E está anunciado o desejado: datas e primeiros nomes para a edição 2018 do Tremor. O festival que nos faz querer, ainda mais, rumar aos Açores.
Os primeiros nomes a surgir, são de peso: Dead Combo, Altın Gün, Lone Taxidermist, The Parkinsons e We Sea, todos compõem o primeiro lote de artistas a marcar presença na ilha de São Miguel, Açores, entre os dias 20 e 24 de março (é reservar já na agenda, uma ida aos Açores). “À quinta edição, o Tremor reforça assim a sua posição como palco por excelência para a experiência musical no centro do Atlântico, com um cartaz que voltará a desenhar uma programação interdisciplinar de concertos surpresa em locais inesperados da ilha, espectáculos e interacções na paisagem, laboratórios, pensamento e reflexão, arte nas ruas e residências artísticas“.
Escusa apresentações o espaço que a música da dupla Tó Trips e Pedro Gonçalves (Dead Combo) conquistou para si. “Das deambulações da fantasia noir que iniciaram com ‘Vol.1’, editado em 2004, até ‘A Bunch of Meninos’ (2014), passaram-se dez anos de construção em torno de uma música que é Lisboa e Portugal na multiplicidade das linguagens que gera“. No início do novo ano, os Dead Combo prometem disco novo, gravado nos Estúdios Namouche com produção de Alain Johannes. A data no Tremor integra a tour nacional a anunciar em breve que, de acordo com a banda, contará com músicos convidados, em formações inéditas e surpreendentes. Sim, é de nos deixar impacientes, com a espera de novos e bons sons de uma dupla de excelência.
“Foi depois de uma actuação com Jacco Gardner que Jasper Verhulst se apaixonou pelo som da Turquia dos anos 70, altura em que nomes como Selda, Barış Manço e Erkin Koray começavam a cruzar a tradição local com elementos do rock ocidental. Ao lado de Ben Rider e Nic Mauskovic encetaram na busca por músicos turcos que os pudessem ajudar a fazer renascer este som. Encontraram Merve Dasdemir e Erdinc Yildiz Ecevit pelo Facebook e Gino Groeneveld “roubaram-no” aos Jungle by Night. Pegando no repertório dos “heróis” turcos que os inspiraram, os seus pares contemporâneos e as músicas do cancioneiro tradicional, estes Altın Gün reinventam o casamento entre o Oriente e o Ocidente, numa linguagem cruzada entre o funk, a psicadelia e o rock“. A estreia em Portugal, nos Açores, é em março.

© The Parkinsons, 2015, DR.
Agora, rumemos a Lone Taxidermist. É pelo meio de maquinações torcidas e galerias de grotesco que se descobre “o projecto com que Natalie Sharp desvenda a beleza que habita os espaços mais escuros da nossa mente. Na procura de dimensões novas e surrealistas da expressão, Sharp esconde-se algures entre Diamanda Galás, as tortuosas reflexões de Victoria Wood, o espírito e o conceptualismo de Leigh Bowery e os ensinamentos em ácido de John Cooper Clarke. ‘Trifle’, o álbum de estreia, é confecção única, e serve de desculpa, delirantemente desconcertante, para a vinda em Portugal desta que é, asseguram meios como a The Wire ou a The Quietus, uma das artistas a não perder de vista nos próximos tempos“.
E venha o melhor punk nacional com The Parkinsons. “Ainda há punk que vive, diariamente, nas veias da música nacional e, grande parte dele (ou pelo menos a parte que mais interessa), jorra destes The Parkinsons. Mantendo viva aquela que é, para muitos, a melhor colheita do rock nacional dos anos 90, dessa Coimbra boémia que ainda trazem para palco, os Parkinsons fazem-se anteceder pela fama de actuações caóticas e selvagens, rasto de destruição e marca na memória da assistência“. Se nunca os viu ao vivo, recomendamos não perder esta oportunidade. Com uma história lendária construída entre Londres e Portugal, assinam com “A Long Way To Nowhere”, “Streets of London” e o aclamado “Reason To Resist” três das mais marcantes entradas na história do rock’n’roll em Portugal, onde, há quem diga e nós subscrevemos, ainda são reis e senhores (e boa gente).
A lista de primeiras confirmações fecha com o pop lo-fi dos We Sea, “projecto açoriano que explora o capital místico de se ser ilhéu, nesse balanço de pertença entre o mar imenso e a folia das ondas“. Os bilhetes early-bird (mais baratos), limitados a 100 unidades e disponíveis até ao Natal (uma prenda irresistível), estão à venda nos locais habituais e, dizem, estão já perto de esgotar.
É pedir ao Pai Natal uma ida aos Açores, que este festival promete, mais uma vez. Mais novidades para breve. •