Novas colheitas, a estreia de um monocasta e um novo distribuidor foram as novidades apresentadas no renovado Terraço by Rui Paula, restaurante do hotel Tivoli Avenida.
Nasceu em 2004 com um tinto e esteve no mercado até 2010. Em 2014 regressou com uma nova imagem e quatro vinhos: branco, rosé, tinto e Reserva tinto aos quais se juntou, em 2016, o “Cheda Reserva branco”. Em 2017, a marca Cheda, ganha um perfil diferente, com vinhos mais frescos e frutados, feitos com uvas oriundas de vinhas de altitude das quintas da Lavradores de Feitoria, e uma nova referência: o monocasta branco cem por cento Riesling.
As novas características são o resultado da parceria com a Vinalda, o novo distribuidor dos vinhos da marca Cheda, e “reflete um casamento entre o clássico e o moderno: o nome e a imagem reportam ao início da produção de vinho, mas com um produto bastante actual e ao gosto de um consumidor descomplicado. São vinhos que não chegam à moderna distribuição e que alimentam a restauração e as garrafeiras”, referem os responsáveis.
A escolha do local para apresentar as boas novas da marca não aconteceu por acaso já que Rui Paula lançou, em 2014, o “Rui Paula Riesling by Lavradores de Feitoria branco 2012”, um vinho criado em conjunto com a Lavradores de Feitoria. Do processo fez também parte, Sérgio Pereira, na altura escanção do chef duriense e que, atualmente, é diretor comercial On-Trade na Vinalda.
A harmonização
Para conhecermos os vinhos houve,primeiro, uma prova simples, à qual se seguiu uma harmonização com as criações gastronómicas do chefe Rui Paula que está, desde 1 de agosto, responsável pela cozinha do Terraço by Rui Paula, onde a Mutante tinha estado poucos dias antes a experimentar o novo menu de degustação (leia aqui).
Dos brancos…
Iniciamos o repasto com o Cheda branco 2016, para acompanhar a trufa de alheira e o macarron de codium com sardinha. Feito a partir das castas Malvasia Fina, Síria e Gouveio, provenientes de vinhas com cerca de 30 anos, este vinho apresenta-se jovem, fresco e frutado, de cor citrina e brilhante; no nariz é bastante floral e frutado, a realçar a fruta bem madura, como a ameixa branca e o ananás. Na boca é fresco, mas também mineral e muito aromático. Denota equilíbrio entre acidez e estrutura, o que o torna muito saboroso.
Segue-se a grande estreia da noite: o Cheda Riesling branco 2014. O monocasta que alinha com a vieira com couve flor e cujas uvas são oriundas de uma vinha com uma média de dez anos; denota delicadeza e complexidade no nariz, de onde sobressaem notas de limão e alguma toranja e pêssego. Na boca é fresco e mineral, mantém os sabores a fruta suportados por uma boa acidez que lhe proporciona um excelente equilíbrio.
Na companhia do robalo com xerém de bivalves esteve o Cheda Reserva branco 2016 com um novo perfil: é suave e bastante complexo, apresenta um toque de baunilha, evoluindo para fruta branca madura, como a pêra e o alperce. Na boca é muito saboroso e equilibrado, com destaque para sabores a fruta fresca combinados com paladares de frutos secos, características que comprovam a presença das castas Malvasia Fina, Viosinho e Gouveia. A frescura está presente neste vinho que promete potencial de guarda.
… aos tintos
O Cheda Reserva tinto 2015 marca o ponto de partida na corrida dos tintos, desta feita a harmonizar com um delicioso carré de cordeiro com puré de queijo de cabra. Este néctar conjuga três castas autóctones do Douro: Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz provenientes de vinhas com mais de 30 anos. De um vermelho opaco, o vinho denota, no nariz, nítidas nuances a fruta vermelha e madura, como a amora silvestre e a cereja. Na boca, apresenta-se como um vinho bem estruturado e elegante, com taninos suaves e uma acidez equilibrada, notas de fruta madura e um final persistente.
Para terminar e, por conseguinte, acompanhar a sobremesa de chocolate e a framboesa, a Lavradores de Feitoria apresentou o Cheda tinto 2016. Uma nova colheita e um novo perfil com as mesmas castas colhidas, desta vez, em vinhas mais jovens, com idades compreendidas entre os 25 e os 30 anos. Mantém o vermelho vivo intenso, bem como a elegância, a fruta madura, do tipo cereja e a ameixa, e a frescura. Estas características são, no sabor, complementadas por taninos suaves e uma excelente acidez, resultando num vinho muito equilibrado.
A respeito dos valores de cada néctar duriense apresentados neste jantar, tome nota:
• Cheda branco 2016, DOC Douro: €5;
• Cheda Riesling branco 2014, Vinho Regional Duriense: €10;
• Cheda Reserva branco 2016, DOC Douro: €10;
• Cheda tinto 2016, DOC Douro: €5;
• Cheda Reserva tinto 2015, DOC Douro: €10.