À conversa com “A História do Rock”

Dezembro começou da melhor forma, com o lançamento de um livro. Um livro que nos deixou rendidos ou não primasse ele por um trabalho exímio na ilustração, por uma escrita irrepreensível e por uma temática que nos arrebata de primeira, a música (e logo no estilo Rock, em todas as suas variantes). Falamos desse livro que já anda, certamente, na mão de catraios e a ser roubado dos catraios pelos respectivos pais, garantidamente. Eis “A História do Rock – Para Pais Fanáticos e Filhos com Punkada”.

Sonhada, esgalhada, traçada e editada a pensar nos mais pequenos, esta “História do Rock – Para Pais Fanáticos e Filhos com Punkada” levou-nos a um dedilhar de perguntas e respostas com a sua autora, Rita Nabais – sócia da Editora Escafandro junto com Nuno Valente; Editora que inevitavelmente acabámos por esmiuçar um pouco. Rita deu-nos o que faltava, um livro que nos ajuda a conquistar o mais pequenos para toda a construção de um mundo sonoro que arranca numa ida década de 1950 e que ainda hoje se transforma, se recria, se ouve e (re)ouve. Sem mais demoras, o dedilhar em terras de Alcobaça.

Edições Escanfandro. A escolha do nome é para mergulharmos seguros no mundo das histórias?
Sim, é. A ideia do nome Escafandro – o capacete que nos permite respirar num ambiente onde de outra forma não seria possível – nasce da vontade de termos edições que façam, também, esse papel. A missão é permitir respirar cultura em todo o lado, até em ambientes onde há dificuldade em consegui-lo.
O ar que entra é puro universo da arte de fazer sonhar?
Sem dúvida. É para nos fazer sonhar.

Agarrando em Patti Smith: “Sonhei em ter um livro meu, em escrever um que pudesse colocar numa estante”. Vós, Edições Escanfandro, nascem também de um desejo assim?
Connosco até foi mais ao contrário. Surgiu primeiro o livro – “A Ordem do Poço do Inferno” – e só depois a editora. Mas sim, posso também dizer que é.
Vou contar-te, muito sucintamente, o que aconteceu. O Nuno – que tem imenso jeito para escrever – certo dia acordou, olhou para o Mosteiro de Alcobaça e viu torres de petróleo (na época daquela prospecção); aí começou uma história – situada numa altura após a fundação da nossa nacionalidade – que levou a uma Ordem Secreta e que, de facto, aqui havia sido encontrado petróleo num poço, poço que depois fora escondido por baixo das fundações do Mosteiro.
Tudo começa com esta história e como o Nuno não queria uma edição de autor, para não publicar um livro com um ar amador, lançou-me o repto “E se criássemos uma Editora?” E foi assim que tudo começou: primeiro o livro, depois a Editora. Um livro que se tornou numa trilogia (que podem descobrir no nosso site) e que levou a que editássemos outros livros, como por exemplo, uma Antologia Poética de Alcobaça; nunca havia sido feita uma antologia com poetas de Alcobaça, dos menos conhecidos aos mais consagrados. E há mais livros, já editados.

Além desses outros livros que já têm editados, li que estão empenhados numa bem-vinda missiva de criar uma “enciclopédia” para miúdos que faz a delícia de graúdos. Chamemos Vol.1 ao “Bestiário Tradicional Português” e Vol.2 “A História do Rock – Para Pais Fanáticos e Filhos com Punkada”.

Como nasceu o “Bestiário Tradicional Português”?
O Nuno, que tem olho para estas ideias, sempre viveu um pouco revoltado com a ideia de celebrar o Halloween com vampiros e trolls, e não, por exemplo, com o Pão por Deus, o Bolo Santoro, as tradições portuguesas. Irritava-se com isso e questionava-se se não haveria criaturas nossas ou onde andariam elas; “só há mesmo o Bicho Papão e o Homem do Saco?
Decidiu, então, fazer uma pesquisa por todo o país em busca de criaturas assustadoras que pudessem “existir”; falou com gentes da geração dos nossos avós – que são quem sabe -, e pesquisou também em livros de recolha de lendas e contos – onde sobre criaturas pouco encontrou. À pesquisa do Nuno juntou-se a ilustração da Natacha Costa Pereira que tão bem complementa o texto retratando as “assustadoras” criaturas. Foi e é um sucesso.
Atestamos, é um livro bestial!

