Como tem sido habitual nos últimos anos, a rentrée do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, volta a ser marcada por mais uma edição do Manta, com dois concertos.
O Manta tem proposto, ano após ano, um cartaz que cobre a arte da criação musical no plano nacional e internacional. Este ano, o Manta tem data marcada para o início do mês de setembro – dias 5 e 6 – nos jardins do espaço cultural vimaranense, com um enquadramento arquitetónico e cénico únicos; abrindo Guimarães, uma vez mais, o palco a conceituados projetos da atualidade, num contexto intimista.
Na noite de 5 de setembro, sexta-feira, o Manta inaugura com os Linda Martini, banda portuguesa que é considerada uma das mais altas representantes da indústria musical portuguesa atual. Os Linda Martini nasceram em 2003 e a sua sonoridade junta influências do post-rock e punk, ao mesmo tempo que mergulham em universos literários como o de Henry Miller, cuja famosa expressão “olhos de mongol” serviu para dar nome a um dos seus trabalhos. Bebem ainda inspiração em grandes nomes da música portuguesa tendo como premissa o detalhe da palavra. Em 2013, a banda lançou “Turbo Lento” e vai a Guimarães com este álbum na bagagem, para um concerto que se adivinha especial quer pelo espaço de apresentação, quer pela maturidade que evidenciam, ou seja, o palco certo na hora certa. Com uma carga sónica forte, sobem ao palco dia 5 de setembro.
A noite de sábado tem sido ocupada por grandes artistas internacionais e este ano não será exceção. No palco do Manta estará o músico de carreira estabelecida e grande escritor de canções, Luke Haines que vai a Guimarães mostrar a força das suas canções e proporcionar mais um serão inesquecível na história do evento. Luke Haines atua no Manta num concerto único em Portugal, este ano, e traz na bagagem uma longa e multifacetada carreira. Com a sua banda The Auteurs, editou em 1993 o álbum de estreia “New Wave”, que foi apontado como o primeiro marco da vaga Britpop dos anos 1990, que viria a tornar famosas bandas como os Blur ou Oasis. Os The Auteurs foram, por via dessa obra, nomeados para os Mercury Prize desse mesmo ano, que haveria de ser ganho pelos Suede. A mestria de Haines com os The Auteurs rendeu mais 2 álbuns consecutivos de originais, dando depois lugar a outro tipo de aventuras criativas que haveriam de ganhar forma mais definitiva com o lançamento da sua carreira a solo, afirmando-se como escritor de canções bem reconhecido, da sua geração. A importância do legado de Haines na história da música pop contemporânea está retratada nos seus livros de memórias e ainda num documentário realizado por Niall McCann sobre a sua pessoa, intitulado “Art Will Save the World”. Luke Haines não deixa contudo que o passado se torne na matéria central da sua memória, mas serve-se dele como fonte de inspiração para gravar novas obras como é o caso do muito aclamado “New York in the 70’s”, de 2014. Sábado, dia 6 de setembro, é noite de encontro marcado com o Luke Haines.
São dois concertos com entrada gratuita logo… não há desculpa para ficar em casa. •
+ CCVF