Convent Square Hotel Vignette Collection devolve a História aos lisboetas

Localizado na baixa da capital portuguesa, o Convento de São Domingos é, agora, um retiro urbano. Na mais importante sala são recapitulados os sabores de uma cozinha apurada do chef Vítor Sobral e de bebidas criadas com imaginação.

Parte da construção original é visível no claustro do antigo Convento de São Domingos


A origem do histórico edifício remonta a 1242. Mandado erigir por D. Sancho II, o segundo rei de Portugal, o Convento de São Domingos reflete a simplicidade de uma construção depurada, atributo extensível ao agora Convent Square Hotel Vignette Collection. A fachada revestida a azulejo e as janelas inspiradas numa Lisboa de outros tempos chamam a atenção de quem passa na Rua Dom Antão de Almada, na agitada baixa pombalina da cidade de Lisboa e a dois passos do Rossio. 

Foram mantidos pormenores que comprovam a ancestralidade do monumento


As portas abrem-se para o hall. Fechadas, desvanece-se o som da azáfama do exterior. Ao mesmo tempo, ouvem-se as boas-vindas de quem está na recepção desta unidade luxury lifestyle da PHC Hotels – Portuguese Hospitality Collection, entre as densas e enormes paredes do antigo convento, e onde impera a pedra de lioz. 

A arquitectura moderna dialoga com a secular no Convent Square Hotel Vignette Collection


A primazia é dada ao património edificado deste exemplar histórico de Lisboa. Desde os resquícios de azulejos seculares deixados nas paredes aos escritos outrora gravados nos túmulos de abades e outros nomes da época. Os tectos altos e abobadados testemunham a antiguidade deste edifício, a par com o claustro, com oliveiras centenárias. 

Tamanha ancestralidade mantém, hoje, o diálogo com as peças de mobiliário contemporâneo, que convidam à leitura, à conversa e ao puro deleite neste espaço a céu aberto. Que tal aguardar pelo momento do chá, servido às cinco horas da tarde? De preferência à lareira, disposta neste pátio interior do Convent Square Hotel Vignette Collection, que se irá tornar requisito maior nos dias frios da estação que se avizinha. A música faz companhia, assim como a peça da autoria de Pedro Cabrita Reis criada especialmente para este claustro.


O Capítulo das bebidas e da comida

O “Sedativo”, o cocktail da autoria de Rui Príncipe, é feito para partilhar


Novamente dentro de portas, eis o elegante bar, com um balcão, onde apetece ficar horas a fio à conversa e a experimentar muito do que há neste Capítulo, nome deste espaço outrora ocupado pela sala homónima. Aqui entra uma ínfima parte da história do Convento de São Domingos, quando as plantas medicinais eram utilizadas para produzir pomadas e outras mezinhas a aplicar nos peregrinos. 

Hoje, as plantas aromáticas e medicinais, especiarias e frutas são usadas na feitura de xaropes, infusões e sumos. Misturam-se bebidas espirituosas e outras referências nacionais, seja em vinho, seja em cerveja artesanal, e somam-se técnicas modernas. O resultado converte-se em cocktails vários saídos da imaginação e da mestria de Rui Príncipe, o barman referência do país.

Todos os cocktails de assinatura apresentam nomes sugestivos, como Antídoto, Poção, Remédio ou o tão apreciado Sedativo, pensado especialmente para partilhar. Este último tem a particularidade de ser feito num enorme recipiente em forma de cálice e servido com uma colher de barro em copos com o mesmo formato, mas mais pequenos. O barro dita a regra no bar, com ementa própria, “porque os monges utilizavam o barro”, justifica Rui Príncipe. 

Pormenor da sala do Capítulo, o restaurante do hotel


A filosofia da partilha estende-se à cozinha do restaurante Capítulo. Neste local de bem comer, aberto todo o dia e para todos, fala mais alto a experiência do chef Vítor Sobral. Das suas mãos, “sai” uma “cozinha de matriz portuguesa regional”, com a sopa de tomate fria, os ovos com farinheira e piso de azeitonas, e a presa de porco alentejano assado com vinho tinto e espargos salteados (aqui também com gengibre e puré de batata e nabo) a testemunharem a forte influência do receituário alentejano, ou não fosse o chef desta região. 

Justiça seja feita às saborosas pataniscas de bacalhau do chef Vítor Sobral


O berbigão no tacho, as pataniscas de bacalhau, o croquete de novilho, o arroz do mar e as filetes de pescada com xerém de berbigão e camarão levam-nos a rumar a outras paragens. Acresce a “vertente lusófona marcante” de Vítor Sobral, com destaque para a moqueca de camarão e polvo, acompanhada por arroz de caju torrado, ou o caril de legumes. Tudo é feito “sem a intenção de fazer um restaurante de fine dinning”, até porque a filosofia de partilha faz parte desta antiga Sala do Capítulo. 

A moqueca de camarão é a prova de que Vítor Sobral privilegia a “vertente lusófona” na cozinha


Em suma, consiste numa “proposta que pretende receber locais e pessoas vindas de fora”, conclui o chef Vítor Sobral, que há quase 37 anos exerce a profissão de cozinheiro.


Embalados pela História

Vamos a banhos?


Pelo meio, vale o mergulho na piscina, embora seja de pequena dimensão, instalada no quinto piso do Convent Square Hotel Vignette Collection, ao lado do ginásio.

Insonorização e conforto são atributos deste refúgio urbano


Ambos os espaços são luminosos, à semelhança dos quartos elegantes. A decoração dá primazia aos dourados nos pormenores, numa ausência de exageros e em equilíbrio profundo com os tons seleccionados.

As marcas do tempo e do incêndio ocorrido em 1959, na Igreja de São Domingos, permanecem à vista de todos


Vale o descanso neste refúgio citadino, que dá um novo fôlego ao Convento de São Domingos, paredes-meias com a Igreja de São Domingos. Este imponente edifício de culto, mandado construir por D. Sancho II, reflecte ainda o cunho dos reis D. Afonso III e D. Manuel I, e alterações na sequência dos terramotos de 1531 e 1755. Após este episódio, entra em cena D. João V e o arquitectura João Frederico Ludovice, autor do projecto do Convento Nacional de Mafra e não só, e três casamentos da coroa portuguesa. O destrutível incêndio, ocorrido a 13 de Agosto de 1959, obriga a igreja a fechar novamente as portas, que se reabrem em 1994. 


A marca da história está lá! É visitar e experimentar!


+ Convent Square Hotel Vignette Collection

© Fotografia: João Pedro Rato

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