Assim apregoariam as varinas de outrora pelas ruelas da cidade capital de Portugal caso houvesse, nesse tempo de há muito, uma marisqueira que prezasse ter víveres acabados de apanhar, pois em matéria de peixe, para já, há apenas um.
A cruz de Santo André, elemento identificativo da gaiola pombalina, é visível na sala do Pesqueiro 25
Falamos, pois, da nova marisqueira da afamada Rua Cor-de-Rosa, em Lisboa, onde o primeiro andar do do novo hotel 262 Authentic Suites, n.º 15 acolhe, desde o passado dia 25 de Abril, o Pesqueiro 25. Já há, de certo, quem ouviu falar de tão célebre nome de portas abertas no n.º 25 da Rua Cândido dos Reis, em São Martinho do Porto, Alcobaça que, desde 22 de Junho de 2016, e pelas mãos do empresário e chef João Diogo Mendes, um entendido na matéria – ou não tivesse aberto a marisqueira Chapa 7 com o irmão e o sogro, em 2007, em Santarém –, tem vindo a fazer as delícias dos apreciadores de moluscos, crustáceos, entre outras espécies de renome da fauna marinha. “É um restaurante de praia, ou melhor, na praia”, no qual “conseguimos atingir um alto nível, porque o trabalho é feito em equipa, e tanto a da sala como a da cozinha está em sintonia, o que dá gosto”, afirma César Lourenço, o braço direito de João Diogo Mendes na cozinha do Pesqueiro 25, de Lisboa, e “onde Daniel Casanova está, neste momento, a ‘segurar o barco’”, informa João Diogo Mendes.
Sobre esta segunda casa, onde a cruz de Santo André é preservada numa das paredes – a estrutura pombalina que alicerça o casario da Baixa lisboeta –, o mesmo empenho na cozinha se deve também à paixão de César Lourenço, que nos recebe de mangas arregaçadas já depois de ter preparado os víveres da nossa costa que, depois, confeccionou para o almoço.
Vai um lagostim?
“O marisco é difícil de trabalhar, porque não é só preciso cozê-lo, é importante que se mantenha fresco, mas não podemos inventar”, reforça garante João Diogo Mendes, que garante “todo o marisco é recebido diariamente, pela manhã, e é pesado e conferido à porta. O marisco vem, principalmente, da Lourinhã, mas também há o que vem de Setúbal e do Guincho”, continua. “Tem de ser um produto de qualidade e ponto final”, reforça César Lourenço. Quanto ao peixe, para já, está disponível o atum no bolo do caco e no prato, mas João Diogo Mendes “gostaria de ter mais variedade”, à semelhança da casa-mãe, em São Martinho do Porto.
Apresente-se o cavaco!
Mergulhemos! No universo de sabores, e já depois de entreter o palato com pão torrado, queijo meio seco e presunto pata negra, chega a vez da dupla de chefs de cozinha conquistar os comensais, com o lagostim do mar a abrir as hostes, seguindo-se o cavaco dos Açores que, com a devida delicadeza, foi degustado até ao fim – enquanto os seus congéneres, à deriva no aquário da sala, eram contemplados por olhos curiosos da pequenada. Mas há mais deste mar que banha o país, como o berbigão, para comer ao natural, à bulhão Pato ou numa cataplana, há a sapateira, a santola e a navalheira, que desperta reminiscências tão boas!
Navalheira em dose dupla
Há camarão da costa, carabineiro, gamba nacional e ostras, entre mais duas mãos cheias que nos enchem as medidas, como o arroz de marisco ou o arroz de lavagante, ambos para duas pessoas e ex-líbris da casa-mãe.
Creme de lavagante com ovas
Aos que não dispensam a sopa há duas opções a considerar, o creme de legumes ou o creme de lavagante com ovas, sugestão a provar.
O bife do lombo à Pesqueiro 25
Grande apreciador de marisco, João Diogo Mendes não dispensa, porém, um bom bife – “gosto muito de finalizar a refeição com carne” –, razão pela qual a carta disponibiliza o prego do lombo, o suculento bife do lombo à Pesqueiro 25 ou o hambúrguer de black angus no caco.
O pão-de-ló de Alfezeirão e a tríade de musses de cheesecacke
Na “pescaria final” chega a sobremesa a escolher entre a trilogia inspirada no muito falado doce da casa, desta feita com uma musse de cheesecacke com bolacha Maria ralada no fundo e, no cimo, um de três molhos: Caramelo, frutos vermelhos ou pêssego. A recriação do pão-de-ló de Alfeizerão é outra das iguarias eleitas para a sobremesa, para já, na versão de chocolate, com a tradicional e a de canela em vias de constar também na carta do Pesqueiro 25 da Rua Cor-de-Rosa.
Aos apreciadores de mariscos eis, portanto, um novo espaço a agendar, o qual tem também como sócios o empresário Alexandre Mota, assim como Marco Viveiros, Pedro Cleto e Pedro Teixeira, os três proprietários do 262 Authentic Suites. Quanto ao horário, o Pesqueiro 25, na cidade das sete colinas, está de portas abertas todos os dias, das 12 à 01 horas, para reservar através do 919 245 438 ou do 916 781 281, enquanto que, em São Martinho do Porto, a marisqueira abre de terça a sábado, das 12 às 23 horas, e aos domingos, das 12 às 19 horas, a reservar pelo 262 406 983.
Bom apetite! •
+ Pesqueiro 25
© Fotografia: João Pedro Rato
Legenda da foto de entrada: Os chefes e sócios João Diogo Mendes e César Lourenço
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