Momentos culturais / 725 Anos Universidade de Coimbra

No ano em que a vetusta Universidade de Coimbra, Património da Humanidade da UNESCO, celebra 725 Anos, o seu Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) e outros espaços, apresentam uma agenda cultural bem preenchida com diversos eventos. Sem mais rodeios, eis as sugestões para colocar na sua agenda.

17/03, 21h30 – Dança, “Tempo Rói” de Constanza Givone. Costanza Givone tem um percurso artístico marcado por N.Karpov (biomecânica teatral), Virgilio Sieni, Simona Bucci (dança contemporânea), Sofia Neuparth, Ainhoa Vidal, Peter Michael Dietz (trabalho de corpo), Vera Mantero (composição), Thanya Kabarova e Alexej Merkushev da companhia Derevo (visual theatre), Gey Pin Ang (Grotowsky centre), Gabriella Bartolomei (voz) e as coreógrafas Madalena Victorino e Aldara Bizarro com as quais trabalhou como intérprete. Em 2006 fundou, junto com Luana Gramegna, Francesco Givone, Samuele Mariotti, a companhia Zaches Teatro para aprofundar o estudo da relação do corpo com o objeto, a máscara, o boneco. A partir de 2012, depois de um período de estudo e trabalho como intérprete, volta a fazer as suas próprias criações, estreia nesse ano “Salomè ha perso il lume”, solo finalista do Prémio Scenario 2011 e no ano seguinte Santas de Roca espetáculo que envolve a comunidade, produzido por Artemrede. Um projeto de e com Costanza Givone; Objeto João Calixto; Coprodução Associazione dello Scompiglio, Fundação Calouste Gulbenkian Organização Reitoria da Universidade de Coimbra e o TAGV.

“Apneia” © TEUC.

18/03, 22h00 – Teatro, “Apneia”, do TEUC (Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra). “O que é o tempo? Se ninguém mo pergunta, sei-o. Se quisesse explicá-lo a quem mo pergunta, não o sei.” Santo Agostinho. A vida é experimentada através do tempo e do espaço. A sociedade ainda duvida da existência do passado ou do futuro e das leis que dão forma ao universo. A nossa existência está encerrada em bolhas; de tempo, vazio, relações. A nossa personalidade e sociedade distribuem-se em bolhas interconectadas. Podemos pensar nos conceitos de infinito e de eterno desde o interior da nossa bolha temporal no entanto experimentá-los escapa-nos. Vivemos encerrados num instante, acorrentados aos conceitos criados na nossa mente. Até que saímos da nossa bolha. Com Bárbara Pereira, Inês Lopes, Javier Hedrosa, Joana Marques Silva, Jorge Costa, Matilde Simões, Vera Silva.

19/03, 17h00 – Conferências e Debates, “Química e Artes Visuais”, no Departamento de Química da FCTUC (Biblioteca de Química), da Universidade de Coimbra. Nestes diálogos entre a Química e a Sociedade, abertos ao público interessado, Sérgio Rodrigues do Departamento de Química (DQ-FCTUC) convida várias personalidades para abordar temas com interesse para a sociedade. Nesta sessão, o diálogo é sobre o tema ““Química e Artes Visuais”” com a presença de Sérgio Melo (DQ-FCTUC) e Delfim Sardo (FLUC). Organização Departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (DQ-FCTUC).

21/03, 18h00 – Colóquio, “Orfeu em Coimbra – Ao Encontro dos Poetas nos Caminhos da Cidade”. Vários poetas foram convidados a apresentarem o seu testemunho sobre a criação poética e sobre o valor e contributo da Poesia para o desenvolvimento pessoal, para o aperfeiçoamento da cidadania e para a construção de comunidades mais fraternas e solidárias. Organização ReCriar Caminhos, IPSS, “Os ControVersos”, Oficina de Poesia e Teatro, InterDito, Grupo de Expressão Dramática FPCEUC, Câmara Municipal de Coimbra. Evento a realizar-se na Casa da Escrita.

Bird are Indie © Carlos Gomes.

21/03, 21h30 – Espetáculo, “Paixão Segundo São Mateus” BWS 244 de J. S. Bach. Bach compôs a “Paixão de S. Mateus” para o serviço religioso de Sexta-feira Santa, em 1729, na Igreja de S. Tomás, em Leipzig. Durante a cerimónia, a obra era executada por inteiro com um longo sermão entre as partes I e II. A tradição de cantar a “Paixão de Cristo” (a história segundo os quatro Evangelhos, a prisão, crucificação e morte de Jesus), começara séculos antes. No início, a narrativa era cantada por melodias simples. Depois, os compositores, começaram gradualmente a aperfeiçoar o canto. Compositores do Barroco tardio foram particularmente influenciados por duas novas formas musicais aparecidas no período: a ópera e o oratório. A “Paixão de S. Mateus” de Bach é o culminar desta velha tradição de séculos. E representa, sem dúvida, a mais bela narrativa da Paixão de todos os tempos. Interpretação Orquestra Filarmonia das Beiras, Coro Pequenos Cantores de Coimbra e Coro DeCa /UA, com direção António Vassalo Lourenço. Organização pelo Coro Sinfónico Inês de Castro e Câmara Municipal de Coimbra a realizar na Sé Velha, em Coimbra.

