17•56 O museu e a enoteca da Real Companhia Velha

Implantada à beira do rio Douro, no Cais de Gaia, esta é a nova casa da histórica companhia vitivinícola duriense onde a memória e o prazer à mesa se fundem. Seja bem-vindo! 

A entrada no novo centro de visitas da Real Companhia Velha, outrora um dos armazéns da empresa, faz-se pelo n.º 44B da Rua Serpa Pinto, bem como pela Avenida Ramos Pinto. O espaço, amplo, elegante e de fácil circulação está organizado em duas grandes áreas: o Museu da 1.ª Demarcação, uma sala de provas e a loja de vinhos, no piso térreo, enquanto o andar de cima está reservado à Enoteca, ponto de encontro entre o vinho e a comida.

“Este é um projeto com o qual sonhávamos há anos, senão décadas. Naturalmente, vamos manter as nossas instalações e Caves de Vinho do Porto na Rua Azevedo de Magalhães, também em Vila Nova de Gaia, com um circuito de visitas e provas cada vez mais dinâmico, mas ter um centro de visitas à beira rio vai levar-nos para outro patamar de (re)conhecimento, nomeadamente junto dos visitantes estrangeiros, que são cada vez mais numerosos.”, afirma Pedro Silva Reis, Presidente da Real Companhia Velha e o anfitrião da nossa visita.

“É uma casa para contar a história da Companhia aliada a um espaço de restauração e provas. A vinha e o vinho são as âncoras deste projeto”, continua, antes de darmos inicio à visita guiada ao Museu.


17·56, porquê?

1756 foi o ano da 1.ª Demarcação do Alto Douro e, simultaneamente, o ano da fundação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Também denominada por Real Companhia Velha, esta entidade foi instituída por Alvará Régio de D. José I por iniciativa do seu primeiro-ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido por Marquês de Pombal.

A Companhia, de natureza monopolista, foi criada com o apoio de um conjunto de personalidades do Porto e do Douro. O objetivo foi responder à grave crise económica, reflexo da redução das exportações, da baixa de preços e pelo facto do comércio do Vinho do Porto ser dominado por negociantes britânicos. Deste modo, a história da Real Companhia Velha e designação da primeira região demarcada de vinho do mundo caminharam lado a lado, sendo o ano de 1756 o primeiro passo desta longa narrativa que perdura nos nossos dias.

Reação do embaixador dos EUA em visita à Real Companhia Velha na década de 1970


“Da razão: Origens da Real Companhia Velha – Companhia Geral da Agricultura das Vinhas e do Alto Douro.” Este é o primeiro dos sete capítulos em que a exposição museológica está organizada. No segundo encontramos “As personalidades” ligadas a esta empresa, desde o primeiro momento até à atualidade. Segue-se “A Companhia majestática”, um dos momentos altos da exposição: o original e intocável, Alvará Régio assinado por D. José I a 10 de Setembro de 1756, sob os auspício do Marquês de Pombal. Existem, no entanto, duas versões digitais – uma para crianças e outra para adultos –, as quais podem ser folheadas.

Um dos 335 marcos utilizados para delimitar a região


A história continua com o impacto da ação da Real Companhia Velha na “Transformação do território”, e n’ “O ensino”, em especial na cidade do Porto.

“A presença comercial da Companhia no Mundo” e a evolução da “Identidade” da marca são os últimos passos de um percurso onde, além da informação histórica, estática e interativa, é de destacar um filme sobre os vinhos de Portugal no mundo, datado de 1955, ao longo do qual encontramos diversos objetos e documentos pertencentes ao espólio da empresa.

A conceção do museu e da exposição esteve a cargo das empresas Cariátides e Pitanga Design .


Vinho e comida para todos os gostos

Para além da variada gama da Real Companhia Velha constituída por mais de 300 referências encontra, na Enoteca 17•56, uma seleção dos melhores vinhos do país, na secção “Carta dos Amigos”, e outros grandes do Velho Mundo, numa lista com mais de 500 néctares.

A harmonização pode fazer-se com os queijos da Fromagerie Portuguesa, uma verdadeira montra composta por cinco dezenas de queijos nacionais e internacionais. No local ou em casa, com os amigos e em família. A oferta gastronómica é complementada pela cozinha tradicional, incluindo peixes e mariscos, assegurada por um chefe e pela equipa da Real Companhia Velha.

O Reitoria – outro dos espaços da Enoteca 17•56 – tem uma oferta mais cingida às carnes, com as sandes gourmet e a steakhouse, onde as carnes maturadas diversas fazem as delícias de quem tanto as aprecia. Ou o Shiko, o raw bar de inspiração japonesa.

Para terminar, o espaço contempla ainda um lounge, um cigar club – para apreciadores de charutos, em harmonia com bons Vinhos do Porto –, duas salas privadas e um terraço com vista panorâmica sobre a cidade do Porto.

17•56 Museu & Enoteca da Real Companhia Velha
Morada: Alameda da Rua Serpa Pinto, 44B (entrada principal) ou Avenida Ramos Pinto
Telefone: 222 448 500

Museu
Horário:
das 10h30 às 19h00
Preço: 15 euros por pessoa (com prova de vinhos)

Enoteca
Horário:
das 11h00 às 23h00 (todos os dias)
Lotação: 190 lugares


+ Real Companhia Velha
© Fotografia: João Pedro Rato

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