Focando-nos no Vol.2, que nos traz até esta conversa, com fato de mergulho vestido, fazemos uma caça submarina até à profundidade de 1950 e daí para cá são caçados 150 nomes, para destaque. Tudo em 96 páginas respiradas. Antes de algo mais, tudo nos parece assente em dados e factos e não em lendas e mitos. Como construíram as fundações deste livro, como nasceu?
Tudo o que havia sobre Rock para crianças nós mandámos vir – desde o Brasil à Argentina, aos E.U.A., passando por França – uma volta ao mundo. Do Brasil, recordo-me bem, era “Rock para Pequenos”; um livro fofinho em que tinhas, e.g., só um boneco, imaginemos do Freddy Mercury, naquele estilo de ilustração infantil digital dos bonecos cabeçudos, ou do Johnny Rotten onde encontravas escrito algo como “O Johnny era conhecido por Johnny Rotten porque tinha os dentes muito podres, você deve lavar sempre os dentes depois do jantar…”; era este o molde do livro. Não ensinava nada. Não trazia nada de novo e recorria a um tom moralista, do qual me quis distanciar. Certo é que o livro vendeu como rebuçados; tem três edições, é giro, mas tu depois queres mais.
Tinha este livro, “História do Rock”, há muito na minha cabeça. Gosto muito de história e de tudo o que envolva a disciplina em todas as duas vertentes: história da arte, do rock, do cinema, de tudo. E sim, claro, tudo começa na década de 1950, o primeiro disco que apresentamos é editado em 1953. É aí que tudo se começa a criar.

Antes de entrarmos livro adentro, para criar um livro assim temos de ser melómanos ou apaixonados pela música?
Tem de haver paixão, claro que tem. Até é mais que paixão. É mesmo fanatismo. (Risos). Cresci com muitos discos em casa e tenho no meu irmão a minha grande influência. Mais velho, comprava muitos discos, tudo muito Bowie, Lou Reed, muito nessa onda; também ouvíamos, e.g., Metal, embora menos. Eu segui-lhe o bicho da música. Ele continua um bom ouvinte, mas acalmou; (é a única pessoa que me continua a oferecer CD’s). Há um outro amigo que também me influenciou e depois, depois há o Bar Ben. Um espaço subterrâneo, com janelas para o rio que trazia cá tudo o que havia para trazer. Era um daqueles espaços alternativos, pequenino, que conseguia trazer cá todas as bandas nacionais que estavam a começar – desde uns Primitive Reason, passando por uns Ex-Votos até uns Tédio Boys – e igualmente nomes internacionais marados. O dono era um melómano que tanto passava a banda sonora do Twin Peaks como, de fio a pavio, o primeiro dos Pearl Jam, quando ainda nem bem se sabia o que era o Grunge. Vivi muito este Bar Ben onde houve, também, o Concurso de Música Moderna do qual cheguei a fazer parte do júri – durante quatro anos – e depois, numa altura em que o Dj ainda não tinha o “status” de estrela, passei muita música.

Podemos ver este Vol. 2 como uma espécie de “salvar” da pequenada ensinando-os e abrindo-lhes horizontes para todo um universo que, se calhar, de outro modo teriam mais dificuldade em conhecer ou só mais tarde esmiuçariam?
Sem dúvida. Vou fazer-te um pequeno parêntesis introdutório, sem me permitires.
Claro, força.
Em pequena foi-me oferecido o livro chamado “História da Música em Banda Desenhada”. Adorava aquele livro e passava a vida a lê-lo; confesso que nem sabia bem ler quando o comecei a “ler”, via as imagens. O livro ia desde a Pré-História, os primeiros sons, até aos anos sessenta. Ora, estava eu nos anos oitenta, perguntei-me: “Então não há mais nada sem ser os Beatles?” Sei que estamos a falar de há décadas, mas isto ficou, a questão do “mas há mais! Eu já conheço mais do que isto”. Era um livro que pouco dava a conhecer. E o bicho ficou e tinha de fazer um livro.
Não pretendo evangelizar com “A História do Rock”, mas sim que haja uma escolha. O livro pode ser visto como uma ponte entre gerações, entre a cultura que foi a dos pais e a que é agora a dos filhos. Mais do que salvar, quero que haja uma escolha e que eles não estejam limitados apenas ao que passa hoje nas rádios. Eles podem e devem ouvir de tudo, conhecer, descobrir. O importante é saberem escolher com sentido. Há pais que ainda continuam a ouvir boa música e esta pode ser uma boa forma para fazerem chegar essa boa música aos miúdos.

