Como já manda a manda a tradição, o jazz vai voltar ao Quebra-Costas em Coimbra, com o Quebra-Bar. Uma mostra do melhor jazz nacional numa área histórica central aonde se chega por várias ruas: um anfiteatro natural, que já tão bem conhece. Um lugar num degrau que dá acesso a uma atividade regular e dinâmica, que já é uma marca no panorama cultural da região centro do país.
Um festival urbano de jazz, num dos palcos mais inesperados: as Escadas do Quebra Costas, no Centro Histórico de Coimbra, um percurso incluído no Património Mundial – Universidade de Coimbra, Alta e Sofia. O Quebrajazz.Fest vai decorrer de 23 de junho a 02 de setembro, todas as sextas-feiras e sábados, com um total de 12 concertos diferentes, 22 apresentações. A organização e programação é da Associação Cultural Quebra Costas, a entrada é livre e os espetáculos começam sempre às 22h30. Imperdível, garantimos.
O que faz com que a 6.ª edição desta iniciativa esteja no calendário de amantes de jazz, espetadores cosmopolitas, visitantes inesperados, noctívagos melómanos ou meros apreciadores de noites de verão ao ar livre é toda uma organização (e o público) que sabe das razões que levam os artistas, ano após ano, a quererem atuar neste que quase parece ser o palco mais pequeno do mundo, uma área de cinco por três metros, em que o recinto em arena permite uma incrível proximidade músico-público e respeita o primado de uma acústica única.
Alguns dos melhores músicos portugueses, como Mário Laginha (em três inesquecíveis concertos), André Fernandes, Carlos Barretto, Pedro Moreira, João Paulo Esteves da Silva, Jeffery Davis e mesmo internacionais como Perico Sanbeat e Marc Miralta (dois dos melhores músicos espanhóis da atualidade), entre muitos outros, já por ali passaram e comprovaram essas condições especiais. Os nomes do Quebrajazz.Fest 2017 são novamente grandes apostas:
23 e 24/06, 5TETO – Pedro Moreira (Saxofone); João Mortágua (Saxofone); João Freitas (Guitarra); Bernardo Moreira (Contrabaixo); Paulo Bandeira (Bateria). Com um repertório à base de originais, este grupo é constituído por referências do jazz português que se conhecem bem, tendo tocado juntos com inúmeras formações do jazz nacional. Em 5TETO interpretam temas originais e de outros compositores.
30/06, Lokomotiv – Mário Delgado (Guitarra); Carlos Barretto (Contrabaixo); José Salgueiro (Bateria). O projeto Lokomotiv, criado por Carlos Barretto, reúne três talentos num só espetáculo. Ao longo de 15 anos de existência, editaram cinco álbuns de enorme sucesso. O último destes registos, “Labirintos”, é o resultado do cruzamento inteletual e criativo destes artistas, que tem merecido elogios da crítica especializada nacional e internacional. Um dos mais antigos e prolíficos trios do jazz português vai estar no Quebrajazz.fest.
01/07, Zzaj Trio – Carlos Barretto (Contrabaixo); João Mortágua (Saxofone); Paulo Bandeira (Bateria). Um trio que tem como base um reportório bastante vasto de standards, com arranjos atuais dos seus elementos. Os concertos caracterizam-se por uma forte improvisação, apresentando vários temas com profunda influência, dos ambientes onde estão a serem executados. Com a genialidade de Carlos Barretto, com o recente consagrado músico do ano, João Mortágua, e com o virtuosismo de Paulo Bandeira, o anfiteatro urbano das Escadas do Quebra Costas vai ser a inspiração para uma performance inesquecível.
07 e 08/07, Gonçalo Leonardo Quarteto – Gonçalo Leonardo (Contrabaixo); André Matos (Guitarra); Yago Vasquez (Piano); Tommy Crane (Bateria). Após uma estadia de dois anos em Nova Iorque, Gonçalo Leonardo regressa a Portugal com o seu disco de estreia. Apresenta-se em quarteto com André Matos, Yago Vazquez e Tommy Crane, com quem gravou do outro lado do Atlântico. Faz parte de uma nova geração de músicos de jazz portuguesa, apresentando-se agora como líder. As suas composições demonstram a sua personalidade e seus gostos musicais, que não esquecem as raízes nacionais.
