Vhils, Joana Vasconcelos, Joan Miró ou Pablo Picasso são um ínfimo exemplo de um enorme desfile de nomes dispostos nas paredes deste cinco estrelas, de olhos postos no rio Douro e na cidade do Porto. Uma espécie de núcleo expositivo, a contemplar com o tempo devido.

Entre paredes seculares do casario antigo de Vila Nova de Gaia está o Tivoli Kopke Porto Gaia, o mais recente hotel de cinco estrelas erguido na margem sul do rio Douro, que toma conta da paisagem e traça a fronteira com a cidade do Porto, do outro lado deste emblemático curso de água, sem deixar escapar a Ponte D. Luís I. Instalado nas centenárias caves Kopke – “as mais antigas do mundo”, segundo Bruna Coelho, Marketing & Communications Manager da unidade –, restauradas com a minúcia de um mestre artesão e sob o nome da mais vetusta casa de Vinho do Porto, fundada em 1638, tem, também, nas referências vínicas DOC Douro, produzidas na Quinta São Luiz, localizada em Adorigo, concelho de Tabuaço, e da Quinta da Boavista, situada perto do Pinhão.

Os edifícios do Tivoli Kopke, de onde sobressaem o granito e a tonalidade de sempre, por respeito à traça arquitetónica vincada nestas ruas históricas de Vila Nova de Gaia, ocupam uma área de 20.000 m². Estão dispostos em socalcos, como se de uma ode à Região Demarcada do Douro se tratasse e divididos em três áreas: Vintage, Tawny e White.
Os 150 quartos e suítes estão distribuídos pelo conjunto edificado. As tonalidades associadas à terra e ao vinho predominam nos interiores, as quais são complementadas com o verde dos pequenos terraços de alguns destes aposentos, com vista para o rio. A contemporaneidade é firmada pelas peças de mobiliário, os candeeiros e os objetos decorativos. O conforto é um aliado a enaltecer neste contexto dedicado às noites bem dormidas, mas também ao bom gosto alinhado com a arte.
Exposição permanente
A arte, com a chancela da Fundação Abanca, é o domínio prodigioso desta unidade de cinco estrelas. Pelos espaços comuns, é visível a importância atribuída sobretudo à pintura e a instalações de artistas do mundo. O quadro Sevillanas, de Arman, pintor e escultor franco-americano, é um dos exemplos desta imensa exposição, que prontamente conquista o olhar de quem passa.
A cedência é comum a obras de arte da autoria da artista plástica luso-francesa Joana Vasconcelos, que dá cor, em dose dupla, ao Tivoli Kopke, graças às duas Valquírias dispostas em locais estratégicos. Superlativa atenção é dada, igualmente, à pintura do espanhol Pablo Picasso ou dos catalães Salvador Dalí e Joan Miró, bem como do parisiense, que, posteriormente, se tornou catalão, Xavier Mascaró. Sem descurar o trabalho de Vhils, a observar no pátio exterior, contíguo ao espaço partilhado pela receção do hotel e pelo 1638 Restaurant & Wine Bar by Nacho Manzano.
Pelo corredor do piso dois, desfila uma enorme recolha fotográfica a preto e branco registada pela lente do portuense Domingos Alvão, que, ao longo da carreira, fez uma valiosa recolha fotográfica, do Douro e das cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, e ds suas gentes, mas também sobre a temática do Vinho do Porto, as tradições seculares associadas a t\ao apreciado produto e a história das vinhas da mais ntiga região demarcada do mundo. Trata-se de um espólio, que testemunha os tempos vividos no final e no início do século XX.
No andar imediatamente abaixo, janelas envidraçadas acicatam a curiosidade, que convida os hóspedes a verem o que se há do lado de lá. A extensa adega da Kopke, onde continuam depositados mais de 2,5, milhões de litros de Vinho do Porto, de acordo com as palavras da nossa cicerone, Bruna Coelho. Ao fundo, repousam as coleções especiais.

