De Viva Voz é um projeto que junta pela primeira vez os principais grupos de canto feminino – Cramol, Maria Monda, Segue-me à Capella, Sopa de Pedra – e tem direcção artística de Amélia Muge. A génese deste espetáculo é um apelo aos sentidos e à indispensável presença dos amantes da palavra em formato canto.
Cantos despojados que contam apenas com a voz e o corpo de quem os canta, mas cheio da riqueza desse despojamento – prolongam-se os sons das vozes de origem, das vozes rituais, encomendam-se cantos aos deuses e aos santos, celebram-se colheitas, espantam-se medos nos embalos, apoiam-se gestos de trabalho, dá-se mote aos tempos de luto ou de folia, celebrando os amores, a casa e o mundo.
Na evocação do canto profundo à capela, estão quatro grupos de mulheres, para criar um momento de sonoridades espantosas que misteriosamente se renovam, com cada geração que a eles se entrega e os prolonga, com novos arranjos e novas composições. Eis os grupos que vamos poder ouvir, no Misty:
CRAMOL: entre-cruzando em canto o sagrado e o profano, o ciclo da vida, o ciclo da natureza e o ciclo religioso. Um projeto que procura dar a conhecer a quinta-essência do canto da mulher rural no seu quotidiano.
MARIA MONDA: três mulheres que exploram a força do canto polifónico, tecendo as vozes ora em sedas suaves, ora em mantas rudes e cantando em homenagem à Terra-Mãe, de nome Maria.
SEGUE-ME À CAPELLA: sete mulheres que cantam sons antigos e sons novos dessa arte fugidia com que se embalam os meninos, se encomenda a alma, se evoca o divino e o terreno, se espanta a fadiga, se anima o corpo, se alimenta o coração.
SOPA DE PEDRA: grupo vocal feminino dedicado ao canto de canções de raiz tradicional. Une-as o gosto de cantar canções que falam sobre a vida das gentes, de muitos lugares e costumes, pondo a arte ao serviço da vida.
DE VIVA VOZ, canto profundo à Capela, está no centro dos propósitos do Misty, em tudo aquilo que este festival transporta de único e imperdível. Este espectáculo é mais um contributo para a candidatura do canto à capella feminino a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO.
01/11 – Piers Faccini – Cinema São Jorge, Lisboa.
02/11 – Selma Uamusse – CCB, Lisboa.
03/11 – Peter Broderick – Casa da Música, Porto.
04/11 – Melingo – Teatro Tivoli BBVA, Lisboa.
04/11 – Rodrigo Leão & Scott Matthew – Coliseu, Porto.
04/11 – Peter Broderick – CCB, Lisboa.
05/11 – Hindi Zahra – Grande Auditório Gulbenkian, Lisboa.
06/11 – Carmen Souza & Theo Pascal Trio – CCB, Lisboa.
06/11 – Wim Mertens – Casa da Música, Porto.
07/11 – Enrico Rava Tribe- Casa da Música, Porto.
08/11 – Enrico Rava Tribe – CCB, Lisboa.
09/11 – José James – Casa da Música, Porto.
09/11 – Dom La Nena – Teatro Garcia de Resende, Évora.
10/11 – Dom La Nena – Casa da Música, Porto.
11/11 – José James – CCB, Lisboa.
12/11 – Carmen Souza & Theo Pascal Trio – Casa da Música, Porto.
12/11 – Dom La Nena – Teatro Micaelense.
Um Festival a não perder, em novembro. •
+ Misty Fest
+ Misty Fest na Mutante
© Imagem de capa: Cartaz de divulgação, pormenor.
Partilhe com os amigos: