Neste fim-de-semana, a Companhia de Teatro de Almada estreia por terras de cá um clássico da dramaturgia mundial que é também um manifesto pela tolerância religiosa: “Nathan, o sábio”, do iluminista alemão Gotthold Lessing, com encenação de Rodrigo Francisco.
O espectáculo conta com Luís Vicente, Maria Rueff, João Tempera, Guilherme Filipe, nos principais papéis, entre outros. Vai estar em cena no Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB) de 09 a 17 de dezembro, sendo depois reposto de 12 a 28 de janeiro.
Sobre a peça, estamos “na Jerusalém do século XII, onde vive o judeu (e rico comerciante) Nathan, a quem o povo chama “sábio” pela inteligência, generosidade e ponderação que emprega em todas as suas acções. Ao regressar de uma das suas muitas viagens, Nathan é surpreendido com a notícia de que a sua casa ardeu e que, por pouco, a sua filha adoptiva não morria no incêndio. A jovem fora salva, in extremis, por um misterioso cavaleiro templário, que tinha sido feito prisioneiro pelo Sultão Saladino, governador da cidade, e a quem este poupara (inexplicavelmente) a vida.” E assim temos anunciados os três representantes das três religiões abraâmicas: judaísmo, cristianismo e Islão.
“Ao encontrar-se finalmente com o Templário, que se esquivava a quaisquer agradecimentos, Nathan consegue convencê-lo a encontrar-se com a sua filha, que se tinha fixado na ideia de ter sido salva por um anjo. E o segundo encontro entre os dois jovens resulta num amor inevitável, que já se fazia prever nas insinuações da ladina Daja, a ama cristã da jovem judia. Só que existe um obstáculo a esta união: um segredo de muitos anos, que esconde a (trágica) razão da sapiência de Nathan, e que revela que os laços que uniam os representantes das três religiões eram, afinal, muito mais fortes do que o que se julgara à partida.”
Filósofo, teólogo e dramaturgo alemão, Gotthold Ephraim Lessing é um dos principais representantes do Século das Luzes, na Alemanha. Dono de uma escrita precisa e clara, encontra-se próximo do cepticismo de Voltaire, sendo um defensor conhecido da tolerância. A sua dramaturgia, uma das mais célebres do seu tempo, é composta tanto por comédias como por dramas, e debruça-se principalmente sobre os temas da religião, do lugar das mulheres na sociedade e do patriotismo. Um autor que deve descobrir se ainda lhe for desconhecido.
Para melhor organizar a sua agenda, as datas e horas do espectáculo:
09 a 17/12, de quarta-feira a sábado, às 21h00 e domingo 16h00.
A ir, na Sala Principal do TMJB. •