MIC e Café Curto /
Convento São Francisco

A convocatória MIC | Música Independente de Coimbra é uma vertente de formação artística e profissional do Café Curto, ambos já por mundos Mutantes falados, e é uma iniciativa que procura apoiar a criação e a promoção da música emergente, ao incentivar a profissionalização dos artistas selecionados. O MIC e o Café Curto e Duplo já regressaram.

Os projetos escolhidos – do projecto MIC – integram a programação do ‘Café Curto’ e têm, ainda, a oportunidade de gravar um tema original no estúdio da Blue House e de produzir os respetivos videoclipe e sessão fotográfica com o fotógrafo e videógrafo Tiago Cerveira. Para 2024, a novidade é a possibilidade de dois projetos participarem no Festival Apura, em Coimbra. 

A componente de mentoria é o vetor fundamental neste projeto, sendo sustentada pelo trabalho próximo e cuidado de profissionais especializados com os jovens artistas. Em 2024, todos os projetos terão uma mentoria profissional e ligada ao meio artístico onde se inserem.

Para 2024, o MIC abre espaço a oito projetos e as candidaturas já começaram e estendem-se até ao dia 29 de fevereiro. A apresentação ao público inicia-se no 2.º trimestre de 2024. Pela primeira vez, a convocatória abre o território para os distritos de Aveiro, Viseu, Castelo Branco, Leiria e Guarda, mantendo a ligação a Coimbra. 

No que respeita ao Café Curto continua a acontecer sempre às terças-feiras, às 19h30, e têm a duração de 30 minutos. 

Este ciclo surgiu em outubro de 2020, em contexto pandémico e foi-se adaptando, desenvolvendo e incorporando novas valências, ainda que mantendo a aposta em jovens artistas e projetos emergentes. Para este primeiro trimestre, alguns dos nomes escolhidos, para além de Martim Seabra, são: Miguel Gouveia & Paulo Soares (no passado dia 16 de janeiro), Combo de Jazz EACMC (no passado dia 23 de janeiro), Francisco Fontes (06 de fevereiro), Capital da Bulgária (05 de março) e Malva (19 de março). 

O que ainda vai a tempo de ver neste primeiro trimestre:

06/02 – Francisco Fontes
Francisco Fontes entra no panorama da música como baterista autodidata, até assumir a sua carreira a solo no início de 2021 com o lançamento do EP “Gravidade”. As suas canções transcendem a voz e a guitarra, criando uma atmosfera aparentemente vulgar, onde a simplicidade permite, ao mesmo tempo, que cada poema se difunda de forma percetiva e singular. “Cosmopolita”, o seu novo disco, um acervo de canções que retratam sentimentos e histórias que acontecem no espaço urbano, foi lançado em outubro de 2023 pela Lay Down Recordings e apresentado no Musicbox Lisboa. 

13/02 – Janine Mathias
Janine Mathias é conhecida pela sua cadência musical. Radicada em Curitiba desde 2009, foi lá que nasceu profissionalmente para a música. Canta a autoestima da mulher Negra e celebra, em cada canção, a sua ancestralidade. Ela é samba, é RAP, é soul, é diversidade musical e cultural. Cantora, compositora, atriz e empreendedora cultural, já dividiu palco com grandes nomes como Criolo, Sandra de Sá, Fabiana Cozza e Nei Lopes. O seu segundo álbum a solo, “o RAP do meu Samba”, foi lançado em 2022 e conta com direção musical de Rodrigo Campos. Realiza a sua primeira tour internacional a convite de fãs que se tornaram amigos, criando novos caminhos e sensações para quem canta e para quem escuta.

20/02 – Hidden Horse
Hidden Horse é a nova dupla dos fundadores de Beautify Junkyards. João Kyron é o alquimista responsável pelos sintetizadores e samplers, enquanto Tony Watts assume a percussão com peças que o próprio vai encontrando em velharias microfonadas e processadas por efeitos aliadas à bateria eletrónica. No segundo álbum de originais, “Incorporeal”, editado em vinil pela Holuzam em setembro de 2023, os Hidden Horse reforçam uma sonoridade personalizada de cariz eletrónico, entre o pós-industrial e correntes ambient contemporâneas, entre exercícios de desconstrução rítmica e experiências laboratoriais de texturas analógicas. 

05/03 – Capital da Bulgária 
Capital da Bulgária é o nome artístico de Sofia Reis, cantora, compositora e produtora de Sintra. A artista, assinada pela Sony Music, já conta com quatro singles editados, todos eles integrantes do álbum de estreia que será editado no primeiro trimestre de 2024. Com uma capacidade única de abordar o que lhe vai na alma em potentes canções, ao mesmo tempo que comunica com o exterior num efeito espiral de humor e sentidos bem apurados, Capital da Bulgária já deu provas de todo o seu potencial na escrita, voz e até mesmo na produção. Dona de uma aptidão multifacetada, Capital da Bulgária tem deixado o seu cunho artístico em todos os processos de criação, desde a canção, ao design, à direção de fotografia e vídeo. Recusa os rótulos à música que faz e não sabe dizer se tem inspirações diretas, no entanto, sabe sim que tudo o que consome a alimenta. Nomes como Yebba, Labrinth, Bill Withers, Bo Burnham, Finneas, H.e.r., Rex Orange County, Victoria Monét, Yuri N5, T-Rex e Salvador Sobral fazem parte do seu dia a dia. 

