Prepare a sua agenda de julho para apontar Get The Blessing e Evan Parker mais Susana Santos Silva e Slow Is Possible, a norte. Pelo terceiro ano consecutivo, o jazz volta ao pátio exterior do gnration, em Braga, com um programa de música que decorre no mês de julho com alguns dos nomes mais singulares do jazz contemporâneo nacional e internacional.
Oriundos de Bristol, Inglaterra, os Get The Blessing formaram-se em 2000 e desde então têm vindo a construir uma base de fãs que os seguem pelo seu carácter musical singular. Apesar de várias pausas, para dedicar tempo a outros projetos paralelos – a mais recente com o baterista Clive Deamer a embarcar em tour com Radiohead –, o grupo manteve-se intacto ao longo de dezassete anos, apresentado ainda hoje a sua formação original. Clive Deamer (bateria) e Jim Barr (baixo), que integram também os Portishead como músicos de sessão, juntam-se a Jake McMurchie (saxofone, eletrónica) e Pete Judge (trompete, eletrónica), para “produzir música inteligente e criativa, em balanço com talento e paixão, testemunhando o espírito livre que se encarregam de incorporar“.
© Get The Blessing
Nascido na mesma cidade que os Get The Blessing, Evan Parker começou a tocar saxofone aos 14 anos. Tendo a improvisação livre como a sua maior atividade nas últimas três décadas, Parker encontrou ainda tempo para se dedicar a outros universos musicais. Noutros contextos, tocou com nomes como Annette Peacock, Scott Walker e a big band de Charlie Watts. Face à tamanha intensidade e qualidade do seu trabalho, a solo ou em colaborações, Parker levou a que uma vasta imprensa de referência o distinguissem dos demais. “Um dos melhores instrumentalistas vivos” refere o The Times, enquanto que o Chicago Reader o coloca como “um dos melhores improvisadores em emsemble”. Já a conceituada revista de música The Wire atribuiu a Parker “a melhor e mais original voz representativa da música da era moderna”.
© Impermanence
Susana Santos Silva – referência do jazz contemporâneo e música improvisada dentro e fora de Portugal – é trompetista, improvisadora e compositora, e reúne em Impermanence, projeto que apresentará no gnration, João Pedro Brandão, Hugo Raro e Marcos Cavaleiro, músicos do Porto e seus colaboradores de longa data; todos parte da Associação Porta-Jazz, Torbjörn Zetterberg, contrabaixista sueco com quem tem trabalhado assiduamente nos últimos dois anos, particularmente no seu projeto em duo.
© Slow Is Possible
Slow Is Possible são seis jovens músicos portugueses que não nasceram no meio jazz: a sua formação é clássica. Talvez esta mesma formação dite a invulgar instrumentação que o sexteto apresenta. São dois os instrumentos melódicos, um saxofone alto e um violoncelo. A secção rítmica compreende dois instrumentos harmónicos, guitarra (também com funções de introdução de ruído elétrico) e piano, associados aos jazzisticamente convencionais contrabaixo e bateria. Slow is Possible é a música de câmara que toca quem ouviu Charles Mingus, John Coltrane, Mr. Bungle e Keiji Haino e resulta tão bom quanto o melhor que se poderia desejar.
Apresentados os nomes, vamos a datas para colocar na sua agenda de Braga:
07/07, 22h00:
Evan Parker
Slow Is Possible
08/07, das 10h00 às 13h00 – das 14h30 às 17h30:
Workshop de improvisação com Evan Parker (limitado a 20 participantes)
14/07, 22h00:
Get The Blessing
Susana Santos Silva
A ir, em julho. •