Outono que é outono, por terras de cá, já não passa sem o incontornável Misty Fest. Várias cidades. Muitos palcos. Tudo acompanhado de música de excelência num programa que nunca desilude os fiéis seguidores deste veteraníssimo festival.
Hoje, em universos Mutantes, trazemos-vos os nomes já confirmados, até à data, para o Misty Fest 2023. Prepare a sua agenda para tomar as devidas notas.
Hauschka.
Um dos mais respeitados compositores contemporâneos e igualmente um dos mais premiados: em 2023, ganhou um Óscar e um BAFTA na categoria de Melhor Banda Sonora Original por A Oeste Nada de Novo. A música para o filme Lion, que compôs em colaboração com Dustin O’Halloran, foi nomeada para vários prémios, incluindo o Óscar para Melhor Banda Sonora Original, o Globo de Ouro para Melhor Banda Sonora Original e Melhor Música de Cinema nos BAFTA. O trabalho de Hauschka tem provado ser perfeito para acompanhar imagens. Ouvimos composições da sua autoria em vários filmes e séries de televisão importantes.
Pianista inovador que no seu trabalho a solo dá pelo nome de Hauschka, Volker Bertelmann trabalhou com a Orquestra Sinfónica da Rádio MDR Leipzig, onde foi artista residente, e com a violinista Hilary Hahn, vencedora de um Grammy. Em 2018, aceitou um convite para integrar a Academia de Cinema, Artes e Ciências de que é membro ativo.
Para Hauschka, a essência do seu trabalho reside no facto de se desafiar constantemente a novas experiências musicais. O seu objeto de estudo é o piano de cauda, que aborda como um corpo acústico. Transforma clubes e salas de concerto em laboratórios sónicos, onde o público pode experimentar a interação entre análise e intuição. Para os seus álbuns, aventurou-se repetidamente em novos arranjos experimentais – da eletrónica à abordagem purista da sua obra A Different Forest (2019). É a diversidade da nossa existência que ele torna audível nas suas canções, quer se trate de questões globais sobre o futuro no seu álbum What If (2017), ou da proliferação e decadência da vida urbana em Abandoned City (2014).
As suas apresentações ao vivo são momentos especiais, apreciados por público e crítica de todo o mundo.
17/11 – Museu do Oriente, Lisboa.
18/11 – Auditório de Espinho – Academia, Espinho.
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Rodrigo Leão
Depois de vários concertos esgotados, Piano Para Piano está de regresso a Lisboa e apresenta-se pela primeira vez no Porto. Este espetáculo junta em palco Rodrigo Leão e a filha Rosa num diálogo entre dois pianos acústicos.
Rodrigo Leão é o primeiro a dizer que não é pianista, mas a verdade é que o piano tem surgido na sua obra como um complemento dos sintetizadores que já usou bastas vezes para escrever memoráveis melodias e pensar nos envolventes arranjos a que foi dando corpo com os ensembles que criou. Agora, o notável compositor português prepara-se para nova aventura: Piano Para Piano é um projeto que nasceu depois de uma encomenda do Festival de Piano em Vila Nova de Cerveira, desafio que o levou a compor duas novas peças que são também o princípio de um novo caminho.
“Acho interessante”, revela Rodrigo, “que eu que não tenho qualquer formação como pianista possa estabelecer um diálogo com quem estudou e estuda seriamente o instrumento”. Nesse primeiro momento no evento minhoto a sua interlocutora foi Rosa, sua filha, que conta 19 anos e será também ela que irá acompanhar o pai agora neste espetáculo. “Vai ser interessante escutar estas peças como as ouço na minha imaginação. A imaginação não tem os mesmos limites que as minhas mãos”, explica Rodrigo. “Pode ir tão longe quanto a criatividade ditar”.
Piano Para Piano é por isso mesmo uma viagem ao maravilhoso desconhecido com assinatura de um dos mais celebrados compositores portugueses.
01/11 – Centro Cultural de Belém, Lisboa.
07/11 – Teatro Académico de Gil Vicente, Coimbra. (Sessão dupla com Carlos Maria Trindade).
08/11 – Casa da Música, Porto.
