Ladies and Gentlemen, let’s talk about Marta Ren & The Groovelvets… ‘cause you must “Stop Look [and] Listen“!
A sonoridade, exímia, de retro-soul de Marta Ren transporta-nos, logo no arranque, para todo um universo da soul americana que torna o abrir desta nota em inglês em algo inevitável. São 12 composições (+ um soberbo extra) onde a groove é senhora de todo um trabalho que pede para se parar, olhar e ouvir, onde a voz de Marta é rainha de um estilo que derrete, que nos faz aquecer ao ritmo da soul genuína que vive na sua alma.
Não. Marta não é novata nestas lides da música. Há mais de 15 anos que percorre as pautas da música, primeiro com os Sloppy Joe e depois nos Bombazines onde consolidou o seu exquisite talento para a old-school – (de novo, fugimos para a língua inglesa). E porquê velha-guarda? Porque o que aqui ouvimos é, indubitavelmente, um álbum irrepreensível da mais clássica soul, levando a crítica internacional especializada a ficar rendida, tal como por estas bandas Mutante(s), à voz, música e imagem de Marta Ren no seu ansiado álbum de estreia, “>Stop >Look >Listen”: “a welcome addition to the upper echelon of the retro funk scene” Wax Poetics Magazine USA; “Porto’s princess Marta Ren & The Groovelvets slams down her letter of intent with this brash, bristling and very exciting debut. Basically it’s just what the doctor ordered! (…) her time is now!” Blues And-Soul Mag UK; “Outstanding album, big in 2016!” The Craig Charles Funk & Soul Show BBC6, entre tantas mais.
O trabalho chega-nos com uma apresentação que é uma suma do que espelha – “não há Soul se não houver vida. Vida cheia. Altos e baixos. Entusiasmos e desilusões. Amores e traições. Vida vivida. E como a própria Marta diz numa das suas grandes canções, não é possível dar corpo à Soul sem uma crença inabalável, uma honestidade arrebatadora e uma atitude sem limites“. Marta Ren é, na lírica e na voz, uma senhora voz que nos transporta para outros tempos, com um conjunto heterogéneo de composições originais que nos fazem saltar da cadeira com um ritmo acelerado ou mover-nos suavemente ao som da balada. Do Groove Funk de “Release me” à força da balada Beat “So long”, nada nos deixa indiferentes a este (novo) caso sério da música nacional, de uma Marta que, sem medos, avisa que “I’m Not Your Regular Woman” (versão singular da obscura canção de Lucille Mathis). E não é mesmo. É surpreendente e a ter na mira. “Summer’gone” (o tal extra que é o fechar do álbum em grande) e “2 Kind of Men“, singles que há muito preenchem os nossos ouvidos, eram o anunciar do que vinha por aí e Marta Ren não desilude e não é disco de apenas dois singles-êxito. É um álbum que nos deixa com “Smilling Faces“, é um trabalho forte, no seu todo, que vai dar que falar hoje e mais à frente.
Uma voz quente e bem envelhecida (ou não nos soasse Ren às grandes vozes da soul americana que marcaram a década de 1960) que se une a um muito respeitável e indispensável conjunto de Groovelvets – Sérgio Marques (baixo); Hugo Danin (bateria); Bruno Macedo (guitarra); Sérgio Alves (teclados); Manu Idhra (percussão); Paulo Gravato (saxofone barítono); João Martins (saxofone tenor/ saxofone alto); Rui Pedro Silva (trompete); José Silva (trompete) e João Sêco (trombone) – num álbum cheio de groove, de soul, de funk, de música que nos leva aos tempos da soul genuinamente criada, com temperos contemporâneos e um timbre único.
Sem mais escusado palavreado, sem dizer o que é óbvio música a música, “>Stop >Look >Listen” é um álbum obrigatório. Marta Ren & The Groovelvets um som a reter e a não perder da mira auditiva. •
+ Marta Ren & The Groovelvets
© Fotografia: Sara Quaresma Capitão.
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