O jantar sensorial do chef Luís Mourão no Al Quimia / Epic Sana Algarve Hotel

Olfato, paladar, tato, audição e visão. Os cinco sentidos giraram à volta do mundo da gastronomia num jantar único traduzido num roteiro de sabores pela região algarvia e com término na capital da Colômbia.

Falamos do primeiro jantar sensorial no Al Quimia, no Epic Sana Algarve Hotel, em Albufeira, o qual reuniu duas dezenas de comensais ávidos por experienciar um momento definido como insólito e cujo resultado adveio de cerca de um mês e meio de preparativos protagonizados por Luís Mourão, conhecido pelo seu sentido de humor e arrojo na cozinha. A explicação do chef fez-se acompanhar por um cocktail de boas-vindas.

A horta

Após o brinde, as honras da casa foram dadas pelo escanção do Al Quimia, Marco Alexandre, que apresentou um Vértice Gouveio Bruto Grand Cuvée 2006, espumante das Caves Transmontanas, na mais antiga região demarcada do mundo, o Douro. Da cozinha veio o desafio: Brincar na horta, sujar as mãos e cheirar a couve. Aceite o repto, puseram-se as mãos no amuse bouche composto por caviar branco, caracol e esfera de alheira com petazetas, apresentado numa couve – houve, porém, quem a provasse – e uma pequena garrafa – um hábito na cozinha do chef – com um líquido caramelizado.

As rochas

Um aquário. Um peixe. Todos os olhares se cruzaram perante o insólito “prato” disposto à frente de cada um dos comensais pela equipa de cozinha do Epic Sana Algarve Hotel, que desfilou os pratos ao longo do repasto da noite. De olhos vendados e os sentidos alerta, a movimentação na sala denunciava mais um elemento à mesa: Tártaro de salmão selvagem, endro, gelado de algas e crocante de tinta de choco com arroz. Um sabor a mar servido sobre um aquário e harmonizado por um Quinta do Ameal Escolha 2008, um branco seco da Região dos Vinhos Verdes.

À baixa-mar

Vieira, ouriço-do-mar, ostra “perdida” e tempura de algas. Eis a interpretação das memórias de Luís Mourão numa manhã de nevoeiro na ria Formosa, onde os ingredientes principais do prato proporcionaram sabores pautados pelo equilíbrio na boca e foram harmonizados por Ayala Blanc de Blanc 2005, um champanhe feito a partir da casta Chardonnay de uma casa fundada em 1860, em Aÿ, na região francesa de Champanha-Ardenas.

O campo

Da ria, o rumo desviou para terra, às reminiscências do chef, que recriou o campo numa casca de ovo com uma gulosa combinação de sabores constituída por parfait de foie gras, confit de figo, presunto, espuma de ovo… e do milho se fizeram as pipocas fumegantes como se fizesse ouvir o vetusto pregão “quentes e boas”. Do legado de Baco, a sugestão de Marco Alexandre recaiu num Quinta de San Joanne Superior branco 2009, feito a partir das castas Alvarinho e Malvasia Fina ouriundas da Quinta de Cello, no coração da região Entre-Douro-e-Minho, perto de Amarante. (clique nas setas em baixo para continuar a ler)

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