Em Coimbra, neste mês de setembro já se encontra a decorrer o Festival Ilha 12 e irá prolongar-se até ao final deste mês, no Grémio Operário de Coimbra. Instalação Vídeo, música, performance, dança, residências artísticas, workshops, literatura, poesia, humor, teatro, feiras do livro e do disco. São 12 dias de espectáculos, em setembro, num espaço sediado na Rua da Ilha 12, em Coimbra (junto À Sé Velha).
Tudo teve início na passada sexta-feira, dia 3 setembro, com a inauguração da instalação vídeo [X]PRESSÃO apresentada pelo Projecto Videolab (patente até dia 26/09) e ainda a performance “Carreiro Interior” por António Azenha.
Ainda na mesma sexta-feira, os italianos Marco Zanotti (bateria/percussão), Martina Fadda (voz, percussão, synth), Marcello Jandu (trombone, conchas), Daniel Corbelli (guitarra e percussão), Gianni Perinelli (saxofone baritono e soprano) e o conimbricense Gonçalo Parreirão (multi instrumentista) apresentaram, ao vivo, o resultado de trabalho desenvolvido em residência artística no final de Agosto no Grémio Operário de Coimbra.
O primeiro fim-de-semana de Festival encerrou com Branta One Woman Band, no palco do Grémio.
Feita a suma do que já passou, ainda há muito à sua espera no Festival Ilha 12, em Coimbra.
Veja só o programa que prepararam para si:
Hoje, quarta-feira , dia 08 setembro, 15h00 às 20h00 – Workshop sobre a obra de Zeca Afonso com Octávio Fonseca e apresentação do livro “Uma vontade de música, as cantigas do Zeca” de Octavio Fonseca.
10 setembro, 21h30 – ciclo cantautores com Duane Forrest (Canadá).
Duane Forrest é um cantor e compositor canadiano. A sua sonoridade única caracteriza-se
como uma mistura de jazz, reggae, bossa nova e soul e é influenciada pelas suas viagens pelo
mundo. A acústica quente de Duane Forrest consegue fazer despertar a nossa alma para o
amor. Cantando em várias línguas, Duane tece bossa nova, reggae, jazz e soul para criar um
som orgânico inspirado na sua busca por amor na sua cidade natal, Toronto, e pelo mundo
fora.
16 setembro, 21h30 – Amanda Gonsales “Sacro” | Performance que entrecruza as linguagens da música, teatro e dança e é o resultado da pesquisa “Do Escrutínio à Inquisição: um percurso criativo autoetnográfico”, que teve início durante o período que a artista viveu em Évora, em 2013.
Performance que entrecruza as linguagens da música, teatro e dança e é o resultado da pesquisa “Do Escrutínio à Inquisição: um percurso criativo autoetnográfico”, que teve início durante o período que a artista viveu em Évora, em 2013. Numa clara crítica ao período da inquisição, o espetáculo conta com Amanda sozinha no palco e com a direção de Naomi Silman, preparação vocal de Francesca Della Monica, preparação corporal de Yael Karavan, dramaturgia por Verônica Fabrini e figurino de Isabel Graciano.
17 setembro, 18h30 – Workshop “Voz, verbo e movimento” com Amanda Gonsales.
A voz e o corpo. O corpo em movimento e a palavra que mobiliza. O simbólico que é convocado pelo gesto e pelo som, trazendo consigo pistas de nós mesmos e lastros da humanidade. O corpo que delimita o eu e a voz que o dilui, pois escapa de dentro do corpo e corre em direção ao espaço. Ela que reside no avesso do corpo pode revelar-te qual a parte oculta de nós mesmos?
Amanda Gonsales é graduada em Música Popular – Voz e Mestra em Artes da Cena – Dança pela Unicamp, tendo feito um intercâmbio durante a graduação para a Universidade de Évora em Portugal. Tendo como foco a relação entre voz, movimento e processos criativos autoetnográficos, Amanda lança seu primeiro trabalho intitulado “Sacro” que desdobra-se em EP e performance, fruto de um longo período de pesquisas, processos criativos e vivências com artistas que investigam temas em comum. Nesse trabalho, Amanda conta com contribuições de Francesca Della Monica (preparação vocal), Yael Karavan (preparação corporal), Verônica Fabrini (dramaturgia) e Naomi Silman (direção).
17 setembro, 21h30 – ciclo cantautores: Simon Kempston (Escócia).
Simon Kempston é considerado um dos mais inspirados compositores e letristas vindos da Escócia. A sua paixão pelas paisagens celtas, bem como as suas viagens, principalmente à Europa Oriental, têm uma influência muito marcada nas suas letras. E uma das características que o distinguem dos demais é o facto de se destacar como guitarrista fingerstyle. O músico escocês já atuou em alguns dos mais prestigiados festivais europeus, onde tem recolhido inúmeras críticas bastante elogiosas. Entre as quais o que de melhor se pode ouvir de Simon Kempston é que se trata de um músico incrivelmente talentoso, que ao vivo transporta os ouvintes numa viagem pelas belíssimas paisagens escocesas.
18 setembro, 18h00 – 23h00 – Feira do disco, dj set Pêra Roxa, Pedro Ribeiro convida Mel Costa, dj set Inês Rodrigues, Ruze e Wipeout Beat.
