Em concerto: Ricardo Dias Ensemble

No Conservatório de Música de Coimbra, esta semana, sobe ao palco Ricardo Dias Ensemble para uma noite que se crê de excelência na música portuguesa.

Ricardo Dias Ensemble surgiu com o propósito bem definido de renovar o fado e a Canção de Coimbra, partindo das fontes musicais do fado e das trovas dos estudantes. É a Coimbra e o seu Fado que veste de negro, mas com nova imagem e sonoridade onde a “capa fará parte obrigatória do espetáculo, em dois ou três temas. Ela faz parte da cultura, simbologia e matriz da cidade, é incontornável. Todavia, vai ser usada de forma leve e não clássica” (José Vilhena) isto quando esta trupe de bons músicos levar, consigo, a capa… Quando o espectáculo chamar por ela.

Neste Ensemble, para quem é atento às lides musicais, temos conjunto de nomes consagrados da cena musical portuguesa com experiências musicais bastante diversas, como Bernardo Moreira que tão bem habituados estamos a ver e ouvir no Jazz de referência. São, em parte, a inevitável tradição. Porém, respeitando-a, bebem e aprendem dela indo mais longe nos horizontes. Experimentam outras sonoridades nos temas poéticos e musicais que caracterizam este género musical. São uma evolução livre e sábia do que se pode fazer na música, quando se tem a experiência deste quinteto, com quem conversámos aqui.

Com um trabalho discográfico distribuído internacionalmente, o Ricardo Dias Ensemble viu as suas escolhas reconhecidas, em janeiro passado, com a nomeação para o prémio mundial Songlines Music Awards 2015, na categoria de “melhor grupo”. Reconhecimento merecido.

© Ricardo Dias Ensemble, “Tenho Barcos Tenho Remos”

O Ensemble é constituído por dois músicos homónimos que tocam instrumentos diferentes, Ricardo J. Dias (acordeão e piano / diretor musical de Cristina Branco e produtor de vários cd’s distinguidos com o prémio José Afonso) e Ricardo Dias (guitarra de Coimbra / renovador das suas sonoridades), a que se juntam Bernardo Moreira (contrabaixo / referência no Jazz europeu traz ao Ensemble a sua experiência nos mais diversos projetos), Ni Ferreirinha (viola / papel preponderante no desenvolvimento do Fado – Canção de Coimbra) e José Vilhena (voz / timbre reconhecido que dá corpo a alguns dos mais belos fados de Coimbra). Apresentam-se para defesa de tese, em terra de Doutores, com “Coimbra”, o seu primeiro álbum de originais – reler review aqui. O nome, direto e sem espinhas, é explicado por Ni Ferreirinha “de repente, aparece um Ensemble que pode ser tudo o que tu quiseres, de onde quiseres. Tinha de haver uma leitura rápida à música de Coimbra e o nome diz tudo. Somos de Coimbra, projeto de Coimbra, guitarra de Coimbra e música base de Coimbra. Daqui a uns anos criamos outros nomes“. A tradição que não se esconde numa música que vai muito além do tradicional.

A colocar na agenda. A ir, na próxima quinta-feira, dia 12 de novembro pelas 21h30, no Auditório do Conservatório de Música de Coimbra. Concerto no âmbito das Quintas do Conservatório. •

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© Imagem: pormenor do cartaz de divulgação.

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