A contemporaneidade da cultura nipónica servida a rigor / Mizu

O léxico é japonês, a cozinha também. O peixe abunda na carta, a par com outras dádivas marinhas. A frescura da matéria-prima é imperativa, o sabor de cada produto está assegurado e o saber-fazer é ponto assente neste restaurante do Vila Vita Parc.

Os cocktails resultam da experiência do chefe de bar Joaquim Veras


O Vila Vita Parc, o cinco estrelas de Porches, no concelho de Lagoa, mantém a supremacia da cozinha nipónica num único espaço chamado Mizu Teppanyaki. No exterior, a vista alcança o Atlântico, no terraço e junto à parede envidraça. Lá dentro, sobressai a cultura japonesa, seja nas peças mobiliárias, seja nos elementos decorativos. 

As peças de mobiliário e decorativas, alusivas à cultura nipónica, conferem uma mística intimista ao Mizu


Durante o horário de serviço, o balcão é palco de ação, com dez lugares reservados à assistência mais curiosa, onde o menu, constituído por seis momentos, convida a uma viagem pelos sabores de uma cozinha preparada com rigor. À mesa, a escolha é feita à carta.

Em alternativa, existe a possibilidade de aceitar o alinhamento de pratos seleccionado por quem cozinha, para que seja feita uma experiência gastronómica mais abrangente. A preparação é feita pelos chefs Isaulinda Pires, mestre do robatayaki, equipamento utilizado para grelhar lentamente os alimentos, e António Muniz, especialista na feitura de sushi. Ambos partilham a cozinha desde a abertura do Mizu Teppanyaki, no referido resort de cinco estrelas, em terras algarvias, trabalho esse que está no ponto. 

Este sake é produzido pelo produtor de champanhe Regis Camus em parceria com uma das mais conceituadas casas de sakes do Japão e obtido a partir da fermentação dos grãos de arroz


Importante é, também, a carta de sakes. Guilherme Relvas, escanção responsável pelas bebidas deste restaurante, é a pessoa certa para falar sobre estas referências japonesas obtidas essencialmente através da fermentação dos grãos de arroz. A diversidade vai dos sparklings aos sakes – feitos a partir de arroz –, passando pelos Vintage, e requer aconselhamento especializado.

Com um polimento de 50%, significa que, com este Junmai Ginjo Urakasumi Zen estamos perante um sake premium


“Quanto maior for o polimento, maior é a pureza do sake, explica Guilherme Relvas, até porque há vários tipos de arroz e a diversidade de sakes oscila, grosso modo, entre os secos ou os exuberantes. A degustação é feita a copo ou a carafe. Esta consiste numa pequena garrafa de vidro colocada numa caixa, com gelo, onde é mantida já depois de cheia, sem transbordar.

As vagens de soja com flor de sal são um clássico, como aperitivo numa refeição feita à mesa da “Terra do Sol Nascente”


“O ideal, é acompanhar o cliente, desde o aperitivo e o acolhimento à despedida”, sublinha o escanção, para que a refeição seja perfeita. Mas há sempre a oportunidade de solicitar um cocktail. A sua elaboração está nas mãos do chefe de bar Joaquim Veras, que denota uma constante vontade de inovar.

As gyosas, originárias do receituário chinês, são muito comuns na cozinha japonesa


Passemos novamente aos pratos. As vagens de soja são incontornáveis, para iniciar uma refeição japonesa, a prosseguir com as gyosas. São de provar as de camarão e kimchi, com picante q.b., já que o sabor do crustáceo mantém-se presente; e as de frango, mel e gengibre, uma combinação agridoce, que dispensa o molho de soja.

A barriga de atum é uma das mais suculentas e deleitosas partes deste peixe, aqui ligeiramente braseada


Experimente o suculento toro (parte da barriga) de atum rabilho braseado e sumiso e o salmão. O sabor deste peixe não é sobreposto pela mizuna, o vinagrete de trufa e o miso picante, com que é servido.

Salmonete sobre o gelo, enguia marinada e molho unagi, tártaro de veja e molho de cereja são outras sugestões, que podem ser alteradas consoante o produto da época, ou não fosse a sazonalidade requisito transversal nos espaços de restauração do Vila Vita Parc, de acordo com a entrevista feita a João Miguel Pais, Director de Food & Beverage deste cinco estrelas algarvio.

Os niguiris são feitos com arroz elaborado com vinagre e pequenas peças de peixe finamente cortadas


Na lista dos sashimi-nigiri, é notável a mestria de António Muniz. A começar pelos gunkan furai, um gunkan crocante de atum, cujo sabor ganha com a alga nori e as ovas de salmão. Atum, barriga de atum, veja, gamba são algumas das espécies usadas nos nigiris, com destaque para o de salmão, com wasabi, e o de salmão, com gengibre e wasabi. Sem esquecer os surpreendentes nigiris de Wagyu braseado, com trufa e caviar.

Tempura de camarão tigre é uma excelente passagem para as entradas quentes


A entrada nos pratos quentes, que simboliza a passagem para as mãos da chef Isaulinda Pires, pode ser feita com camarão tigre em tempura, sésamo, wasabi e gengibre e simboliza a passagem para as mãos da chef Isaulinda Pires

Neste alinhamento, é de experimentar o bacalhau preto e miso saikyo e gengibre, acompanhado, se assim o desejar, por arroz cozinhado ao vapor cebolinha e bimi servido com amendoim com especiarias e sésamo, uma combinação de truz.

O bacalhau preto é um dos pratos mais deliciosos do Mizu


Caranguejo real, espetadas de frango e Wagyu japonês são outras das opções a considerar e a acompanhar com as sugestões da página seguinte. 

Quem resiste aos sabores cítricos do limão a combinar com um créme-brülée?


Créme-brülée de lima-kaffir, creme de limão mão-de-Buda e sorbet de yuzu é como a cereja no topo do bolo, no final de uma refeição neste restaurante, onde vale ainda mais a pena experimentar a culinária japonesa de topo.

Bom apetite!


+ Vila Vita Parc
© Fotografia: João Pedro Rato

+ Legenda da foto de entrada: Gunkan crocante de atum, com a alga nori e ovas de salmão

+ Agradecemos à Lexus o apoio na realização desta viagem, com o modelo Lexus NX 350h

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