Vem por aí… “O Retiro” / Rodrigo Leão

“O Retiro”, de Rodrigo Leão é o álbum que está na nossa mira, no nosso horizonte… que é desejo de nossos ouvidos e certamente dos seus.

re.ti.ro [ʀəˈtiru] (nome masculino)
1. Lugar retirado; sítio ermo.
2. Descanso; paz espiritual.
3. Afastamento do mundo para recolhimento, oração e meditação; isolamento temporário.
A definição acompanha a nota de imprensa que nos chega, à Mutante, anunciando um álbum que será editado sob o selo da prestigiada editora Deutsche Grammophon. Une-se um músico/ compositor de excelência a uma editora superlativa e o resultado da soma só poderá vir a ser, estamos bem crentes, unique!

O curioso deste anúncio, é que o novo disco de Rodrigo Leão se chame “O Retiro” sendo o mesmo criado num dos momentos mais ativos da sua carreira. Todavia, é um dos mistérios da criatividade artística: tentar explicar porquê hoje e não amanhã, porquê assim e não de outra maneira. Faz parte, está no ADN da criação nas artes. “O Retiro”, marca a estreia de Rodrigo Leão no prestigiado selo erudito Deutsche Grammophon, é-nos apresentado assim: “um disco que, logo aos primeiros acordes, percebemos que só podia vir do talento melódico do fundador dos Madredeus e da Sétima Legião, mas que ao mesmo tempo o lança para outras áreas“.

Este álbum, que esperamos ouvir na integra brevemente, é projecto orquestral com que Rodrigo Leão sonhava havia muito, com a Orquestra e o Coro Gulbenkian, “O Retiro” é algo de novo na sua carreira. “É um disco que reconhecemos como seu, síntese de três décadas de experiência como compositor e instrumentista, mas que as reorganiza e reconfigura de formas novas, surpreendentes. ‘O Retiro’ alimenta-se das múltiplas aventuras que Rodrigo tem encetado nos últimos anos, desde as bandas-sonoras para filmes como ‘O Mordomo’ e ‘A Gaiola Dourada’ até à ilustração sonora para exposições multimedia, passando pelo álbum electrónico que lançou discretamente em 2014, ‘A Vida Secreta das Máquinas’, e pelas colaborações com Ólafur Arnólds ou Ludovico Einaudi“.

No alinhamento, 13 temas onde se reconhecerá, imediatamente, a sua “identidade” sonora, mas onde sentimos também que se viaja, aqui, para novos destinos; apenas um dos 13 temas, “Melancolia”, é cantado (por Selma Uamusse). “Como uma banda-sonora para um filme que ainda está por fazer, como uma história que ainda está a ser escrita, descoberta enquanto é criada, ‘O Retiro’ coloca Rodrigo na companhia rarefeita de músicos que não fazem distinção entre o popular e o erudito, entre o orquestral e o electrónico, como Nico Mühly, Jóhann Jóhannsson ou Max Richter“. A presença da Orquestra e do Coro Gulbenkian conduzidos pelo maestro Rui Pinheiro, ampliando a depuração do quarteto de cordas e da suave electrónica que são o “formato” tradicional dos registos de Rodrigo, criam um outro cenário para a sua música. Tudo registado na acústica exemplar do Grande Auditório da Gulbenkian pelas mãos mágicas do engenheiro Thomas Lehmann, os arranjos de Carlos Tony Gomes e Steve Bartek criam a atmosfera exímia que traz à flor da pele, ao sentir delicado, a essência das composições que Rodrigo criou no intervalo das suas múltiplas viagens. “O Retiro” é um álbum de calma e contemplação, um espaço sonoro para os que nele quiserem encontrar um fugir do ruído quotidiano.

E o porquê de relembrarmos o álbum? Simples, este já se encontra em pré-venda no iTunes. Falta apenas reavivar-lhe a memória… “O Retiro” é também o arranque de uma outra e nova viagem, cujas primeiras etapas decorrerão nos Coliseus – dias 18 de novembro, no Porto, e 20 e 21 de novembro, em Lisboa – transformados pelo espaço de três noites no “retiro” ideal para a música de Rodrigo Leão.

Álbum a encomendar. Concertos a ir. Bons sons nacionais! •

+ Rodrigo Leão
© Vídeo (audio): Rodrigo Leão, Orquestra Gulbenkian, Coro Gulbenkian – “Melancolia“.
© Fotografia de capa: Rodrigo Leão.

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