Para o arranque da tarde, fotografia, em terras de Viriato: Fujifilm Festival Internacional de Fotografia de Viseu.
De 05 de maio a 04 de junho o Fujifilm FIF Viseu reúne o trabalho de alguns dos fotógrafos mais influentes da atualidade num conjunto de 13 exposições individuais e uma exposição coletiva. Junta-se ainda uma instalação temática, palestras, workshops, master classes, uma residência internacional, uma mostra de cinema, um Instameet, uma maratona fotográfica e um conjunto de talentosos X-Photographers completam um cartaz extraordinário. Tudo isto para formar um cartaz completo, em Viseu.
© Matilde Gattoni
“Inspiring Positive Change” é o tema da primeira edição: atualidade, desenvolvimento e sustentabilidade da sociedade contemporânea vão estar em destaque no Festival, que pretende inspirar mudanças positivas.
Fotógrafos internacionalmente reconhecidos trazem a Portugal séries fotográficas excecionais: uma oportunidade única para contemplar ao vivo a fotografia de caráter ímpar. O trabalho de todos os fotógrafos convidados e selecionados para edição deste ano irá obrigar a refletir sobre a mudança necessária para que discriminação, preconceito, pobreza, desigualdade e mudanças climáticas se transformem em temas do passado. A primeira edição do Fujifilm FIF Viseu vai reunir fotógrafos, opinion makers, cientistas, políticos, jornalistas e a sociedade civil, com espaço para a partilha e o debate em workshops, palestras e masterclasses.
Viseu enquanto cidade organizadora terá um papel central em alguns dos trabalhos comissionados para o Festival: a terceira idade, os jovens e as pessoas com necessidades especiais, bem como o ambiente serão alvo da objetiva de diversos fotógrafos. A Fujifilm trará a Viseu alguns dos mais conceituados X-Photographers numa missão que os levará a conhecer algumas das individualidades da cidade e do distrito, retratando-as pela primeira vez na intimidade.
© John Gallo
“‘Inspiring Positive Change’ – Escrever estas três palavras seguidas é, na melhor das hipóteses, um exercício estimulante. Este início de século trouxe-nos desafios para os quais talvez não estejamos preparados; este início de século definirá o futuro da humanidade. As desigualdades sociais, o fosso crescente entre ricos e pobres, a crise dos refugiados e as mudanças climáticas desempenham um papel indiscutível no presente e no futuro de todos.
Será que vamos ser capazes de resolver estas questões, seremos capazes de trabalhar juntos, esquecendo as diferenças e promovendo um entendimento mais amplo entre todas as nações? O resultado seria uma mudança fascinante na nossa atitude para com os outros e para com a Natureza. Para o melhor ou para o pior este é um tempo de mudança, presumo que estamos de acordo com esta afirmação. Irão todas as guerras finalmente acabar? Será que ainda haverá tempo para reverter o aquecimento global e a destruição plausível do planeta Terra tal como o conhecemos? Seremos capazes de interiorizar que somente com uma perceção muito, muito diferente de riqueza, de distribuição de rendimento podemos reverter os efeitos devastadores que a pobreza tem numa parcela significativa da população mundial? Espero que sim – pelo futuro dos meus filhos, espero que todas as virtudes da humanidade se unam, transformando-se num prodigioso desejo de mudança, de mudança positiva.
As artes, e a fotografia não é exceção, devem inspirar-nos transversalmente. As artes são a única linguagem que todos compreendemos. A inspiração motivada pelas artes é um valor universal que devemos estimar, especialmente quando os criadores perpetuam a harmonia e a paz, globalmente.
Eu sei que o mundo pode ser um sítio muito melhor. Só tu e eu podemos transformar este desejo em realidade.“, o Festival nas palavras de John Gallo – Diretor artístico Fujifilm Festival Internacional de Fotografia de Viseu.
© Roger Tooth
Agora, uma brevíssima apresentação dos artistas e intervenientes convidados, começando pelo Júri do
Festival, desta edição 2017.
Presidente do Júri: Roger Tooth [Reino Unido]. Para além de presidente do Júri, Roger Tooth fará parte do painel de uma palestra e lecionará uma das masterclasses do Festival, subordinada ao tema “How to get published?”, destinada a fotógrafos amadores e profissionais. Restantes membros do Júri: Guida Rolo (Chappa), João Rodrigues Coelho (Fujifilm), Odete Paiva (Município de Viseu), Luís Octávio Costa (Jornal Público/P3)
Cabeça de cartaz: Tomasz Lazar, [Polónia]. Tomasz Lazar é um fotógrafo independente, vencedor de vários concursos internacionais tais como o World Press Photo, POY, CHIPP, Sony World Photography Award, the International Photography Award, BZWBK Press Photo, Grand Press Photo, Lumix Festival for Young Journalism e muitos outros, é um dos embaixadores da Fujifilm X Series. Com trabalho publicado no New York Times, Newsweek International, Sunday Times Magazine, New Yorker, Los Angeles Times e muitos outros Tomasz Lazar é uma das referências atuais da fotografia sócio-documental. Para além de uma exposição individual, Toamsz Lazar fará parte do painel de uma das palestras do Festival e lecionará uma masterclass com o título “Choosing the right suject”.
