Com mundos e fundos a música, e conversa em torno da mesma, pode ir mais longe e enriquecer, indubitavelmente, o nosso universo cultural, fazendo-nos viajar mais além, para mundos com fundos que pouco conhecemos ou até mesmo desconhecemos.
As Jornadas “Mundos e Fundos. Mundos Metodológico e Interpretativo dos Fundos Musicais” estão de volta para a sua 3.ª edição, nos espaços da Universidade de Coimbra. Para Paulo Estudante, co-coordenador científico das Jornadas Mundos e Fundos (em conjunto com José Abreu), o grande objetivo desta iniciativa é “por um lado investigar o fundo musical que pertence à Biblioteca (Geral) e por outro materializar do ponto de vista artístico esse material musical”. A Biblioteca de uma Universidade Património da UNESCO, já imaginou o espólio que ela pode guardar do mundo musical?
Entre os dias 22 (hoje) a 24 deste mês de outubro aliam-se conversas e concertos, uma aliança que cremos perfeita; e 23 e 24 de outubro a Casa das Caldeiras (Coimbra) recebe a iniciativa “Comunicações e Oficinas”. Os momentos musicais estão reservados para as noites de 22 a 24: o grupo famalicense Capella Musical Cupertino de Miranda atua hoje, sob o tema “Et Lux Perpetua“, na belíssima Capela da Universidade de Coimbra, e nos dias seguintes, 23 e 24, é vez dos Capella Sanctae Crucis, grupo Ensemble residente da Universidade de Coimbra, num concerto com o título “Oy que los cielos se alegram” que vai passar pela Igreja de Santa Cruz (dia 23, quinta-feira) e pela Capela da Universidade (dia 24, sexta-feira). São três dias em que Coimbra e a sua Universidade o convidam a viajar na história da música, a um passado, a um universo clássico que, infelizmente, muitas vezes, muitos deixamos escapar, não lhe dando tempo para o ouvirmos.
O objetivo destas Jornadas Mundos e Fundos de investigação, diálogos e concertos é, sem rodeios alguns, chamar a atenção para um fundo musical absolutamente extraordinário que está e é conservado na vetusta Universidade da Lusa Atenas – “têm também este propósito de mostruário, de chamar, interna e externamente, a atenção para um fundo musical absolutamente extraordinário que é conservado aqui na Universidade”, revela Paulo Estudante. “Mundos e Fundos. Mundos Metodológico e Interpretativo dos Fundos Musicais” é um espaço de apresentação e diálogo do projeto multifacetado da Universidade de Coimbra em torno da fonte musical. Motivado pelo espólio da Biblioteca Geral o projeto está integrado Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra e assenta em três vertentes complementares: investigação, formação de massa crítica e valorização. A primeira destas concentra-se em torno do levantamento das fontes musicais, do seu estudo e respectiva edição crítica, ou ainda, de um forma mais abrangente, da realização de estudos que explorem transversalidades geográficas, cronológicas, formais ou outras contribuindo para um conhecimento alargado do fenómeno musical. A segunda vertente do projecto Mundos e Fundos, a da formação de massa crítica, entendida como fundamental, encontra-se alicerçada no Mestrado e no Doutoramento do curso de Estudos Artísticos do Departamento de História, Arqueologia e Artes da Universidade de Coimbra. Finalmente, Investigação e Formação, são acompanhadas de uma forte preocupação com a Valorização. É assim entendido como essencial comunicar aos pares e ao público não só os resultados científicos conseguidos no âmbito do projecto mas sobretudo, porque de Música se trata, potenciar o resultado artístico. Um projeto de excelência que abre a Universidade ao público geral, convidando-o a viver e conhecer sonoridades dos séculos XVI e XVII, parte da nossa história.
O programa para que tome nota e marque presença:
22/10, pelas 21h30 – Capela da Universidade – “Et Lux Perpetua“, Capella Musical Cupertino de Miranda / Música do “Livro dos Defuntos” da Universidade de Coimbra (séc. XVI).
23/10, pelas 18h30 – Igreja de Santa Cruz – “Oy que los cielos se alegram”, Capella Sanctae Crucis / Música do Mosteiro de Santa Cruz (séc. XVII).
24/10, pelas 21h30 – Capela da Universidade – “Oy que los cielos se alegram”, Capella Sanctae Crucis / Música do Mosteiro de Santa Cruz (séc. XVII).
A ir, em Coimbra. •
+ Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos Da Universidade de Coimbra
+ Mundos e Fundos
+ Capella Musical Cupertino de Miranda
+ Capella Sanctae Crucis