14 e 15/07, Bittersweet Marta Hugon – Marta Hugon (Voz); Mário Delgado (Guitarra); Nelson Cascais (Contrabaixo); Óscar Marcelino da Graça (Piano); André Sousa Machado (Bateria). “Bittersweet”, o novo trabalho de originais de Marta Hugon, é um disco de emoções, sólido na interpretação, na composição e nos arranjos, onde pressentimos desde o início a dualidade que marca o repertório que lhe deu nome. É na individualidade da escrita das canções – em parceria com Filipe Melo – e na elegância e riqueza dos detalhes que nos deixamos seduzir. Acompanhada por músicos de créditos reconhecidos, Marta Hugon transporta-nos num passeio estilístico de charme, mas cheio de substância, onde espreitam as origens jazzísticas da cantora.
21 e 22/07, CBF Trio – Pedro Calero (Hammond); Paulo Bandeira (Bateria); André Fernandes (Guitarra). A união destes três músicos, em 2015, criou um projeto onde a exclusividade do som do órgão Hammond marca a personalidade do trio, dando lugar a sonoridades e matrizes muito diferentes de uma formação de jazz com baixo ou contrabaixo. O repertório é uma combinação de composições próprias e standards de jazz clássico com um sabor de blues, próprio deste tipo de instrumentação. A improvisação é o pilar fundamental da sua proposta, com a deriva da cumplicidade entre os componentes.
28 e 29/07, Quinteto Luís Cunha – Luís Cunha (Trompete e composição); Nuno Costa (Guitarra); Óscar Graça (Piano); André Rosinha (Contrabaixo); André Sousa Machado (Bateria). Este grupo, que conta com alguns dos mais criativos músicos portugueses de diferentes gerações, dá corpo mais recentes criações musicais, recentemente registadas num disco que sairá muito em breve. Neste disco realizam-se duas estreias: primeiro disco como líder e primeiro álbum como trompetista.
04 e 05/08, Maria João / OGRE (electric trio) – Maria João (Voz); João Farinha (Fender Rhodes); André Nascimento (Eletrónica). OGRE é a mais recente aventura de Maria João, um híbrido musical que mistura o jazz com a eletrónica. Um projeto com instrumentação invulgar e uma abordagem artística singular, que leva o público numa travessia pelo mundo dos sons, saltando fronteiras entre o digital e o analógico com a voz de Maria João a indicar o caminho.
11 e 12/08, Amplectors – André Fernandes (Guitarra); Óscar Marcelino da Graça (Piano); Nelson Cascais (Contrabaixo); Lopes Pereira (Bateria). “A ideia é que tu, que estás a ler este texto, fiques curioso com esta palavra de aspeto tão sofisticado e vás procurar na wikipedia o seu significado. Seguidamente, ficarás ainda mais intrigado com o que poderá ser a música de uma banda que adota tal palavra para se designar. Por último, procura um grupo de bons amigos entusiastas destas coisas e convida-os para virem descobrir as mais recentes composições do contrabaixista Nelson Cascais escritas para este seu novo grupo chamado ‘The Amplectors’.”
18 e 19 /08, Círculo – Rita Maria (Voz); Luís Figueiredo (Piano); Mário Franco (Contrabaixo). Três músicos que representam três pontos na linha curva que perfaz este Círculo. Em comum têm um núcleo criativo ao qual se subjugam para criar música original, independente, libertária e contemporânea.
25 e 26/08, Trio João Barradas – João Barradas (Acordeão); André Rosinha (Contrabaixo); Bruno Pedroso (Bateria). João Barradas é o atual vencedor do Prémio Jovens Músicos 2016 (Categoria Jazz), no “Made in New York Jazz Competition”, tendo por júris nomes como Joe Lovano, Randy Brecker e Lenny White. Publicou um álbum, em novembro, na editora nova-iorquina “Inner Circle Music”, produzido por Greg Osby. É um dos acordeonistas mais influentes da sua geração e tem colaborado com alguns dos mais importantes músicos do mundo, tais como Greg Osby, Gil Goldstein, Fabrizio Cassol, Mark Colenburg, Jacob Sacks, Rufus Reid, Federico Malaman, Philip Harper, Bobby Sanabria, Tommy Campbell, Sérgio Carolino, Pedro Carneiro, entre outros.
01 e 02 de setembro, Quebra Ensamble – Jeffery Davis – Vibrafone; Sergio Rodrigues – piano; Nelson Cascais – Contrabaixo; Paulo Bandeira – Bateria. Vários músicos de referência do jazz nacional juntaram-se para formar o Quebra Ensamble que, enobrecendo o programa, vai encerrar a sexta edição do QuebraJazz.Fest em apoteose, com um repertório de clássicos e originais que ficarão na memória de todos.
Voz, saxofone, piano, contrabaixo, bateria, guitarra, hammomd, fender rhodes, acordeão, trompete e uma bebida aqui no degrau de baixo, a partir de junho, até setembro… a não perder! •