Exposições individuais: Diana Markosian é uma fotógrafa armênio-americana cujas imagens exploram a relação entre memória e lugar. As suas imagens podem ser encontradas em publicações como a National Geographic Magazine, The New Yorker e The New York Times. Diana Markosian foi eleita Magnum Photos Nominee em 2016.
Mário Cruz [Lisboa]. Em 2006 começou a colaborar com a LUSA – Agência de Notícias Portuguesa / EPA – European Pressphoto Agency. Desde 2012 que se concentra nos seus projetos pessoais: “Cegueira recente” (Vencedor do Prêmio Estação Imagem Mora 2014), “Telhado” (Vencedor do Magnum 30 Menos de 30) e “Talibes, Escravos Modernos” vencedor World Press Photo). O seu trabalho tem sido publicado pela Newsweek, LENS – New York Times Blog, New York Times Internacional, CTXT.es e Neue Zürcher Zeitung.
Matilde Gattoni é franco-italiana. O seu trabalho, premiado internacionalmente, abrange questões sociais, ambientais e de direitos humanos em todo o mundo. Em 2014, Matilde fundou a agência Tandem Reportages juntamente com o jornalista Matteo Fagotto. As histórias de Matilde são publicadas regularmente na Time, Time Lightbox, The Financial Times, Der Spiegel, The Observer, Die Zeit, NEON, Geo, The Guardian, Vanity Fair, ELLE, Wired e GQ, entre outros. Matilde Gattoni já recebeu vários prémios, incluindo o IPA, Px3, Lens Culture Award, o Invisible Photographer of Asia, o International Color Award e o San Francisco International Award.
Pedro Amestre [Galiza]. Pedro começou a sua carreira profissional no laboratório da Agência Europa Press, mudando-se depois para a Agência Cover, Diario El Mundo, revista Interviu. Entre 2003 e meados de 2016, o seu trabalho tem sido distribuído pela Agence France Presse. Embaixador da X-Series desde 2013, tem ganho prémios de relevo desde 2003, tendo em 2013 sido premiado pela Nikon, em 2014 foi galardoado com o Premio Rey de España de Periodismo. Em 2009 publicou um livro para a Greenpeace, edição comemorativa dos 25 anos da ONG. Mais recentemente ganhou o primeiro prémio nos Humanity Photo Awards organizada pela UNESCO e pela Associação China Fotógrafos.
Rasmus Degnbol. Esta é a lista de prémios conquistados pelo ensaio que Rasmus vem expor a Viseu: PHmuseum Grant 2016 winner, PDN Photo Annual 2016, Documentary/Photojournalism Winner, PX3 Prix de la Photographie Paris, First prize/Gold Press Political, IPA, International Photo Awards. 3. place, Editorial Political, Honorable Mention. VISURA Photojournalism Grant 2016, Danish Picture of the Year 2015, Open Class Winner, CCA Andratx 2016 Grant. Artists Fall Exhibition 2016, Honorable Mention, VISURA Grant 2016, International Color Awards, Aerial, Award of Excellence & Honorable Mention. Rasmus é mentor na mundialmente famosa Agência de Foto VII em Nova York (2014-2015) e o seu trabalho é publicado regularmente pelo New York Times, The Economist e Nat. Geo, entre outros. Rasmus será uma das presenças no Festival e apresentará na primeira pessoa o ensaio de sua autoria que será exibido durante o Festival.
© Leticia Valverdes
A estes nomes, no cartaz, há a somar: Daniel Seiffert [Alemanha]; Adrian Dominguez [Espanha]; Gunta Podina [Suécia]; John Gallo – Director Artístico do FIF Viseu [Reino Unido/Portugal]. Junte ainda os Instagrammers portugueses, Kitato (Público/P3), João Bernardino e Diogo Oliveira (73000, 82000 e 43000 seguidores, respetivamente); mais Hiroaki Fukuda [Japão], Sergei Sarakhanov [Ucrânia], Gregory Woodman [EUA]; Sebastian Weiss [Alemanha].
X-Photographers nacionais estão alinhados António Homem Cardoso, Alfredo Cunha, Nelson Marques farão honras à Fujifilm enquanto embaixadores da marca em Portugal. Na Residência artística a edição de 2017 do Fujifilm FIF Viseu, colocou a concurso uma residência subordinada ao tema “Inspiring Positive Change”, aberta a todos os fotógrafos, independentemente da sua origem e a vencedora foi a fotógrafa luso-descendente Letícia Valverdes. Durante o período de abril e maio, a fotógrafa brasileira irá executar na cidade de Viseu o projecto “Postcards for my Portuguese grandmother”, que explora os conceitos da memória, da saudade, do passado e da cultura locais.
Tudo nomes que, para quem segue a fotografia bem de perto, para quem é um devoto ou apaixonado pela disciplina e arte, escusam apresentações. O festival é co-organizado pela Chappa e Câmara Municipal de Viseu ao abrigo do programa Viseu Terceiro. Dada a dimensão do programa, segue abaixo o link directo para o mesmo para que o possa consultar da melhor forma possível, para não perder um único disparo.
A colocar na agenda o obrigatório Fujifilm Festival Internacional de Fotografia de Viseu. •