19/03 – Malva 
Carolina Viana deu-se a conhecer em redoma, dupla portuense de sonoridade rap e ritmo desconstruído e poético, que formou com a produtora Joana Rodrigues. Em 2023, dá um passo a solo para fora da redoma, em busca de uma linguagem individual. Assume a personalidade artística de Malva, nome dado às flores que aceleram a cicatrização de feridas, e edita o primeiro single ‘extremidades’. A estreia, em nome próprio, retrata os limites do corpo e da alma e os excessos conscientes e inconscientes dessas limitações, através de uma sonoridade crua e visceral. Após ‘extremidades’, colabora com INÊS APENAS na faixa ‘Tensa’, escrita por ambas e produzida por Joana Rodrigues, com entrada direta na EQUAL Global, playlist editorial do Spotify. Malva lança, agora, o primeiro álbum, ‘vens ou ficas’, que inclui os singles ‘extremidades’, ‘como se início’ e ‘manhã’.

Café Duplo
Na última sessão de cada mês, o ‘Café Curto’ proporciona um espetáculo de 60 minutos, fruto de um processo de sinergias e cocriação em ambiente de residência artística, em que dois artistas — sendo um originário da região de Coimbra/Centro — apresentam os seus temas e se juntam em palco para momentos musicais conjuntos e inéditos, desenvolvidos em residência prévia, no estúdio da Blue House.

Destes encontros, têm surgindo criações de Luís Figueiredo & Maree Lawn, Helder Bruno & Rui Maia, Diogo Alexandre & Ana Deus, João Mortágua HOLI & St James Park, Filipe Furtado Trio & Cabrita, Pedro Branco & José Valente, Mara Simpson & Diogo Mendes, Luca Argel & Vânia Couto e April Marmara & help!. Tendo estes últimos quatro encontros chegado ao Teatro Municipal de Bragança, na primeira extensão que este ciclo teve. 

Para o ano 2024 e já em janeiro, há uma parceria entre Tiago Saga & Surma. Em fevereiro e março, haverá Miguel Cordeiro & Nacho Casado e Paulo Vicente & Bia Maria, respetivamente. 

30/01 – Tiago Saga + Surma
Tiago Saga é o criador do projeto Time for T, um puro rafeiro que celebra a fluidez artística e a fusão de raízes diversas e que já passou por festivais como Vodafone Paredes de Coura, Meo Sudoeste, NOS Alive, Green Man e Sundance Film Festival. Apresenta-se acompanhado da sua guitarra e junta-se a Surma neste Café Duplo. Surma tem emitido uma luz especial e rara no panorama musical português, inspirando-se no silêncio para criar o seu próprio universo de canções de jazz, electrónica, e uma multiplicidade de influências, explorando caminhos nem sempre óbvios, mas com uma forte identidade. O novo disco “alla” é um desafio sem barreiras, onde se rodeia de várias participações de variados géneros musicais para adensar e consolidar ainda mais o seu mundo tão próprio.

27/02 – Miguel Cordeiro + Nacho Casado
Miguel Cordeiro é um cantautor de Tondela que em Coimbra encontrou o seu ninho poético. Desde a maravilhosa voz à sensibilidade lírica, balança nas suas canções o pendor contemporâneo com o conforto do cancioneiro tradicional. Neste Café Duplo junta-se a Nacho Casado, compositor, autor, guitarrista e cantor espanhol, uma fusão de cantautor brasileiro pelas águas do mediterrâneo. O início da sua carreira a solo levou-o a percorrer a Europa com artistas estadunidenses tais como Damien Jurado, Neil Halstead ou Olof Arnalds. O seu mais recente trabalho, intitulado “Disco Bleu”, teve repercussões na América do Sul e Japão, país onde vai lançar um disco exclusivo com o selo Tokio Hayabusa Landings. 

26/03 – Paulo Vicente + Bia Maria
Paulo Vicente, natural de Bragança, é um produtor musical com colaborações em áreas distintas como teatro, dança, pintura e cerâmica. A sua música revela texturas que tocam as sonoridades da electrónica ambiental e do jazz experimental. É um dos membros fundadores do coletivo de música eletrónica improvisada Desterronics e colaborou com músicos como Vitor Rua, Jari Marjamaki e Carlos Santos. Bia Maria, nascida e criada em Ourém, é padroeira do ato de “escreviver”. Num precipício entre Beatriz e Maria, a sua caneta vem desfolhar um diário de cores e dissabores. Convoca melodias com origem no fado, na pop, na bossa nova e no canto popular, para as condensar em temas ora terra-a-terra, ora sonhadores. Para 2024, prepara-se para lançar o seu álbum de estreia Qualquer Um Pode Cantar.

A tomar nota na sua agenda cultural. •

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