O acesso a esta “cave viva”, como lhe chama a Marketing & Communications Manager do Tivoli Kopke, é feito através da garrafeira. Trata-se de uma sala multifuncional, onde jantares e provas vínicas, entre paredes de granito, urgem acontecer, para mostrar o potencial maior do Vinho do Porto.
Spa com vinho?

As cinco salas de tratamento do Tivoli Spa têm vista para o lago da propriedade
Sem dúvida! Há uma gama de produtos desenhados especialmente para este o Tivoli Spa, um dos quais uma fragrância, além de outros para o corpo. O chá de assinatura, por exemplo, é feito a partir de Vinho do Porto, a par com outros, que detêm propriedades curativas da aromaterapia e das uvas.
Particular atenção para o tratamento de assinatura, The Essence of Kopke. Inclui pedras de xisto da região do Douro, as quais são previamente aquecidas, um manto de rolhas de cortiça aromatizadas e uma vela com infusão de Vinho do Porto. O relaxamento quer-se por inteiro em qualquer uma das cinco salas luminosas, disponíveis no Tivoli Spa, com enormes janelas envidraçadas, que oferecem uma vista singular para o lago. Segundo a terapeuta Rita Monteiro, a Spa Manager Cristiana Cardoso “trouxe a magia necessária, para completar os tratamentos daqui”.
Os 450 m² do Spa incluem a piscina interior de água aquecida, com hidrodinâmica com fototerapia, para prolongar o relaxamento. Sauna e banho turco fazem o desfecho deste espaço, juntamente com o ginásio virado para a piscina exterior e a cidade do Porto.
Gastronómico ou informal?
No núcleo central do Tivoli Kopke está o 1638 Restaurant & Wine Bar by Nacho Manzano é lugar destinado à alta cozinha. A começar pela decoração sóbria e pela vista para o rio Douro e o Porto. Nos bastidores, é o chef Tony Salgado, natural de Andorinha, freguesia do concelho de Coimbra, quem acompanha na confeção dos pratos assinados pelo chef Nacho Manzano, da Casa Marcial, restaurante localizado na região das Astúrias, no norte de Espanha.
A cozinha da terra natal de Nacho Manzano é replicada neste restaurante. “A abordagem é a mesma, mas os pratos são feitos com produtos daqui”, garante Tony Salgado. É, portanto, uma viagem pelas Astúrias, à infância e à casa do chef do referido principado do país vizinho, um roteiro cheio de sabor e rico em texturas, ambos realçados pelo chef conimbricense.
O início de cada jantar é acompanhado pela entrega do menu sensações de Nacho Manzano, uma espécie de quizz, que desafia a partir à descoberta. No final, chega a vez da descrição de cada prato num menu, a mudar a cada dois meses.
No piso abaixo e detentor de uma panorâmica para o casario do Porto, está o Boa Vista Terrace by Nacho Manzano, com um terraço, que convida a ficar depois da refeição. Aberto para almoços e jantares, mais informais além dos pequenos-almoços, apresenta uma ementa de inspiração Atlântica. Bacalhau confitado, mexilhão e arroz de galo são sugestões a considerar. Sem descurar da Salada russa ou do prato de pescada, memórias de infância, que vale a pena recordar.

Albert William da Costa é o escanção desta unidade de cinco estrelas
De volta ao edifício central, mais concretamente ao topo, fica o registo de consultar a carta de cocktails exclusivos de vinho do Porto do Sky Bar Kopke. Aqui, cada cocktail é uma homenagem ao Porto e ao Douro, sejas nos ingredientes, seja nos sabores e até nos nomes, desde o exótico Fig Royale ao sofisticado Velvet Smoke, passando pelo Riverside Bliss ou pelo Serra do Pilar. Recomenda-se, ainda, o bar da piscina e o bar contíguo ao restaurante de alta cozinha, um dos espaços de eleição para as provas de vinho conduzidas pelo escanção Albert William da Costa.
Jardins ao ar livre, incluindo uma área com ervas aromáticas para uso do chef, são pretexto para um passeio sereno pelo Tivoli Kopke, a terminar no “Caminho Romântico”, uma rua estreita, mas restaurada, que dá acesso ao passeio ribeirinho de Gaia, à beira do rio Douro.
É ir!