No próximo março, a Gulbenkian Música apresenta um festival inédito de Canções Ibéricas com obras em catalão, basco, galego e português de origem popular e erudita. Um festival em estreia que se apresenta, desde a sua génese, com um programa obrigatório.
O festival irá levar ao Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, alguns dos mais destacados cantores e pianistas das regiões mencionadas, como a soprano portuguesa Ana Quintans e o pianista Filipe Raposo; o barítono catalão Àngel Òdena e o pianista Miquel Ortega; o barítono galego Borja Quiza e o pianista Fernando Briones; a soprano basca Miren Urbieta-Vega e o pianista Rubén Fernández Aguirre.
Organizado em parceria com a Fundación Juan March, este ciclo explora a invulgar riqueza linguística da Península Ibérica e a forma como o seu património musical revela de forma intrínseca a vertente identitária de cada região.
Uma viagem musical pela Catalunha, Galiza, Portugal e País Basco, para lembrarmos de tudo aquilo que nos aproxima e que nos distingue.
11/03, 16h00 – Canções Catalãs
A utilização do catalão em todas as formas de arte derivou do esplendor cultural da segunda metade do século XIX. Este concerto percorre os últimos 150 anos de canções catalãs e acrescenta composições mais recentes de dois autores contemporâneos.
11/03, 18h00 – Canções Portuguesas
Ana Quintans e Filipe Raposo propõem uma seleção das melhores canções portuguesas do último século em combinação com vários exemplos do Cancioneiro Popular Português. Carlos Paredes, Fernando Lopes-Graça ou Joly Braga Santos serão alguns dos compositores revisitados.
12/03, 16h00 – Canções Bascas
O terceiro concerto deste ciclo mergulha numa das mais singulares línguas ibéricas – o euskera. A origem desconhecida desta língu, anterior ao latim, bem como a sua profunda ligação à ruralidade, têm dificultado a sua utilização na composição musical.
12 mar, 18:00 – Canções Galegas
A música erudita galega conheceu uma época de esplendor graças a Antonio Fernández-Cid, cronista central da vida musical espanhola do século XX, que encomendou cerca de oitentas canções a partir de poemas galegos.
“O canto popular é a base sobre a qual assenta o fundamento genuíno da arte de uma nação.” Esta conhecida teoria do musicólogo e compositor Felipe Pedrell constitui uma das ideias fulcrais da música da era contemporânea: o folclore é fonte de inspiração para construir uma identidade nacional.
A colocar na sua agenda de março, sem demoras. •