E no equilíbrio do meio da semana, que nos traz, de novo, o sol, que se divulguem mais sete nomes para o Bons Sons’16 e se fale dos prémios que este bem afamado festival recebeu.
A edição Bons Sons 2015 recebeu dois (merecidos) Prémios no Iberian Festival Awards (IFA), evento promovido pela Associação Portuguesa de Festivais de Música que distingue os melhores festivais realizados na Península Ibérica, nas categorias de Melhor Festival de Tamanho Médio e Melhor Contribuição para a Sustentabilidade, e foi ainda escolhido como finalista em outras sete categorias, tendo sido o Festival mais nomeado nesta edição.
© Grutera
Desde 2006 que Bons Sons preenche e acontece na aldeia de Cem Soldos, em Tomar, organizado pelos habitantes da (agora tão falada) Aldeia, concretizando uma forte ambição comunitária pela divulgação da cultura nacional e pela valorização regional – ele há projetos que são de louvar, apoiar e visitar. Inicialmente com uma periodicidade bienal, esta passou a ser anual a partir da edição do ano passado, e não são necessárias explicações para natural alteração. Em seis edições, foi recebido um total de 173.000 visitantes. A premissa tem sido sempre a mesma e mantém-se inabalável: constituir-se como plataforma de encontro da nova música portuguesa, o Bons Sons nunca repetiu projectos ao longo dos seus anos de vida, apresentando um total de 192 grupos nos palcos distribuídos pela aldeia de Cem Soldos. Mas, para celebrar uns já vetustos 10 anos, o Bons Sons além de manter a sua matriz original com a apresentação de projetos sonoros nacionais de diferentes estilos e influências que varrem o espectro musical, chama repetentes das edições anteriores. Festa é festa.
© Keep Razors Sharp por Rui Aguiar
Ao universo musical que preenche Cem Soldos, no mês de agosto, há outro elemento que faz deste festival evento de destaque. O Bons Sons é sempre preparado a pensar em formas de estar e existir que minimizem o impacto dos visitantes no ecossistema local. “A sustentabilidade, do ponto de vista ambiental, tem sido proposta através do cumprimento do Plano Ecológico em curso durante todo o evento. A sustentabilidade humana nas suas vertentes económica, social, cultural e territorial fazem parte da génese do projecto do BONS SONS e estão patentes em cada decisão tomada, nas parcerias efectuadas e na estruturação das actividades que decorrem ao longo do ano“. E, por fim, nesta nota, eis os novos nomes que confirmam presença na edição de 2016 de um festival de Bons Sons:
Cristina Branco – voz única que leva para o mundo do Fado letras de poetas eternos, mas pouco utilizados neste registo. Acompanhada por compositores e músicos de excelência, é um dos nomes grandes do Fado, da música.
Flak – compositor e a guitarra fundadora dos idos Rádio Macau e dos Micro Audio Waves, leva a Cem Soldos músicas que abrangem as diversas fases da sua caminhada sonora, incluindo temas seus a solo, outros para os quais contribuiu com o seu talento e algumas composições novas.
Keep Razors Sharp – trupe que oscila entre um certo psicadelismo, shoegaze e pós-rock, e que com dois singles do seu álbum de estreia, homónimo, um sucesso afirmado nas rádios, serão certamente uma das fortes atrações desta edição.
Golden Slumbers – duas irmãs, as Falcão, que rapidamente se tornaram numa das melhores revelações nacionais, tendo estado nomeadas para melhor actuação no IFA2016. Vozes harmónicas, no timbre mais que certo para o (bom) folk com que nos brindam e onde não negam influências de Simon & Garfunkel ou Fleetwood Mac.
Few Fingers – nascidos do Leiria Calling, com composições simples e despretensiosas, vão dar a conhecer, ao vivo no calor do verão, as suas composições onde se sente uma memória folk e aulas de indie.
Grutera – ninguém lhes fica indiferente dada sua peculiar abordagem à guitarra. Todos os ouvidos se levantam. Os locais inusitados que escolhe para a tocar, o Túnel das Barricas da Herdade do Esporão ou o Mosteiro de Santa Maria de Cós, juntam ao dedilhar singular uma cenografia inesperada que tudo junto prende, a todos.
Bonecos e Campaniça – é o juntar do teatro de marionetas à música da viola campaniça. Bonecos que ganham vida ao som das composições do instrumento português, numa dramaturgia que cativa o sorriso e desperta o imaginário fundado nos detalhes da cultura portuguesa.
Não se esqueça de reservar 12 a 15 de agosto na sua agenda. São dias de Bons Sons (e não só), em Cem Soldos, em Tomar. •
+ Bons Sons
+ Bons Sons na Mutante
© Fotografia de destaque: Cristina Branco.
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