Esta é semana de muita música no Museu do Oriente, em Lisboa, com música clássica indiana, uma Gala Internacional de Ópera e um Brass Ensemble da Metropolitana… e a música começa hoje, com sonoridades de um santoor.
A música clássica indiana chega ao Museu com Pandit Bhajan Sopori, uma lenda viva do santoor. Em palco o instrumento tradicional de cordas – santoor – e o compositor, instrumentista e musicólogo Pandit Bhajan Sopori num concerto de música clássica indiana, hoje, quarta-feira dia o4 de Março, às 21h30. O espectáculo integra um repertório de música clássica indiana na sua forma tradicional milenar, de onde se destacam Aalap e Jod no estilo Dhrupad, com acompanhamento de tambor pakhawaj. Seguem-se composições em diferentes ciclos rítmicos, acompanhadas por percussão em tabla e pakhawaj, bem como algumas melodias semi-clássicas ou composições Kashmiri Sufiana, tradicionais de Kashmir. O artista é uma verdadeira instituição cultural na Índia, sendo aclamado como o “Rei das Cordas” e portanto, um concerto imperdível para uma viagem pela identidade musical indiana. Ao longo de uma carreira de seis décadas, Pandit Bhajan Sopori foi pioneiro na afirmação do santoor como instrumento a solo. Na década de 1950, fez história ao interpretar ao vivo, pela primeira vez, música clássica em santoor. Desde então, tem vindo a explorar as potencialidades deste instrumento, sendo responsável pela introdução do “Sopori Baa”, estilo de interpretação do santoor clássico. Autor de mais de cinco mil composições em todos os idiomas falados na Índia, bem como alguns idiomas estrangeiros, o seu trabalho é interpretado por músicos eruditos e populares. A par da sua actividade como músico e compositor, Pandit Bhajan Sopori desenvolveu trabalho de investigação na área do som e terapia sonora e tem acumulado prémios e condecorações nacionais e internacionais. Hoje à noite, não fique em casa e vá até ao Museu do Oriente!
Seguimos para a Gala Internacional de Ópera, numa celebração de duas linguagens universais que frequentemente se apresentam lado a lado, a do canto lírico e a do amor. Nos dias 06 e 07 de março, às 21.30, a música é dedicada ao tema “Amor Vincit Omnia” (“o amor tudo conquista”). Em palco, artistas nacionais e convidados do Luxemburgo, Suécia e Indonésia, interpretam árias que eternizaram histórias de amor do repertório operático, a par de canções tradicionais dos respectivos países e clássicos da música ligeira, sempre acompanhados ao piano. A unir o programa, que atravessa séculos e se declina em diferentes idiomas, sensibilidades e tradições musicais, do fado de Alain Oulman a Puccini, de Wagner a Cole Porter, o tema do amor é elevado ao seu expoente máximo pelas interpretações dos cantores convidados, em registo individual e em dueto. Em co-produção com a Embaixada do Luxemburgo, a Embaixada da Suécia e a Embaixada da Indonésia. Música de excelência na celebração da universalidade do amor. Eis o programa extenso e rico, que vai querer ouvir, com direcção artística de César Augusto Moniz (PT) e os intérpretes Aning Katamsi (ID), Claudia Galli (LU), David Wijkman (SE), Eurico Rosado (PT), Grégory Moulin (LU), Rui Baeta (PT):
Da Indonésia /Aning Katamsi (soprano), acompanhada ao piano por Eurico Rosado (Portugal). Temas: “Un bel dì vedremo”, Madama Butterfly – Puccini; “Deh vieni, non tardar”, Le nozze di Figaro – Mozart; “Sì, mi chiamano Mimì”, La Bohème – Puccini; “Je dis que rien ne m’épouvante” Carmen – Bizet.
Da Suécia / David Wijkman (barítono), acompanhado ao piano por Eurico Rosado (Portugal). Temas: “Bella siccome un angelo”, Don Pasquale – Donizetti; “Look through the port”, Billy Bud – Britten; “O du mein holder Abendstern”, Tannhäuser – Wagner; “Madamina”, Don Giovanni – Mozart; “En Positvvisa” [canção tradicional sueca] – Wilhelm Stenhammar.
Um Dueto / Aning Katamsi, soprano (ID) e David Wijkman, barítono (SE), acompanhados ao piano por Eurico Rosado (Portugal). Tema: “Bei Männern, welche liebe fühlen”, Die Zauberflöte – Mozart.
Do Luxemburgo / Claudia Galli (soprano), acompanhada ao piano por Grégory Moulin. Temas: “Come scoglio”, Così fan tutte – Mozart; “Tu che di gel sei cinta”, Turandot – Puccini; “O mio babbino caro”, Gianni Schicchi – Puccini; “Miesicku”, Russalka – Dvořák.
De Portugal / Rui Baeta (barítono), acompanhado ao piano por Eurico Rosado. Temas: “Votre Toast”, Carmen – Bizet; “Vision Fugitive”, Herodiade – Massenet; “So in Love” – Cole Porter; “Fado Português” – José Régio/Alain Oulman.
Por fim, temos Brass Ensemble da Metropolitana no Museu do Oriente, constituído pelos alunos da Academia Nacional Superior de Orquestra da Metropolitana, no dia 08 de Março, às 16h00. Um espetáculo com entrada livre e sob direção do maestro Diogo Costa, o programa inclui a fanfarra de abertura do bailado “La Péri”, de P. Dukas, a obra “Um Americano em Paris”, de G. Gershwin, e “Quadros de uma Exposição”, de M. Mussorgsky. O Brass Ensemble da Metropolitana foi constituído no ano de 2008, inicialmente por alunos e professores das classes de sopros-metais e percussão das diferentes escolas da Metropolitana. Sempre em conformidade com a grande importância dada pelo projecto pedagógico da Metropolitana às apresentações públicas, distingue-se pelo entusiasmo e qualidade técnica dos seus elementos, mas também por uma versatilidade que lhe permite apresentar-se com igual oportunidade em eventos de natureza diversa. Um concerto com os alunos da Academia Superior de Orquestra da Metropolitana onde tem de marcar presença… ou não fosse música de excelência e estes jovens o futuro da nossa musicalidade.
Quatro dias de sonoridades diversas que tem de tomar nota na sua agenda e assistir, no Museu do Oriente, em Lisboa. Bons sons, ao vivo. •
+ Museu do Oriente
© Fotografia de destaque: Pandit Bhajan Sopori.
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