Pendença sem mercê de querer beber sem ter o quê / TMJB

Esta semana, há teatro bem português a não perder, em Almada, no Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB), com a peça “Pendença sem mercê de querer beber sem ter o quê”.

A partir de Anrique da Mota e de Gil Vicente, e de composições anónimas d’0 imenso e precioso cancioneiro popular português, com encenação de Miguel Sopas, estará em cena na sala experimental do TMJB “Pendença sem mercê de querer beber sem ter o quê”, nos próximos dias 18 e 19 de março, sexta-feira e sábado, pelas 21h30. A produção do espetáculo está sob a batuta do Teatro Língua.

A poesia menor de Anrique da Mota, a sua “Lamentação do clérigo” e o “Pranto de Maria Parda”, de Gil Vicente, são os textos que dão forma aos três momentos que compõem este espectáculo, através do qual se pretende decifrar “a temática do vinho e da sua carência como metáfora da crise e da pobreza material e espiritual“. Para além do contributo de dois autores que há muito disputam a paternidade do teatro português, ambos grandes nomes incontornáveis da história dos palcos, outros textos do universo literário quinhentista português vão ganhar vida, “a fim de completar o trajecto por um universo poético e dramático pouco trabalhado nos palcos nacionais“. Por outro lado, “a encenação aposta em linguagens cénicas próximas do teatro físico, do gesto e das máscaras, pondo em relevo o trabalho do actor e a antiguidade do conceito de ‘jogo teatral’“.

Miguel Sopas – actor, encenador e professor – iniciou o seu percurso artístico em 1998, no Teatro Amador de Pombal, tendo concluído mais tarde um bacharelato e uma licenciatura em Teatro, na Escola Superior de Teatro e Cinema, e uma pós-graduação em Filosofia. Como ator, trabalhou com encenadores como Rogério de Carvalho, Graeme Pulleyn, Ana Tamen e Claudio Hochman. Como encenador, já levou à cena o “Pranto de Maria Parda” – Gil Vicente, “Diógenes” – Pablo Albo – e “Guerras do Alecrim e Manjerona” – António José da Silva. No palco, do TMJB, vai encontrar Ana Teresa Santos, José Mateus, José Redondo, Luís Moreira, Pedro Filipe Mendes e Miguel Sopas (voz off).

Se estiver por Almada, no final da semana, não deixe de ir ao teatro e apoiar a produção nacional. •

+ TMJB

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