Dois amigos de infância uniram-se e criaram uma marca de calçado em que cada par é feito com mestria, para que o seu estilo esteja a seus pés à distância de um clique.
Gonçalo Henriques e Rafic Daud, os mentores da marca nacional de calçado
“Três formas, 75 modelos, 156 mil milhões de sapatos diferentes.” Os números comprovam a lógica da matemática nas palavras de Rafic Daud que, com Gonçalo Henriques, ambos com 37 anos, resolveram fundar a Undandy – um nome que renuncia a conotação de dandy, dando ênfase ao “culto do eu” sem ter em conta a nação, a raça, o grupo ou a religião e, por outro lado, uma marca que dá “a possibilidade de qualquer homem ou mulher encontrar o seu próprio estilo, de o definir, costumizar, de fazer o seu sapato”, explica Rafic Daud. Ou seja, basta aceder ao site, escolher uma das três formas disponíveis, eleger o modelo que mais gosta – todos primam pela elegância no detalhe – e a(s) cor(es), e dar ordem de expedição. Para o efeito, “tivemos de perceber quais as formas necessárias para conseguir desenhar quase todos os sapatos possíveis, depois é uma questão de combinação. Foi um processo nosso, de pesquisa e de benchmark e, na verdade, quem desenha os sapatos é o consumidor”, continua o nosso entrevistado.
Apesar de se apresentar como uma marca masculina, o universo feminino está abrangido pela Undandy, graças a amigas de ambos, razão pela qual “temos números de mulheres”, como nos sneakers, os mais recentes, ou no modelo Oxford, por exemplo.
A história começou há cerca de um ano e meio, quando Gonçalo Henriques e Rafic Daud começaram a refletir sobre a Undandy. Apesar de não terem know how na área do calçado, “o Gonçalo está à vontade na suplly chain da logística, o que foi crucial neste processo, e tem o background da logística necessário para conseguir criar este desafio” revela Rafic Daud que, por sua vez, “trabalhei, em grande parte da minha vida, nas áreas ligadas à perfumaria e à cosmética”.
Com o intuito de concretizar o projeto, reuniram “os parceiros adequados”, entre os quais se encontra uma fábrica de calçado de São João da Madeira, na qual “tivemos de criar uma zona adaptada ao fabrico manual de cada sapato”, de modo a permitir a personalização de cada par “de forma eficiente”; e associaram “as logísticas associadas”, a fim de abrir uma loja online “24 horas por dia”, virado para dentro e fora de portas, “porque o mercado está no mundo”, sublinha. Só no período de soft launch venderam perto de 200 sapatos, tendo sido o Reino Unido o principal comprador, seguido pela Alemanha.
Se é um produto de luxo? Rafic Daud adianta que, a respeito do preço “não, porque o nosso modelo está criado de forma a democratizar o acesso, por forma a torná-lo acessível a todos. Se definir luxo como qualidade, sim, porque o compromisso está, indiscutivelmente, em todo o processo de fabrico”.
E há alguém que queira mostrar um sapato que a Undandy não tenha? Rafic Daud afirma a pé juntos que conseguem reproduzir todos, ou quase todos, pois está posto de parte o calçado feito a partir de “texturas extremamente exóticas, como a pele de crocodilo”, uma vez que as peles utilizadas “são todas francesas, mas o sapato é cem por cento made in Portugal”, remata.
Curiosos? •
+ Undandy
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