Mais programação / 725 Anos Universidade de Coimbra

Quando se celebram 725 anos de vida… a festa tem de ser longa e repleta de eventos. A Universidade de Coimbra leva a sério a sua vetusta idade e apresenta os eventos alinhados para o início do novo mês que já está à espreita, abril. Eis uma agenda bem preenchida, para si, para continuar a celebrar os 725 Anos da Universidade de Coimbra.

01/04 e 02/04Espetáculo – “Ainda hoje era ontem“, TAGV. “Somos todos fruto do encontro de uma mulher e de um homem, e, frequentemente, somos também as suas vítimas. As relações humanas são feitas de tantas partes que o mais fácil é faltarem algumas, e por isso vamos amando defeituosamente, com peças soltas e ruídos indesejados, por isso nos desviamos do caminho e sofremos todos os acidentes. A história que aqui vai contada terminou antes de começar, por isso é importante contá-la, porque ensina o fim antes do começo. As nossas vidas são as histórias que contamos entre um encontro e outro encontro, sempre diversas, em permanentes mutações, acrescentos e amputações. Uma relação é o compromisso possível entre duas histórias, uma ficção disjunta que só a imaginação pode aguentar. A história que aqui vai contada começou antes de terminar“, Nuno Camarneiro.

03/04, 21h30 – Concerto – “Requiem Alemão OP.45“, Sé Velha. Um Requiem Alemão, sobre palavras da Santa Escritura, Op. 45 (em alemão: “Ein deutsches Requiem, nach Worten der heiligen Schrift, op. 45“) de Johannes Brahms, é uma obra para coral, orquestra e solistas, composta entre 1865 e 1868. Com sete partes, que demoram cerca de 70 minutos, é a maior obra de Brahms. O Requiem de Brahms é música sacra, mas não música litúrgica como os réquiens de Verdi, Mozart e outros compositores católicos. Brahms, assim como Bach, era protestante luterano e exprime com a sua obra a seriedade e firmeza da fé dessa igreja tradicional. De Johannes Brahms, tem interpretação do Coro Sinfónico Inês de Castro, Orquestra do Norte e direção de Artur Pinho Maria.

“Ainda hoje era ontem” © DR.

07/04 a 29/05Exposição – “Universidade de Coimbra Património Mundial da Humanidade e a Medicina“, Delegação de Coimbra da Fundação Portuguesa do Pulmão. É uma exposição onde são apresentadas cerca de meia centena de objetos pertencentes às coleções da Faculdade de Medicina, do Museu da Ciência, da Biblioteca Geral da Universidade e dos CHUC (Hospitais da Universidade de Coimbra). As visitas serão guiadas e realizam-se às terças-feiras e quintas-feiras das 14h30 às 17h30. A inauguração está marcada para 7 de abril, às 18h00.

07/04Espetáculo – “Lembrar Orpheu 1915-2015“, Leituras Encenadas, TAGV. Homenagem aos poetas e artistas que, há 100 anos, publicaram a revista Orpheu, obra inigualável na literatura e nas artes em Portugal, marco histórico decisivo na eclosão do “primeiro modernismo” português. Participação: António Amaral Tavares, Cátia Silva, Eduardo Godinho, José Crespo de Carvalho, Manuel Viegas Abreu, Margarida Pedroso Lima, Maria Manuela Abreu, Mariana Morais, Miriam Jorge, Nuno Seiça.

09/04 a 11/04, 9h00 – Conferências e Debates – “Universidade / Universalidade. Da Academia de Platão à Academia de Coimbra“, Instituto Justiça e Paz (Salão Nobre). Três dias de conferências e debates com: Tomas Calvo, Francesco Fronterrotta, José Meirinhos (U. Porto), Paula Oliveira e Silva (U. Porto), John Marenbon (U. Cambridge), Paula Barata Dias (UC), Saul António Gomes (UC), António Rebelo (UC), Carlos Reis (UC), Sebastião Tavares de Pinho (UC), Fernando Taveira da Fonseca (UC), Nair Castro Soares (UC), Margarida Miranda (UC), Juan María Gómez (U. Extremadura, Cáceres), Eduardo Navarro (U. São Paulo), Carlos André (UC), Carlota Miranda Urbano (UC), Jan Bloemendal (U. Amsterdão), Mário Santiago de Carvalho (UC), Belmiro Fernandes Pereira (U. Porto), Violeta Pérez Custodio (U. Cádiz), Kees Meerhoff (U. Amsterdão), José Joaquim Gomes Canotilho (UC), Maria do Céu Fialho (UC), Guilherme d’Oliveira Martins (Presidente do Tribunal de Contas, Lisboa); Martha Nussbaum (U. Chicago), Maria Luísa Portocarrero (UC), José Augusto Cardoso Bernardes (UC), José António Bandeirinha (UC).

