Sim. Vamos falar de cultura e camiões do lixo juntos, pois a Maiambiente decidiu dar uma utilização adicional aos seus camiões do lixo: transforma-los em veículos de cultura, ao mesmo tempo que recolhem os resíduos urbanos do concelho da Maia. Uma forma de arte urbana móvel.
O “projeto ‘C-Mobile: Cultura em Movimento’ é pioneiro em Portugal e tem como objetivo promover e disponibilizar o acesso universal à arte, nas suas diferentes formas de expressão, e divulgar novos artistas“. O desafio da decoração dos camiões foi lançado aos alunos da Escola Superior de Artes e Design – ESAD (Matosinhos) e o resultado já circula pelas ruas do concelho.
Foram oito os camiões decorados e apresentados, em abril, na Praça do Município da Maia. Para melhor responder ao desafio da Maiambiente – ‘C-Mobile: Cultura em Movimento’ – a ESAD criou o “Atelier Maia – Cidade Sustentável”, com “o objetivo de criar propostas de animação gráfica para oito camiões de recolha de lixo. Oito alunos com a coordenação de um professor apresentaram projetos atrativos e com visões inovadoras e sustentáveis: uma nova vida para os resíduos, a importância do património natural, a experiência dos mais velhos para um estilo de vida saudável, a história de Tom Sawyer, o verde da floresta, a bicicleta como meio de transporte sustentável e a regra dos 3 Rs“. Um a uma, eis cada camião que pode ver a circular no concelho da Maia:
‘Cidade Sawyer’ por Pedro Fonseca: À imagem do personagem de Mark Twain, a Maia é uma cidade traquinas e divertida, uma cidade que convive com a natureza, uma cidade inteligente que interage com a comunidade e que a acolhe de uma forma dinâmica e sustentável. Um circo de vida.
‘Dias Verdes’ por Rafael Barbosa: Sempre que passa o camião de recolha C-Mobile, a Maia transforma-se numa floresta verde iluminada pelas cores quentes do sol, que passeiam pela cidade múltiplas partículas de energia e vida.
‘Passeio Verde’ por Afonso Borges: A ilustração promove a utilização da bicicleta como meio de transporte e a implementação de circuitos próprios na cidade da Maia. O Maiato passeia feliz pelos espaços verdes de uma cidade que se funde com a Natureza, que é limpa e sustentável. (Imagem de destaque).
‘Metamorfose’ por Rafael Gonçalves: Recolha, Reutilização e Sustentabilidade são vetores que definem o futuro da cidade e do urbanismo. Recolher e Reutilizar é tornar o desperdício na sua não existência, é fazer dos restos da sociedade os seus frutos e pilares. Sustentabilidade é evoluir, é tornar este centro urbano num lugar mais verde.
‘Avó Maia’ por Lourenço Providência: A personagem presente na ilustração, sublinha os efeitos da sensibilização dos mais velhos para o desenvolvimento sustentável, ao amor pela natureza, com reflexos numa vida mais feliz, mais saudável e dinâmica.
‘A ave e as plantas’ por Diogo Matos: A ilustração representa dois dos elementos mais importantes na estratégia de inovação sustentável da Cidade da Maia, a espécie animal e a natureza. Apela à importância do património natural que nos é oferecido de uma forma espontânea.
‘Sacos Vivos’ por Chei Krew: As duas ilustrações representam a animação entre os resíduos no momento da recolha e após o tratamento. De um modo metafórico descrevem os efeitos positivos de todo o processo de transformação. As ilustrações refletem o estado festivo destes dois momentos, por ser atribuído aos resíduos uma nova função, a de contribuir para o desenvolvimento sustentável da cidade e da comunidade.
Se andar pela Maia já sabe, pode cruzar-se com arte em movimento, num veículo tão indispensável à sustentabilidade das nossas cidades. Boas iniciativas, bons projectos. •