta exposição única, de uma Bienal que sai pela primeira vez além fronteiras e ficar a conhecer melhor o que de muito bom se faz na arte brasileira. A ir. •
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© Fotografias: Bienal de São Paulo.
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