Lucrecia Dalt, uma das figuras mais importantes da música experimental da actualidade, actuará no Salão Brazil, em Coimbra, no próximo mês de abril. Neste momento de reencontro com o público português, Lucrecia Dalt traz na bagagem “¡Ay!”, um dos discos de 2022 para a revista The Wire e o jornal Público, editado em outubro de 2022. O disco foi ainda referenciado nas listas de melhores lançamentos desse ano por publicações como The Guardian, Pitchfork, The Fader e NPR.
Este novo álbum procura canalizar os ecos da vivência da artista multidisciplinar na Colômbia, criando uma equilíbrio entre o passado e o presente. A narrativa criada fala de um pequeno alien que procura vivenciar a experiência de ser humano. A infância de Lucrecia é trazida através dos ritmos da música tradicional colombiana e a busca do pequeno alien dá-nos uma dimensão de ficção científica.
Traçar uma linha do tempo da trajetória sonora de Lucrecia Dalt é uma tarefa árdua. Dedicada à arte sonora e à composição, Lucrecia atravessou uma miríade de áreas musicais, transmitindo impulsos sensoriais inatos e referências escavadas em constelações luminosas. Trabalhando a modulação e os tons incandescentes da sua voz, as suas composições evocam atmosferas magnéticas do seu universo sonoro distinto e sempre em expansão.
Após os aclamados lançamentos de Anticlines (2018) e No era sólida (2020), Lucrecia lançou em 2022 com seu oitavo álbum a solo ¡Ay! – onde a sua habitual experimentação e as suas influências passadas se fundem.
Dos seus anos de formação, Lucrecia herdou obsessões musicais e intuições que a puxaram para órbitas locais próximas de um som experimental, primeiro levando-a a colaborar com o Series Media Collective de Medellín, que lançou seu primeiro álbum Acerca em 2005. A carreira anterior de Lucrecia como engenheira geotécnica permitiu uma habilidade para mergulhar nos mundos multidimensionais do cinema, ficção e astrofísica, manifestando-se nos contornos conceituais dos seus primeiros álbuns solo Commotus (2012) e Syzygy (2013) lançados pela editora Human Ear Music, de Berlim. Ao mudar-se para Berlim em 2014, as tendências surrealistas de Dalt foram reconfiguradas no seu quinto álbum Ou (2015), da editora alemã Care of Editions.
Além da sua música a solo, o abraço de Lucrecia à colaboração interdisciplinar levou o seu trabalho sonoro a uma infinidade de projetos imersivos e audiovisuais. No seu trabalho para cinema, Lucrecia compôs as bandas sonoras originais dos filmes Catábasis (dir. Regina de Miguel) e The Seed (dir. Sam Walker) em 2021, além da banda sonora da série da HBO, The Baby, lançada em 2022. Os seus projetos também incluem a performance de 2018 V.I.T.R.I.O.L. com Regina de Miguel e Ania Nowak, além das instalações sonoras Dazwischen com Camille Mandoki, Sarah Winters e Jordi Salvadó apresentadas no Pavilhão Mies van der Rohe (Sónar Festival, 2019), e You Will Go Away One Day But I Will Not com Maria Thereza Alves, apresentado no Jardim Botânico de Berlim (CTM, 2020). Lucrecia Dalt criou também o ensaio audiovisual Pedis Possessio (Jump Cut / CTM, 2022) em colaboração com Aina Climent, Judit J. Ferrer e Miguel Prado.
Antes deste concerto, a 02 de abril (pelas 19h00), há para ver durante este mês de março no Salão Brazil, em Coimbra:
03/03, 22h00 – Filipe Karlsson. [Esgotado, pode sempre deixar um seu nome para o caso de haver uma desistência].
04/03, 22h00 – Kriol.
10/03, 22h00 – Inês Malheiro e Etienne Nillesen.
11/03, 22h00 – Frankie Chavez.
23/03 e 24/03, 22h00 – B Fachada. [23/03 Esgotado, pode sempre deixar um seu nome para o caso de haver uma desistência].
25/03, 22h00 – BALLA.
30/03, 22h00 – Matt Elliott.
31/03, 21h30 – The Last Internationale.
A tomar nota de tudo. A não perder um acorde deste alinhamento. •