O Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB), em Almada, recebe neste Maio a Orquestra Sinfónica Portuguesa, com um programa contemporâneo que inclui obras de Filipe Pires, Peter Lieberson e Richard Strauss; e não só.
A Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro Alexander Joel, regressa a Almada com um programa que inclui composições do norte-americano Peter Lieberson (1946-2011), Richard Strauss (1864-1949) e do português Filipe Pires (1934-2015). As “Five Neruda Songs”, baseadas num conjunto de poemas de Pablo Neruda, foram compostas para meio-soprano e orquestra por Peter Lieberson. Estas canções, encomendadas pela Los Angeles Philarmonic e pela Boston Symphony, tiveram a sua estreia em Maio de 2005 e foram interpretadas pela esposa do compositor, Lorraine Hunt Lieberson, a quem são dedicadas. Posteriores a “The Rilke Songs”, um outro ciclo de canções para voz e piano, também nestas belíssimas composições Lieberson soube repetir a atmosfera – ora nostálgica, ora lírica – de exaltação do amor. Em 1945 Richard Strauss autorizou que “Der Rosenkavalier Suite” fosse publicada. Todavia não é certo que o compositor se tivesse envolvido directamente na sua orquestração. Muito provavelmente terá sido o maestro Artur Rodzinski (1892-1958) a realizá-la, uma vez que dirigiu a sua estreia, em Outubro de 1944, com a New York Philharmonic. Com temas da ópera “Der Rosenkavalier”, que Strauss estreou em Dresden em 1911, a Suite evoca o amor de Marschallin por Octavian, que acabará por trocá-la por Sophie, uma mulher bem mais jovem. A obra culmina com uma brilhante valsa.
Assim, reserve já o dia 12 de Maio, pelas 21h30, para rumar ao TMJB, para um concerto que será, certamente, excepcional. Em palco estarão a acompanhar a Orquestra: Alexander Joel (Maestro); María José Montiel (Meio-soprano).
E porque o TMJB tem sempre agenda cheia, no mesmo dia 12 e no dia 13 de Maio, espaço para “(I)migrantes”, pelo Centro Dramático de Viana. Trata-se de um texto inédito, escrito a partir de relatos reais de refugiados. O espectáculo tem encenação de Graeme Pulleyn e será apresentado Sábado às 21h30 e Domingo às 16h00. Desde 2015 que o Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana acalenta o desejo de levar à cena um espectáculo sobre a crise de refugiados. “Na altura, sucediam-se as reportagens sobre os naufrágios e as operações de resgate no Mar Mediterrâneo e sobre as condições de viagem daqueles que arriscavam tudo pela promessa europeia de prosperidade e sossego – pouco importando se fugiam da guerra ou da fome. Agora que tem vindo a diminuir a atenção prestada ao fenómeno pelos meios de comunicação social, a companhia vianense volta a colocar o assunto na ordem do dia. (I)migrantes estreou em Outubro de 2017 como uma criação colectiva que junta, pela segunda vez, o encenador britânico Graeme Pulleyn e o elenco residente do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana. Com um texto inédito, escrito a partir de relatos reais de refugiados, imigrantes ilegais, militares, elementos das forças policiais e técnicos de instituições públicas e privadas que trabalham com migrantes (nomeadamente com refugiados sírios integrados em Viana do Castelo), o espectáculo lança sobre este drama um olhar simultaneamente poético e esperançoso“.
Graeme Pulleyn (n. 1967) estudou Teatro na Universidade de Warwick. Trocou a Inglaterra por Portugal em 1990, co-fundando o Teatro Regional da Serra do Montemuro (TRSM). Trabalha como actor e encenador independente e colabora regularmente com o Teatro Viriato e o TRSM. “(I)migrantes” é o segundo espectáculo que encena para o Centro Dramático de Viana, depois de Anjo branco (2016). Uma outra opção para o fim-de-semana de 12 e 13 de Maio que se preenche com música e teatro, em Almada.
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