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Tó Trips
Tó Trips é um artista Misty Fest por excelência uma vez que é o artista nacional que mais vezes integrou o cartaz do evento ao longo dos anos, com várias formações. Para a edição de 2023, em que se apresenta, pela primeira vez em nome próprio neste evento, reservou um concerto do seu mais recente álbum Popular Jaguar muito especial, em formato trio acompanhado por Helena Espvall no violoncelo e António Quintino no contrabaixo, ao contrário do que tem acontecido noutras ocasiões. A destacar dentro da oferta de sessões duplas é o de Tó Trips e Rodrigo Leão sendo a primeira vez que estes dois artistas se encontram num mesmo cartaz e festival, numa sessão dupla com dois compositores/músicos de música instrumental.
01/11 – Centro Cultural de Belém, Lisboa. (Sessão dupla com Rodrigo Leão).
08/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com Rodrigo Leão).
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Alan Sparhawk (of Low)
Nome inseparável dos Low, Alan Sparhawk integra o cartaz da edição 2023 do Misty Fest. Depois do desaparecimento de Mimi Parker, vítima de doença, em Novembro de 2022, o músico americano regressa à estrada com a sua singular visão musical inalterada.
O guitarrista e cantor já no passado tinha lançado um álbum de guitarra solo e no seu vasto currículo registam-se também colaborações com variadíssimos artistas, prova, por um lado, da sua versatilidade e, por outro, do respeito que sempre recebeu por parte dos seus pares. E Alan Sparhawk (of Low) assinou essas participações em discos de gente tão diversa quanto Ben Watt (Everything But The Girl) ou os Swans, para dar apenas um par de exemplos. Agora, em 2023, o artista de Duluth, no Minnesota, apresenta em Portugal um novo capítulo na sua vida e carreira, mantendo a mesma mística que sempre diferenciou a sua banda que mereceu durante toda a sua existência os mais rasgados elogios por parte da crítica especializada.
Concerto em noite dupla com Kurt Wagner (Lambchop). Bilhetes dão acesso aos dois concertos.
21/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com Kurt Wagner).
22/11 – Centro Cultural de Belém, Lisboa. (Sessão dupla com Kurt Wagner).
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Francisco Sassetti
O compositor e pianista Francisco Sassetti apresenta o seu álbum de estreia em nome próprio com composições de sua autoria. Este trabalho a solo marca uma nova etapa na sua vida, da qual a ligação ao piano já faz parte há 30 anos, mostrando-o também como compositor, abrindo as portas para um lado mais íntimo e secreto da sua personalidade.
“Na realidade“, conta o músico, “a maioria dos temas já tem cerca de 10 anos. Depois da morte do meu irmão, em 2012, comecei a compor compulsivamente, quase como se quisesse continuar a obra dele, tão tragicamente deixada a meio. Era uma forma de lamento e, também, um espaço de paz e silêncio. Por outro lado, o exigente trabalho como concertista e professor (na Escola Superior de Música de Lisboa e na Orquestra Metropolitana entre outras instituições) não me deixava muito tempo para terminar as composições, o que, entretanto, consegui”, revela Francisco.
De facto, não foi só no seu íntimo que o desaparecimento do seu irmão Bernardo Sassetti deixou um enorme vazio. Esse sentimento de perda ajuda a explicar o lado contemplativo e cinemático das suas peças, muito líricas, que se desenvolvem numa trama que soa quase mágica e que é indubitavelmente plena de emoção. Temas como “Dawn”, “Home” ou “Goodbye” deixam transparecer o peso emocional que se enreda nas melodias que nos tocam no lado mais fundo. Música que vibra com vida e paixão e afirma o nome de Francisco Sassetti no entusiasmante panorama da cena neo-clássica.
13/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com Wim Mertens).
16/11 – Casino do Estoril, Estoril. (Sessão dupla com Wim Mertens).
18/11 – Teatro José Lúcio da Silva, Leiria. (Sessão dupla com Wim Mertens).
19/11 – Auditório de Espinho – Academia, Espinho. (Sessão dupla com Wim Mertens).
