O “Muro – Festival de Arte Urbana de Lisboa 2016” é o repto para celebrar, ao longo de 16 dias, a street art da capital portuguesa com o epicentro no maior bairro da freguesia lisboeta de Carnide, palco de mais de duas mãos cheias de intervenções artísticas… e não só.
30 artistas de dentro de portas e além fronteiras, e sete curadores irão intervir em 2450 metros quadrados de área inerente ao “Muro – Festival de Arte Urbana de Lisboa 2016”, que irá decorrer de 30 de abril a 15 de maio, de olhos postos no Bairro Padre Cruz, em Carnide, mas também em outras partes de Lisboa.
Eis os primeiros números indicativos do Festival de Arte Urbana de Lisboa de 2016, o qual assenta na afirmação de uma das maiores expressões culturais da cidade das sete colinas, com o intuito de despertar o interesse e a curiosidade de todos para a importância deste manifesto criativo, pois trata-se de “de um projeto abrangente e inclusivo” e, por conseguinte, de um “festival aberto para a cidade”, disse Sílvia Câmara, representante da Galeria de Arte Urbana (GAU), no momento da apresentação da 1.ª edição deste movimento artístico, até porque é preciso mostrar que “sítios como estes têm direito à cidadania”, alertou Paula Marques, vereadora da Habitação / Desenvolvimento Local da Câmara Municipal de Lisboa.
Vamos aos nomes. VHILS e a plataforma cultural Underdogs, curadores dos protugueses AkaCorleone e André da Loba, e do espanhol Pantone; Lara Seixo Rodrigues, impulsionadora da Wool – Festival de Arte Urbana da Covilhã, curadora de Bordalo II, Add Fuel, Mário Belém, The Empty Belly e do espanhol Borondo; Miguel Negretti (DJ Glue), curador do espanhol Aryz, dos brasileiros Os Gémeos, e da dupla de irmãos Christoph and Florin Schmidt, da alemanha; Pariz One, graffiter, diretor criativo e CEO na Music Monsters World, curador de… Pariz One, Mar. Dheo, Telmo e do holandês Miel; o designer urbano e um dos organizadores do Seminário Internacional de Arte e Criatividade Urbana de Lisboa Pedro Soares Neves, curador de Ram, Mar, Panda, Uber, Mathieu, franceses, e o português ±MAISMENOS±; a mentora do projeto LumiARTE, Ana Vilar Bravo, curadora de Draw, Violant, Slap, Raf, The Super Van (Vanessa Teodoro) e Alexandre Alonso, artista plástico, pintor, e arquiteto de formação; e a GAU, curadora de Pantónio, Nomen, Tamara Alves, José Carvalho e Tinta Crua.
Com um vasto programa cultural, este Muro promete muita música, teatro, dança, espetáculos infantis, convocatórias e exposições de fotografia permanentes, conferências, mostras de cinema – destinadas também às escolas –, visitas guiadas ao bairro e à cidade, workshops com idosos e escolas, animação de rua e street food no epicentro do festival. E, no fim, tornar-se-á um legado cultural e social singular na cidade de Lisboa
Fora do bairro haverá a Mostra GAU na Calçada da Glória entre outras ações, como a intervenção artística no Aeroporto de Lisboa.
No fundo, o Festival de Arte Urbana de Lisboa de 2016 “é o fim de um percurso da GAU e o início de um outro”, afirmou Catarina Vaz Pinto, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, já que este evento acontece pelo oitavo aniversário da fundação desta galeria – que enfatiza a importância da expressão artística no tecido urbano – demarcando, assim, uma nova etapa neste percurso da GAU.
Em simultâneo, o Muro é mais um prova de que a arte urbana merece ser tratada com o merecido respeito – palavra utilizada no graffiti que se encontra na imagem de entrada, o qual é da autoria de Carlos Raimundo, graffiter nascido no Bairro Padre Cruz – no universo criativo / artístico, na medida em que detém um valor patrimonial que, no seu conjunto, reúne peças únicas numa galeria que é coletiva, a céu aberto.
E será também este o passo para definir a arte urbana de 8.ª arte? •
+ Galeria de Arte Urbana
© Fotografia: CML / DPC / José Vicente 2016
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