Josephine Foster / CCVF

A estreia do palco do Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em 2018, estará a cargo de Josephine Foster. Artista norte-americana que se irá apresentar em Guimarães e paira já no ar a promessa de um concerto que encantará o público com inebriantes canções folk, que “emanam uma aura sonhadora“. O espetáculo contará ainda com uma 1.ª parte pela multinstrumentista e vocalista Ka Baird.

A música de Josephine Foster parece “cruzar diferentes influências, misturando tonalidades que atravessam o poeirento velho oeste americano com vestígios do jazz e dos blues das horas profundas de Chicago“. Sendo já senhora de uma longa carreira, no seu álbum mais recente, “No More Lamps in the Morning”, a compositora e cantora pega em temas de projetos anteriores e dá-lhes uma nova gramática sonora. As músicas ganham um novo fôlego quando acompanhadas da guitarra portuguesa, “acrescentando à mescla de influências uma sonoridade ibérica que torna tudo ainda mais peculiar. Um disco que se sente livre, solto de amarras e convenções, para ser desfrutado em total despreendimento“. A anteceder este concerto, subirá ao palco a multinstrumentista e vocalista Ka Baird, conhecida por “explorar o psicadelismo eletrónico e pelas improvisações e experimentalismos que envolvem a audiência.”

Enquanto adolescente, a cantora, compositora e guitarrista Josephine Foster, nascida em 1974 no Colorado (EUA), aprimorou as suas habilidades vocais em funerais e casamentos e as suas aspirações inclinavam-se para a ópera. Todavia, uma vez terminados os estudos, começou a gravar composições que vieram a dar origem a “There Are Eyes Above”, em 2000, num álbum fortemente marcado pelo seu ukelele e a uma coleção de músicas infantis intitulado “Little Life” (2001), mudando-se pouco tempo depois para Chicago, onde foi professora de canto e atuou com várias bandas.

Foster regressou à sua carreira a solo em 2004 para criar “All the Leaves Are Gone”, uma coleção fantasmagórica de músicas de rock psicadélico com a sua recém-formada banda, Supposed. O ano seguinte trouxe “Hazel Eyes, I Will Lead You”, um trabalho dominado por um som calmo, rústico e inspirado nos blues. Os anos seguintes foram recheados de novas gravações, em que se incluem “A Wolf in Sheep’s Clothing” (2006), “This Coming Gladness” (2008), “Graphic as a Star” (2009), “Anda Jaleo” (2010) e “Perlas” (2012), ambos com a The Victor Herrero Band, e “Blood Rushing” (2012). Mais recentemente, lançou os álbuns de longa duração “I’m A Dreamer”, em novembro de 2013, e “No More Lamps In The Morning”, em fevereiro de 2016. Este último disco, no qual incidirá uma atenção especial neste concerto em Guimarães, incluiu duas músicas com poemas de James Joyce e Rudyard Kipling.

A multinstrumentista e vocalista Ka Baird, a residir em Nova Iorque, é responsável por abrir a noite no Café Concerto. É um dos membros fundadores de “Spires That In The Sunset Rise”, banda de IIlinóis onde impera a música folk psicadélica experimental. Desde que se mudou para Nova Iorque, há quatro anos, Baird partiu em inúmeras direções que vão muito além deste projeto mais duradouro, ao promover novas colaborações e aprimorar o seu próprio trajeto a solo. “O seu trabalho mais atual explora a improvisação no piano, intervenções eletroacústicas, batidas rítmicas, técnicas vocais ampliadas e uma incomum manipulação eletrónica da flauta. Mas, por mais expressiva e sensacional que seja a sua música, esta possui uma energia que nos aproxima de um estado relaxado, mesmo que nada na composição de Baird seja aparentemente sereno.

Uma noite para reservar na sua agenda de Guimarães, esta sexta-feira, dia 16 de fevereiro, pelas 23h00. Alinha? •

CCVF
© Fotografia: Josephine Foster por Jacobo Biarnes.

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