09/04, 21h30 – Espetáculo – “O meu país é o que o mar não quer“, TAGV. “Este espetáculo documental, que nasceu da minha estadia em Londres em 2013 enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, é construído a partir do meu relato pessoal incidindo nos testemunhos de emigrantes portugueses qualificados, recolhidos através de entrevistas, cartas, fotos e e-mails. Estes testemunhos são de pessoas que conheci em Londres e que tiveram de sair do nosso País devido às medidas de austeridade da TROIKA e do Governo Português, ou que deixaram o País por vontade própria mas que agora não conseguem regressar por falta de perspetivas de futuro no país de origem. É a minha estória, a história de uma geração dividida entre partir e ficar” Ricardo Correia. Criação de Ricardo Correia com o apoio de Jorge Louraço e Sérgio Dias Branco, tem co-produção com TAGV.

09/04 e 10/04, 22h30 – Espetáculo – “Hydra & Orpheu“, Salão Brazil. É um espetáculo que tem inspiração nos movimentos artísticos e literários entre o Simbolismo e o Futurismo, bem como na influência do poeta Camilo Pessanha na geração de Orpheu, celebrando assim os 100 anos da publicação da revista homónima. Parte do encontro criativo entre o Colectivo DEMO e os músicos do Jazz Ao Centro, explorando a relação do corpo, do movimento e da palavra com a música e o espaço. Este espetáculo insere-se no projeto Inscrição, um projeto multidisciplinar que cruza artes performativas, visuais e literatura. Este será o mote para toda a investigação artística que perpassa o projeto. Criação, encenação e interpretação: Cheila Pereira, Cláudio Vidal, Gil MAC, Margarida Cabral e Paula Rita Lourenço. Desenho e montagem de luz: Nuno Patinho. Composição musical: José Miguel Pereira (contrabaixo), Marcelo dos Reis (vários instrumentos) e João Mortágua (saxofones).

“O meu país é o que o mar não quer” © Filipa Alves.

10/04ConcertoReal Combo Lisbonense “Saudade de você – Às voltas com Carmen Miranda”, TAGV. O Real Combo Lisbonense apresenta Carmen Miranda. Um espetáculo que atravessa quase três décadas de história musical da cantora mais internacional alguma vez nascida em Portugal. “Saudade de Você – às voltas com Carmen Miranda” é o primeiro álbum do grupo, cinco anos depois do EP inaugural, homónimo, que assinalou a estreia de um coletivo em torno da música portuguesa dos anos 1950 e 1960, tocada por conjuntos e orquestras. Com o objetivo de renovar e reinterpretar as canções popularizadas por Carmen Miranda, o novo trabalho da banda inclui onze temas, entre sambas e marchas, a maioria em língua portuguesa.

10/04, 18h00 – Tertúlia – “Camilo Pessanha e a influência da sua poesia na geração de Orpheu“, Casa da Escrita. O conjunto de tertúlias “De Pessanha a Pessoa: do Simbolismo ao Futurismo” insere-se no projeto Inscrição, um projeto multidisciplinar que cruza artes performativas, visuais e literatura. No seu âmago encontra-se a vida e obra literária de Camilo Pessanha, bem como os movimentos literários do Simbolismo ao Futurismo. Este será o mote para toda a investigação artística que perpassa o projeto. Nas várias sessões estará inerente a leitura de poemas de João Rasteiro e a presença de outros ilustres convidados. A Tertúlia II “Camilo Pessanha e a influência da sua poesia na Geração de Orpheu” tem a participação de António Apolinário Lourenço e a moderação de Marco Alexandre Rebelo.

10/04, 21h30 – Espetáculo – “Alentejo Alentejo de Sérgio Tréfaut“, Conservatório de Música de Coimbra. De origem popular, o cante alentejano sobrevive graças aos grupos que o cultivam no Alentejo e na periferia de Lisboa, os quais recapitulam em ensaio o repertório conhecido de memória, quase sem registo escrito ou sonoro e com reduzidas alterações criativas. No Alentejo, dezenas de grupos amadores reúnem-se regularmente para ensaiar antigos cantos polifónicos e para improvisar cantos sobre o tempo presente. Nascido nas tabernas e nos campos, cantado por camponeses e por mineiros, o cante alentejano deixou os campos e atravessou as fronteiras da sua região. Nas últimas décadas, com a diáspora alentejana, apareceram novos grupos na periferia industrial de Lisboa e em diversos países de emigração, acentuando o cante como traço identitário dos alentejanos onde quer que estejam. Este filme é uma viagem pelo Portugal contemporâneo, através de um modo musical único e dos seus intérpretes.

11/04Espetáculo – “Ombro a Ombro“, Casa da Madeira. “Ombro com Ombro” é um espetáculo que reúne as vozes de um grupo coral de Cante Alentejano e o GEFAC na sua abordagem à tradição oral alentejana. O Cante é assim: há um espaço para cada um. É marca de um povo que não sabe ser sem criar, que não sabe estar sem partilhar.

E isto é programa até 11 de abril e mais haverá. Por agora, já é muito a colocar na sua agenda cultural se por Coimbra estiver ou passar, nos inícios de abril. Celebre com a cidade os 725 anos de uma Universidade cheia de história. •

+ 725 Anos Universidade de Coimbra
© Fotografia de destaque: Real Combo Lisbonense por Nuno Sousa Dias.

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