Concerto Wipeout Beat (22h15-23h00)- apresentação do novo álbum, “Wine Nights Fantastic Stories” Os Wipeout Beat são a banda de três veteranos da cena musical conimbricense. Carlos Dias, Pedro “Calhau” Antunes e Miguel Padilha passaram ou estão em bandas como, Bunnyranch, Subway Riders, Garbage Catz, Objectos Perdidos entre outras, que deram à cidade a sua diversidade sonora, tão bem conhecida. Uma panóplia de teclados, três vozes e uma guitarra, soam ao mais sujo do garage, mas também aos sons minimais dos Suicide ou de Philip Glass, tudo ao ritmo de uma uma velha caixa-de-ritmos Roland CR-8000, que faz com que seja impossível não bater o pé. Depois de “Small Cities Big Thoughts”, editado em 2018 pela Lux Records, o trio apresenta agora o seu novo álbum “Wine Nights Fantastic Stories”, também ele resultado de longas e divertidas noites, a descobrir, explorar e criar música simples para gente descomplicada que gosta de dançar/rockar.
Concerto Ruze (21h30-22h00) – Figura central da cena hip-hop coimbrã, Ruze, é um dos mais antigos MCs portugueses que continua em actividade. Com uma história que remonta a meados dos anos 90, o líder dos movimentos 239 ou SBT2, tem tido uma carreira notável, conseguindo com isso grande apreço do público. Em 2007, Ruze lançou «1440 Minuto a Minuto», que é a primeira edição da então nova editora Mizikon Records. Depois seguem-se “União vs Exclusão”, um EP lançado em 2009, e “Pão, Água, Rimas & Instrumentais”. O regresso à edições fez-se com o EP “Tenho Tudo”, lançado em 2019, e que relata as dificuldades dos portugueses na era do consumismo, tendo sido produzido na totalidade pelo produtor tomarense Raze, num estilo vincado que segue a escola de rap dos anos 90. Nessa mesma linha, para 2021 preparou mais uma edição, o disco “Pressão”. Batidas directas, rimas acutilantes, atitude desafiadora e bem humorada, é isto que podemos esperar de Ruze, em disco e em cima do palco.
Showcase – Pedro Ribeiro convida Mel Costa (18h00-18h30). Ambos nascidos em terras tropicais, conheceram-se cantando e tocando pelas ruas da baixa de Coimbra. Atualmente, encontram-se em fase de pré-produção e gravação do seu primeiro disco, nos estúdios da Blue House, que contará com composições inéditas, de autoria de Pedro Ribeiro, e arranjos de Sérgio Costa (Belle Chase Hotel, Quinteto Tati). O dia conta ainda com uma feira do disco e a Music Light vai estar presente para angariação de alimentos em favor da União Audiovisual.
Feira do disco, 15h00 – 21h30.
Dj set Pêra Roxa, 15h00 – 18h00.
Dj set Inês Rodrigues, 18h30 – 21h30.
23 setembro, 21h30 – “Contornos do Riso” com Afonso Paiva, Joana Ramos e Rafa Cota.
Partindo da exploração do humor na sua vertente visual, “Contornos do Riso” é uma construção em forma de palestra humorística sobre temas comuns do dia-a-dia, através das artes visuais e com recurso à interpretação da Língua Gestual Portuguesa. As temáticas centrais da narrativa são o humor e o desenho, sempre lado a lado. Pretendemos criar momentos inovadores no cruzamento destes dois universos. Vamos provar que o humor tem lugar nas artes visuais e que as artes visuais podem, igualmente, ser um excelente veículo humorístico. Com recurso a texto bilingue (Português e Língua Gestual Portuguesa – LGP) vão contar-se histórias com humor e arte: pode ser um rabisco num quadro de giz, um desenho numa folha de papel ou projeções numa tela.
24 setembro, 22h00 – declAMAR poesia.
Momento que será desenvolvido em parceria com declAMAR Poesia, um coletivo de leitores de poesia que gosta de partilhar em voz alta as suas escolhas.
25 setembro – Memórias Felizes
Registo de memórias de moradores locais a ser partilhado num registo fotográfico e vídeo – entrevistas.
26 setembro, 11h00 às 11h30 – Sessão de histórias pela Livreira Cátia da Faz de Conto .
26 setembro, 17h00 às 20h00 – Cena literária: Coimbra, os livros e os seus autores Memórias Felizes.
Anthony Clown – “Personagens de Coimbra” – a partir do romance “Os Segundos Nomes” (Aquarela Brasileira Livros) – 17h00 às 17h30.
Vera Pedroso de Lima – “Curiosidades pelas pessoas e as palavras” – a partir do poemário “Dentro de mim” (Edições Icreate, 2021) – 17h30 às 18h00.
Paulo Branco Lima – “Raízes ao mundo” – a partir dos romances “Peregrinação Crioula” e “Origem e Ruína” (Aquarela Brasileira Livros) – 18h00 às 18h30.
João Rasteiro – “A secura tem os teus olhos a fazer de sol” – a partir da sua antologia “OFÍCIO Poesia: 2000-2020” (Porto Editora, 2021) – 18h30 às 19h00.
Mediação: Wagner Merije (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra).
30 setembro, 21h30 – Memória do Grémio Operário.
A tomar nota, a aproveitar se andar pela cidade de Coimbra. •