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Wim Mertens
Wim Mertens regressa ao Misty Fest com o seu novo trabalho Voice Of The Living, uma homenagem a todas as vítimas da guerra que nasceu de uma encomenda da Chancelaria do primeiro-ministro belga como parte da comemoração da Grande Guerra (1914 -1918).
Uma das mais emblemáticas figuras da mais avançada música contemporânea, um artista com uma obra de referência que se espalha por quatro décadas de intensa criatividade, um compositor que possui uma tão vasta quanto rica discografia. Mertens começou a criar música em 1980, depois de trabalhar como musicólogo e produtor de rádio. For Amusement Only, o seu primeiro lançamento, é uma gravação de música eletrónica que utilizava exclusivamente o som das máquinas de pinball.
Nestes 40 anos, Mertens desenvolveu uma linguagem musical variada, escrevendo para diferentes conjuntos instrumentais, composições vocais e até peças sinfónicas. Hoje, o seu catálogo de gravações conta com mais de 70 álbuns.
13/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com Francisco Sassetti).
16/11 – Casino Estoril, Estoril. (Sessão dupla com Francisco Sassetti).
18/11 – Teatro José Lúcio da Silva, Leiria. (Sessão dupla com Francisco Sassetti).
19/11 – Auditório de Espinho – Academia, Espinho. (Sessão dupla com Francisco Sassetti).
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Corinne Bailey Rae
Corinne Bailey Rae, um dos grandes nomes da música britânica e agraciada com um Grammy é outro dos destaques desta edição do Misty Fest, marcando assim o seu regresso a Portugal mais de uma década depois do seu último concerto em território nacional. Corinne sobe aos palcos do Capitólio, em Lisboa e da Casa da Música, no Porto, para apresentar o seu mais recente álbum, Black Rainbows. Com críticas de excelência na imprensa internacional da especialidade, como The Guardian, Pitchfork e The New York Times, esta será a oportunidade do público português assistir à apresentação deste álbum em todo o seu esplendor, numa verdadeira celebração da cultura negra.
04/11 – Capitólio, Lisboa.
05/11 – Casa da Música, Porto.
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Kurt Wagner
Músico dos Lambchop, vai embarcar numa digressão europeia de espetáculos intimistas de piano, acompanhado pelo músico e produtor Andrew Broder, de Minneapolis. Broder trabalhou com Wagner nos aclamados álbuns do Lambchop, The Bible e Showtunes.
A tour An Intimate Piano Performance from Lambchop incluirá uma série de espetáculos intimistas de piano por toda a Europa, dando ao público uma rara oportunidade de ver estes dois músicos incríveis de perto e pessoalmente, assim como a beleza e a complexidade da sua música. Esta será uma oportunidade de experimentar as canções clássicas dos Lambchop sob uma nova luz, despojadas até à sua essência e apresentadas de uma forma que realça o seu poder emocional e profundidade.
Os Lambchop formaram-se em Nashville em 1986 e, desde então, lançaram mais de uma dúzia de álbuns aclamados pela crítica nas editoras City Slang e Merge Records. Ao longo dos anos incorporaram elementos de soul, jazz e country na sua música ao mesmo tempo que a voz de Kurt Wagner permaneceu o coração e a alma da banda, um instrumento poderoso e emotivo que pode transmitir um mundo de emoções com apenas algumas palavras bem escolhidas.
Andrew Broder, por sua vez, conquistou o seu próprio nicho no mundo da música como produtor, músico e vocalista do grupo experimental Fog. Com o seu profundo conhecimento de teoria musical e o seu amor pela experimentação, Broder tornou-se conhecido por ultrapassar os limites do que é possível na música, misturando géneros e sons de formas novas e excitantes.
Concerto em noite dupla com Alan Sparhawk (of Low). Bilhetes dão acesso aos dois concertos.
21/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com Alan Sparhawk (of Low)).
22/11 – Centro Cultural de Belém, Lisboa. (Sessão dupla com Alan Sparhawk (of Low)).
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Salomão Soares
O pianista, compositor e arranjador paraibano apresenta o novo álbum Interior em Piano Solo.
