Uma imensa janela para os Açores / Azor Hotel

O carácter cosmopolita é demarcado pelas linhas mestras do design de interiores de Nini Andrade e Silva. A inspiração prima pelos tons terra e pelo conforto, desde o wine bar, no lobby, ao topo do edifício, onde está o bar cool da cidade de Ponta Delgada.

Há quem diga que é um restaurante com um hotel. “O conceito surgiu depois de muitas viagens levadas a cabo pela equipa da DHM [o grupo hoteleiro Discovery Hotel Management] e da experiência com hotéis”, diz-nos Pedro Alvellos, na altura director do Azor Hotel já que, por esta altura, estará de regressará ao Norte de Portugal continental. A filosofia arrojada prende-se com o informalismo ou não tivessem sido abolidas as gravatas, assim como os sapatos clássicos, das fardas de quem trabalha neste hotel. “O atrevimento”, como lhe chama Pedro Alvellos de uma forma cordial, “passa pelo uso de suspensórios e de sapatilhas”.

Suprimida foi também a “escravatura do pequeno-almoço.” O buffet da primeira refeição da manhã termina às 11 horas, “mas é servido fora de hora com tudo o que hóspede tem de direito”, garante.

A respeito do À Terra, “o coração deste conceito”, o então director do Azor Hotel destaca a importância do Josper – o forno que é muito recorrente nas steakhouses – e do forno a lenha. Este está à vista de todos os que entram no restaurante do Azor Hotel, o qual, por sua vez, ocupa quase um piso do hotel, de uma ponta a outra, como se de uma espécie de corredor se tratasse. A vista para o mar é privilegiada para o mar.

“Metade dos clientes são desta cidade [de Ponta Delgada]. A outra metade são hóspedes”, assegura Pedro Alvellos quando se refere a quem escolhe o À Terra para uma refeição.

Sobre a matéria-prima da cozinha, Pedro Alvellos atribui valor à utilização dos produtos frescos e sazonais cuja origem é o arquipélago açoriano. E onde as pizzas, tão apreciadas pelos mais novos, constam na carta. Além desta, há dois menus executivos “Da Terra ao Tacho” à escolha e sempre com sugestões diferentes de segunda a sexta-feira: O que “houver”, prato de peixe ou de carne, sobremesa e copo de vinho (€16) ou O que “houver”, prato de peixe, prato de carne, sobremesa e copo de vinho (€21). E com a mais-valia de o estacionamento ser gratuito.

Esse mesmo interesse pós produtos açorianos reflecte-se, desde lodo, no lobby do hotel onde, a meio, foi instalada uma cafetaria com sabores e doçaria típica da terra. Ao fundo está uma loja de queijos e de vinhos que, juntos, dão forma a um discreto e acolhedor wine bar. “É uma maneira de estabelecer a proximidade dos produtos locais com os hóspedes do hotel”, esclarece Pedro Alvellos que remata a conversa atribuindo os louros do evento gastronómico “Das origens ao À Terra” (ler aqui a reportagem sobre a 2.ª edição deste evento) a Cláudio Pontes: “este acontecimento é todo mérito dele!”

O espaço cénico por Nini Andrade e Silva

As velharias adquiridas numa loja de venda de artigos em segunda mão situada na cidade de Ponta Delgada estão expostas no lobby do Azor Hotel.

Os desportos de natureza e as actividades ao ar livre serviram de inspiração para este inusitado e, ao mesmo tempo, divertido espaço cénico da autoria da designer de interiores madeirense Nini Andrade e Silva.

Não é de estranhar depararmo-nos com luvas de boxe nos charriots, os livros dispostos numa mesa à entrada, uma televisão, uma máquina de escrever e um rádio antigos, dois fatos de surf e um conjunto de apetrechos utilizado no mergulho a um canto, entre outros objectos que remetem para o outdoor. Ou até mesmo uma bicicleta em cima de um parador.

As escadas em caracol levam-nos ao piso do À Terra. Os castanhos fazem jus ao nome do restaurante que, de uma ponta à outra, dispõe de conjuntos cadeiras de couro e mesas em madeira separadas por estantes feitas a partir da mesma matéria-prima.

O conforto e a decoração informal prolonga-se até aos quartos. Todos com vista para o imenso oceano que se estende à frente de cada varanda.

O mesmo estilo cosy e informal é visível em cada detalhe, em cada piso que compõe esta unidade hoteleira. Entre os tons terra e as luminárias, as mesas de apoio e os sofás dispostos para que a principal cidade da Ilha de São Miguel seja observada como se de uma peça de teatro se tratasse.

Vá até ao bar, no piso 7. Aqui, o comprido balcão, as mesas e as cadeiras reportam para os bares que vemos nas telas de cinema e são descritos em livros de escritores viajados.

Para além da carta de bebidas espirituosas e de sugestões para uma refeição leve e de partilha, o bar é contíguo ao deck onde estão as chaise-lounges e a piscina do Azor Hotel e conta com uma vista ora para o imenso horizonte traçado pelo oceano Atlântico, ora para o casario da cidade de Ponta Delgada. A mesma vista transforma-se à noite, devolvendo-lhe a característica cosmopolita de um bar com boa música e um ambiente alegre e muito cool.

É ir e desfrutar. Boa viagem! •

+ Azor Hotel
© Fotografia: João Pedro Rato
Legenda da foto de entrada: Da piscina do Azor Hotel, no piso 7, contempla-se ora o casario da cidade de Ponta Delgada, ora o imenso Atlântico que se estende em frente

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