O livro a ler não é aquele que pensa por ti mas aquele que te faz pensar”, Harper Lee. Ao criarem este guia sagrado para as crianças, é este um livro para, também, as fazer pensar na música Rock?
Sim. Sim, mesmo. Houve situações que foram até mais longe do que isso. Muitos músicos vieram de uma pobreza extrema e o que quis foi mostrar aos miúdos que a música, além de poder ser uma salvação – e o Rock em especial pode ser um factor de transformação – está tudo nas nossas mãos. É tão simples como conseguir colocar as mãos num instrumento e começar a tocar; algo que aconteceu com dezenas de músicos que estão no livro.
Não é só fazê-los pensar, mas simultaneamente fazê-los acreditar que a música não é só destrutiva, não é só Sex Drugs and Rock’n’Roll; há um factor de transformação da sociedade e nossa interior. E, no final das contas, o que me importa, neste momento, é que eles se divirtam a ler o livro. A brincar também se aprender. Com o brincar e o rir.
Quero roubar risos e, por tal, escolhi propositadamente as curiosidades e as excentricidades mais divertidas. E.g., na Janis Joplin foi um problema porque ela levou uma vida guiada pelo lema Sex Drugs and Rock’n’Roll; era altamente promíscua, sem a estar aqui a condenar minimamente; estava constantemente bêbeda e drogada, foi mesmo muito difícil arranjar algo na vida dela até que descobri que ela tinha sido karateca: “Sabias que a Janis Joplin era uma dedicada karateca e chegou a ser cinturão negro?” Tudo isto é verdade. Podem pensar que estas curiosidades são inventadas, mas não. São pura verdade. E o Bowie que viveu num Mosteiro Budista?! Tenho tanta pena de não ter posto mais destes detalhes. Mais tarde, os miúdos terão tempo para assuntos mais sérios dos músicos aqui falados.

Agarrando na palavra “detalhes”, vamos entender, ainda mais ao pormenor, como se cria esta história que nos contam.

Porquê sintetizar tudo na palavra Rock?
O Rock é muitas e tantas coisas. É uma palavra pequenina que abrange uma multiplicidade de sons. Aqui, neste livro, o que se faz é uma viagem a todos os caminhos possíveis do Rock. O Hard Rock é Rock, o Indie Rock é Rock, vamos a todos os derivados do Rock. Às vezes, como na Soul, sai ligeiramente do caminho do Rock, mas mesmo um Ray Charles – que é um pai da Soul – fez Rock. Até a Madonna fez Rock. Ou ainda nos Blues, que se calhar também vão dizer “mas estes tipos não tocam rock”; todavia, eles foram fundadores que inspiraram o Rock.

Como foi feita a set list e como foram criados os destaques e os panos de fundo? (Se existir esta distinção).
Creio que estive uns três anos a fazer o proto-índice, (risos). A primeira coisa que fiz foi um índice meu, com os que eram mais importantes e que mais marcaram na história da música, no estilo Rock, gostando eu ou não.
Posteriormente, fui investigar dos livros da especialidade até às listas de uma Pitchfork ou de uma Rolling Stone, e confrontei com a minha lista. Mais tarde, pedi a músicos, amigos e a melómanos para me fazerem as suas listas. Voltei a cruzar com a minha lista. Facto interessante: ver que há nomes que aparecem sempre. Há nomes que são mesmo incontornáveis, que não podiam faltar no livro. E.g., nos “Duros como Pedra” (Hard Rock) tinham de estar os Led Zeppelin, os Deep Purple e os AC/DC, faltam alguns, mas segundo tudo o que sei, tudo o que li, tudo o que me mandaram, estes três eram obrigatórios.
Depois, arranjei um truque. Criei uma pequena categoria dentro da categoria mãe: “Outros Músicos, Experimenta Ouvir”. Nesta sub-categoria consigo colocar outras bandas para as quais não tive espaço.
Se formos a contar, tens aqui 150 bandas ilustradas e ao todo, no livro, estão mencionadas quase 600 bandas. Talvez por isso não tenha ficado tão frustrada por não colocar tudo. Mas não penses que não fiquei preocupada por colocar uns em destaque em vez de outros. Ah! Se fiquei… ainda estou.