Nascido e criado em Cruz do Espírito Santo, interior do Paraíba e atualmente a morar em São Paulo, Salomão Soares é pianista virtuoso, arranjador e compositor. Destacou-se como uma das grandes revelações da nova geração de instrumentistas brasileiros, dividindo palco com nomes marcantes da música brasileira como Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Hamilton de Holanda, Leny Andrade, Filó Machado, Renato Braz, Mônica Salmasso, Itiberê Zwarg, Arismar do Espírito Santo, Toninho Ferragutti, entre tantos outros.
Venceu o Prémio Mimo Instrumental 2017, foi finalista do Piano Competition no Festival Montreaux 2017, Suíça, e vencedor do Prémio Novos Talentos do Festival Savassi 2018, em Belo Horizonte. Participou em diversos festivais e tournées pelo mundo, como recentemente em Espanha e Portugal, ao lado da cantora Vanessa Moreno, ou no Uruguai e Brasil, como, por exemplo, no SESC Jazz, um dos mais conhecidos festivais de jazz da América Latina, com o seu trio e também como convidado especial de Hermeto Pascoal.
No Misty Fest, o pianista, compositor e arranjador apresenta ao vivo o seu primeiro álbum a solo – Interior – “Esse trabalho é como uma conversa com o meu interior, uma busca e também uma visita em toda minha história musical”, conta o músico paraibano. E completa, “Penso que o solo para o pianista é o que há de mais puro e singelo, é como subir completamente nu para tocar, sem interferências externas, então sempre será desafiador e novo.”
09/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com Anna Setton).
10/11 – Centro Cultural de Belém, Lisboa. (Sessão dupla com Anna Setton).
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Anna Setton
A cantora e compositora paulistana Anna Setton apresenta o seu terceiro álbum O Futuro É Mais Bonito nos palcos do Misty Fest. Depois de uma tour internacional que teve início em abril, Anna regressa à capital portuguesa e também ao Porto para apresentar o seu espetáculo em formato de quarteto.
Editado em março 2023 pela editora alemã Galileo Music, O Futuro É Mais Bonito tem vindo a conquistar a crítica. Este novo trabalho de Anna foi gravado no Recife com os préstimos de vários nomes de prestígio, casos do produtor e compositor Barro e Guilherme de Assis, ou ainda de João Camarero, Ed Sataudinger, Juliano Holanda, Igor de Carvalho, Edu Sanginardi e Rodrigo Campello. Com a ajuda desses profissionais que entendem como inovar os moldes clássicos da MPB, Anna canta palavras da sua própria autoria, firmando-se cada vez mais como autora.
Anna Setton é uma artista, cantautora e instrumentista de São Paulo formada no lado mais interessante da MPB: moldou a voz a cantar nos clubes de São Paulo, correu mundo a acompanhar o enorme Toquinho, colaborou com Omara Portuondo, Sadao Watanabe, Mestrinho, entre muitos outros músicos. A pandemia inspirou-a a pegar no violão e a fazer lives semanais onde ia entregando a sua voz a grandes tesouros da canção popular brasileira. Tal disciplina levou-a a fazer Onde Mora meu Coração, álbum de versões onde se inclui, por exemplo, a belíssima “Morena Bonita”, de Toninho Horta.
09/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com Salomão Soares).
10/11 – Museu do Oriente, Lisboa. (Sessão dupla com Salomão Soares).
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Nadine Khouri
Artista anglo-libanesa cujo trabalho tem sido elogiado pela imprensa internacional, prepara-se para apresentar o seu mais recente álbum, Another Life, no Misty Fest. Nadine Khouri conheceu John Parish (PJ Harvey, Eels, Sparklehorse…) há cerca de 10 anos, altura em que o produtor britânico a desafiou a cantar em “Baby’s Coming” (faixa de “Screenplay”, de 2013) antes de gravar e produzir o seu primeiro álbum “The Salted Air”* (2017), trabalho que, entretanto, granjeou justo culto.
A gravação do seu segundo longa-duração, “Another Life”, igualmente produzido por John Parish, aconteceu durante a pandemia e foi naturalmente marcada pelas descargas emocionais provocadas pelas duas poderosas explosões no porto de Beirute no início de Agosto de 2020. “A pandemia instalou-se precisamente quando os ensaios estavam prestes a começar, quando queríamos uma gravação rápida destas novas canções. De repente, o mundo congelou, nada podia continuar como planeado“, recorda Nadine.