22/03 – Dia Aberto nas Águas do Mondego. Por ocasião do Dia Mundial da Água, a entidade Águas do Mondego abre as suas portas à população e explica o ciclo urbano da água. Durante todo o dia, os visitantes podem (mediante inscrição prévia) ficar a conhecer como funciona a estação de tratamento de água (ETA) da Boavista e a estação de tratamento de águas residuais (ETAR) do Choupal. A ETA da Boavista abastece os municípios de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Lousã, Mealhada, Miranda do Corvo e Penela, garantindo uma água de qualidade e quantidade. A ETAR do Choupal é a maior estação de tratamento de águas residuais do distrito de Coimbra, explorada pela Águas do Mondego. Esta ETAR tem capacidade para tratar os efluentes provenientes da zona Norte e urbana de Coimbra, representando uma população de cerca 213 mil habitantes-equivalentes. Entre as 10h00 e 12h30 no Choupal; entre as 14h30 e 17h00 na Boavista.

24/03, 21h30 – Concerto Coimbra Solidária, Anaquim + Birds are Indie + Os Quatro e Meia. O Concerto Coimbra Solidária – Universidade de Coimbra, com a participação das bandas Anaquim, Birds Are Indie e Os Quatro e Meia, encontrou inspiração no património e na vivência em comunidade, e escolheu as Repúblicas de Coimbra como beneficiárias do apoio. Anaquim: depois do EP “Prólogo” (2008) e do álbum de estreia “As Vidas dos Outros” (2010), os Anaquim regressaram aos discos com “Desnecessariamente Complicado”; um álbum em que a poética de José Rebola está mais afiada e em que a música está mais próxima do rock, sem pôr de parte a paleta sonora que antes os caracterizava – swing, country, jazz manouche, cabaret ou música portuguesa na linha de Sérgio Godinho ou José Afonso. Birds are Indie: um trio com berço em Coimbra que passa na Mutante (ver aqui diversos artigos); começaram a fazer músicas no início de 2010 e entretanto editaram dois EP’s, e dois álbuns “How Music Fits Our Silence” e “Love is not enough“, este último que anda de palco em palco a conquistar fãs; é um projeto a seguir de perto que amadurece, claramente, hoje com o som com mais corpo e mais seguro. Os Quatro e Meia: decorria a Primavera do ano de 2013 quando, por desafio de amigos comuns, se juntaram cinco rapazes com especial gosto pela música; ao som de guitarra, contrabaixo, violino, acordeão, bandolim e percussão, o grupo tem procurado a música portuguesa, desde o estilo Pop-Rock até ao Fado, numa tentativa de conferir novas sonoridades sobre algumas canções portuguesas. A Universidade de Coimbra tem por compromisso oferecer a receita líquida de bilheteira do Concerto Coimbra Solidária à República que apresentar o projeto que seja o mais votado numa plataforma eletrónica criada para o efeito. Organização Reitoria da Universidade de Coimbra e TAGV. Evento a realizar-se-á no Auditório do TAGV.

“Quizoola”, Dia Mundial do Teatro © José Frade.

23/03 a 29/03 – Centro de Dramaturgia Contemporânea; 25/03 a 27/03, 21h30 – Festival END, Encontros de Novas Dramaturgias; e 27/03 – Dia Mundial do Teatro. À semelhança da 1.ª Edição dos Encontros de Novas Dramaturgias Contemporâneas, organizada pelo Colectivo 84, que decorreu nos dias 16, 17 e 18 de novembro de 2010, no São Luiz Teatro Municipal (Lisboa), a 2.ª Edição, revestindo agora o nome de Festival END (Festival – Encontros de Novas Dramaturgias), tem lugar nos dias 25, 26 e 27 de março de 2015, no TAGV. A 2ª Edição prossegue assim o caminho iniciado em 2010, juntando iniciativas em torno da nova dramaturgia portuguesa e europeia, com o desafio de interrogar o lugar da escrita para palco nas artes performativas. O Festival END procura pensar as funções da dramaturgia dentro e fora do teatro, dando a conhecer modelos artísticos onde várias textualidades dialogam, com um objectivo único – a constituição de um espetáculo. Para além da componente dedicada à reflexão, o Colectivo 84 e o TAGV juntarão autores, artistas e estudantes em artes de palco de todo o país, para um programa constituído por seminários, um debate, conversas, leituras encenadas, residência e oficina de escrita, performancese espetáculos. O Festival END procura devolver aos leitores e espetadores as múltiplas dimensões da atual dramaturgia portuguesa, abrindo uma janela para Espanha com Pablo Fidalgo, Vanesa Sotelo e Alfonso Vallejo, que representam o mosaico espanhol e as suas diversas gerações, línguas e culturas. Apresenta-se ainda um dos autores e criadores mais profícuos de língua inglesa – Tim Etchells, com “Quizoola!”, o espetáculo emblemático da sua companhia, Forced Entertainment, que assinala igualmente o Dia Mundial do Teatro. O Festival END’15 conta com Tiago Rodrigues, Patrícia Portela, Cláudia Lucas Chéu, Fernando Giestas, Joana Craveiro, Jorge Louraço Figueira, Jorge Palinhos, Miguel Castro Caldas, Rui Catalão, Sónia Baptista, Rogério Nuno Costa, Marta Freitas, Vera Mantero. A pluralidade das escritas para palco conta ainda com a colaboração de pensadores e artistas como Ana Moreira, Ana Pais, Cláudia Carvalho, Filipe Góis, João Paulo Janicas, Jorge Andrade, Nuno M Cardoso, Pedro Penim, Pedro Tudela, Ricardo Correia e Tónan Quito, entre tantos outros. Direção Artística Mickael de Oliveira; Produção Colectivo 84, Co-Produção TAGV; Organização Reitoria da Universidade de Coimbra e TAGV.

Um programa extenso que conta com a sua presença, neste mês de março. A ir, em Coimbra. •

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© Fotografia de destaque: “Tempo-Rói” por Angelica D’Agliano.

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