Roedelius e convidados / Maria Matos

Fundador dos míticos Cluster e Harmonia, Hans-Joachim Roedelius é uma das figuras centrais, incontornável, da música alemã dos anos 1970 e chega a Portugal este mês de janeiro.

Construiu uma carreira imparável com mais de uma centena de álbuns, em mais de 40 anos, a solo e numa vasta rede de colaborações, parecendo nunca querer abrandar o seu ritmo e a sua natural e insaciável curiosidade. Seguindo uma encomenda da última edição do festival Semibreve, Roedelius recebe em palco André Gonçalves, Rui Dias, José Alberto Gomes e o trabalho visual de Maria Mónica, no Teatro Maria Matos, num concerto que se espera completo e único.

© Roedelius & Schneider

De toda uma legião de figuras intocáveis da música alemã da vanguarda dos anos 70, “Hans-Joachim Roedelius talvez seja uma das que melhor soube atravessar quatro décadas de exploração musical, deixando uma marca relevante e idiossincrática dentro e fora do período em que o krautrock e as suas derivações decretavam alguma das suas preciosas leis sonoras. Tanto os Cluster como os Harmonia foram peças-chave dessa revolução, e em ambas Roedelius foi seu ilustre elemento fundador“. Com uma discografia bem extensa que ultrapassa a centena de álbuns, este percursor músico, natural de Berlim, vai passando o testemunho e influenciando novas gerações, depois de ter marcado o ADN de uma grande parte da música que ouvimos nos últimos anos.

Este projeto a ser apresentado por cá é fruto dessa generosidade e da contínua necessidade que Roedelius sente em explorar e concretizar novas ideias com novos músicos. André Gonçalves (músico e criador dos sintetizadores modulares Addac), Rui Dias (compositor de música eletroacústica) e José Alberto Gomes (curador do projeto Digitópia da Casa da Música e Blac Koyote a solo) estarão novamente convocados depois do belíssimo concerto que apresentaram na última edição do Festival Semibreve, onde o público foi cativado com uma interpretação tangente ao universo roedeliano, deixando a matriz intacta, mas criando um mundo novo. Ilustrando o acontecimento, também Lisboa terá a presença de Maria Mónica no campo visual, trabalhando com projeção de figuras e objetos em tempo real, prolongando de forma onírica o ambientalismo poético da música do quarteto.

Coloque na agenda este concerto, no dia 16 de janeiro, pelas 22h00, no Teatro Maria Matos, em Lisboa. •

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