No interior da capa do álbum, uma fotografia de Steve Gullick revela, por detrás de Nadine Khouri, a extensão de uma cidade mediterrânica branqueada pelo sol, Marselha, onde a artista atualmente reside. Uma cidade de milhares de vidas, memórias e histórias, um teatro onde ressoa o percurso de Nadine, a alegria, a tristeza, o arrependimento, o exílio, o desafio ou o desejo – marcas que alimentam a sua música. “As canções surgem-me muitas vezes como imagens de filmes que tento exteriorizar”, explica. “Presa entre quatro paredes, este período de isolamento levou-me a olhar para o meu passado, a recordar pessoas próximas que desapareceram, momentos passados que estão agora longe de mim. Escrevi para não esquecer, para não deixar desaparecer“.
Com as restrições levantadas, Nadine Khouri e John Parish encontraram-se em estúdio para finalmente gravar o álbum como planeado originalmente, com a ajuda de vários músicos de renome. A produção de John Parish dá um fôlego majestoso a canções impressionistas, e à voz de Nadine Khouri. Ao vivo, essa presença singular e qualidade artística distinta tornam-se ainda mais evidentes.
22/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com John Grant).
23/11 – Centro Cultural de Belém, Lisboa. (Sessão dupla com John Grant).
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Rodrigo Cuevas
Com uma marcante presença neste 2023 do FMM Sines, Rodrigo Cuevas vai trazer um novo espetáculo ao Misty Fest: La Romería é o título do novo trabalho do artista de Oviedo, Espanha, nascido em 1985 que se apresenta como fonte de “agitação folclórica e eletrónica, estrela do campo, humor, erotismo elegante, hedonismo e celebração dos direitos inegociáveis“. Cuevas faz parte de uma nova geração de artistas espanhóis que procura na tradição os argumentos para apresentar ao futuro. E pelos vistos esses argumentos têm no peso certo. O autor do espetáculo Trópico de Covadonga mereceu o Prémio Arcoíris 2022 atribuído pelo Ministério da Igualdade, em Espanha, bem como o Prémio Ojo Crítico da RNE em 2021 ou, entre várias outras distinções que espelham uma ampla aclamação, o prémio MIN 2020 para Artista Revelação na sequência do seu álbum de estreia, Manual de Cortejo.
Há novo material neste espetáculo pensado para 2023 e mais adiante: “Como YÉ?!” ou “,Mas Animal” são alguns dos seus mais recentes sucessos e provas claras de que a sua original combinação de modos tradicionais e produção moderna, de humor, ironia, erotismo e crítica na ponta da língua lhe tem garantido um lugar de crescente importância não apenas em Espanha mas no mais vasto contexto Ibérico. Aplaudi-lo é importante e necessário.
03/11 – Capitólio, Lisboa. (Sessão dupla com Bandua).
04/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com Bandua).
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Matthew Halsall
O trompetista Matthew Halsall regressa a Portugal com um novo trabalho que terá apresentação ao vivo na Casa da Música, Porto e no CCB, em Lisboa. O concerto do CCB será duplo, com Makaya McCraven a apresentar-se na mesma noite. O mesmo bilhete dá acesso aos dois concertos.
O aclamado trompetista, de quem se diz ter conseguido a proeza de cruzar os universos de Pharoah Sanders e Cinematic Orchestra, prossegue na sua demanda pelos terrenos mais espirituais do jazz com “An Ever Changing View” que é já o décimo título na sua discografia em nome pessoal. Ao vivo, Matthew apresenta-se à frente de um reputado ensemble de músicos baseados em Manchester como Matt Cliffe (saxofone & flauta), Alice Roberts (harpa), Jasper Green (piano), Gavin Barras (baixo), Alan Taylor (bateria) e Sam Bell percussão. O igualmente renomado Chip Wickham é o saxofonista e flautista convidado deste expansivo ensemble.
No novo concerto, além de refinado material do seu novo álbum, Matthew Halsall viaja pela sua já considerável discografia, explorando o jazz a partir de uma moderna sensibilidade, nunca esquecendo que o espírito e o corpo estão sempre ligados.
20/11 – Centro Cultural de Belém, Lisboa. (Sessão dupla com Makaya McCraven).
21/11 – Casa da Música, Porto.
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Makaya McCraven
No dia 20, no CCB, para além de Matthew Halsall também Makaya McCraven apresentará o seu novo álbum “In These Times”, editado no ano passado. Este trabalho tem sido considerado o seu projeto mais ambicioso e também mais aclamado, tendo sido eleito um dos registos do ano em muitas publicações especializadas em jazz.
O produtor e baterista Makaya McCraven tem lançado aplaudida discografia em nome próprio através da conceituada International Anthem, mas tem igualmente respondido a chamadas de outras importantes editoras de ambos os lados do Atlântico. O músico que em 2018 respondeu à pergunta “Where We Come From” com um álbum com o mesmo título e a designação paralela “Chicago Vs. London Mixtape” trabalhou logo aí com conceituados solistas como Kamaal Williams ou Nubya Garcia. No mesmo ano, “Universal Beings” confirmou-lhe o vigor de toda a sua visão musical, prosseguindo a sua via de cruzamento do jazz com o hip hop e outras linguagens.
Em 2020, a londrina XL Recordings desafiou-o a remisturar e reimaginar o derradeiro álbum de Gil Scott Heron com o resultado, “We’Re New Again”, a conquistar generalizado aplauso da imprensa. Seguiu-se, na sua já vasta discografia, o desafio da histórica editora de Nova Iorque Blue Note para decifrar a mensagem retrabalhando uma série de clássicos do seu mítico catálogo, de Wayne Shorter a Art Blakey. E para isso convidou novos valores do jazz como Jeff Parker, Matt Gold ou Junius Paul. Participou também em “The Chicago Experiment” ao lado de gigantes modernos como Marquis Hill ou Joel Ross.
20/11 – Centro Cultural de Belém, Lisboa. (Sessão dupla com Matthew Halsall).
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Bandua
Os Bandua, duo formado por Tempura the Purple Boy e Edgar Valente, seguem para a estrada com um novo espetáculo. O alinhamento contará com vários temas inéditos, Bandeiras – tema que levaram ao Festival da Canção – e canções que integram o primeiro disco da dupla, um dos mais aclamados pela crítica em 2022. O êxito desse ano refletiu-se em mais de 30 concertos e na presença do seu álbum de estreia em inúmeras listas de melhores álbuns do ano.
Nesse disco, o homónimo Bandua, a dupla agarrava no cancioneiro popular da região da Beira Baixa e reinterpretava-o em jeito de folk eletrónico, à moda do downtempo berlinense. Por sua vez, Bandeiras amplia esse imaginário da música de raiz popular portuguesa, para lhe acrescentar os ritmos da música eletrónica global, com novas influências que vão desde o breakbeat ao dubstep, convergindo num estilo que a dupla apelida de “tugastep”.
03/11 – Capitólio, Lisboa. (Sessão dupla com Rodrigo Cuevas).
04/11 – Casa da Música, Porto. (Sessão dupla com Rodrigo Cuevas).
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Carlos Maria Trindade
Esta é a história de um regresso às origens. É também o título de um concerto para piano solo, bem como de um disco que deverá sair até ao final deste ano de 2023. Quando tinha 5 anos de idade, acompanhei o meu pai a um leilão de antiguidades onde se encontrava um velho piano vertical de fabrico francês e armação de madeira. Abri a tampa e comecei a tocar as “Pombinhas da Catrina” com um dedo da mão direita. O meu pai murmurou: “O miúdo tem jeito. Tenho de o pôr a estudar música.” E comprou o piano...
O fundador dos Heróis do Mar e músico dos Madredeus apresenta o seu novo álbum Vitral Submerso em piano solo.
07/11 – TAGV, Coimbra.
11/11 – Passos Manuel, Porto.
18/11 – Teatro Virgínia, Torres Novas.
21/11 – São Luiz Teatro Municipal, Lisboa.
A tomar nota de tudo. A não perder um acorde de mais uma edição, do sempre obrigatório, Misty Fest. •