Houve a preocupação para enquadrar no estilo, na época, cada músico/ banda?
Sim. Embora o tenha feito de uma forma mais alternativa, com humor. Afinal, há que conquistar um público difícil, os miúdos.
O livro está dividido por estilos/ categorias e cada uma tem, em cima, uma pequena definição/ explicação sobre o estilo que é apresentado. São explicados os movimentos, as correntes artístico-musicais dos artistas apresentados em cada categoria, naquela página. Tinha de evitar ao máximo as repetições; os miúdos, em boa verdade, não estão tão interessados em que estilo é exactamente aquele, mas mais nos músicos em si; nós, adultos fanáticos, é que somos os cromos que queremos tudo e ainda mais.
Depois, repara, que também houve a preocupação de criar nomes mais generalistas, com piada, para cada categoria. O Heavy Metal é “Indicadores e Mindinhos no Ar!”, o Hard Rock é “Duros como Pedra”, o Grunge é “Camisas de Flanela” e por aí fora.
Assim, com títulos mais generalistas e com uma breve explicação, acabo por falar nas tendências, nos estilos, nos géneros, tudo sempre de forma leve para o público alvo, mas que está sempre a piscar o olho aos pais…
E não esquecendo que, no final, do livro vem um dicionário de géneros musicais e um glossário de profissões, prémios e outra terminologia da música.
Exacto.

Gradualmente, as drogas foram desaparecendo. As ‘explosões’ diminuíram e ficaram cada vez mais espaçadas. A grande mudança veio quando meu corpo se começou a lembrar de todas as vezes que se sentia mal. Consequentemente, tornei-me bem mais forte. Não quero, sinceramente, rastejar para debaixo de uma mesa a tremer e ver pequenos ratos a correr debaixo dos meus olhos durante catorze horas. Não quero minha confiança em risco para os próximos vinte e dois concertos.” Iggy Pop. Houve o duplo cuidado de deixar de fora o lado negro, mas de fazer ver o grau de irreverência de cada um?
Falo de lados negros, mas não exaltei e, por vezes, omiti. Em muitos casos não foi possível contornar, nem quis fazer por isso. E.g., com o Shane MacGowan dos The Pogues, digo que foi despedido da banda por excessos alcoólicos; com o Jim Morrison dos The Doors, refiro que se portava mal e era expulso dos seus próprios concertos por abusar de mau comportamento. Tentei nem glorificar, nem moralizar. Não me cabia a mim, aqui, explicar tudo sobre efeitos e consequências do álcool e das drogas, isso cabe aos pais explicar, um dia.
No livro, o objectivo é enaltecer a música. Claro que, como já disse, houve partes impossíveis de contornar. Estou a lembrar-me de quando falo do Ian Curtis onde há uma noção de morte contornada com a frase “com o fim da banda”; isto para não estar a falar sempre em morte pois muitos neste livro morreram e morreram tragicamente. Podes ver, também, o exemplo do clube dos 27; na categoria do Psicadélico escrevi “Jim, Jimmy e Janis não partilhavam apenas a primeira letra do nome: os três viveram apenas 27 anos” – isto para evitar dizer que morreram aos 27 anos. Todavia, nem sempre contornámos.
Até na ilustração houve cuidados e houve momentos que não deu para contornar, basta ver, e.g., os Depeche Mode com o Martin Gore, ele tinha de vir assim, naquele estilo dele.

Todos nós temos alguém que, nestes mundos sonoros, nos são mais próximos. Do livro, qual é(são) aquele(s) que mais vezes está em loop no teu sistema de som?
O Bowie foi sem dúvida o músico que mais influenciou na vida, há músicas dele que não consigo ouvir sem chorar. Porém, raramente o ouço em loop.
Hoje, vou ouvindo muita música pela internet, mas o momento em mais ouço em loop é quando vou correr, o que não quer nada dizer que sejam os meus favoritos. Há três que tenho sempre no meu MP3 para ir correr, (risos), “Music for the Jilted Generation“ dos The Prodigy; o álbum homónimo dos Rage Against the Machine; e o “Chaos A.D.” dos Sepultura. Eu disse que não tinha nada a ver com que já falámos nesta conversa (risos). Depois, os que gosto mesmo, talvez sejam os que vou buscar o CD à estante e leve para o carro, para ouvir.

De todos, qual teria uma música que pudesse ser um hino da meninice?
Para os miúdos?
Sim.
Iria para os Rolling Stones e escolheria uma das mais conhecidas – “Start me Up” – porque, inevitavelmente, dançam os miúdos e os adultos. Os mais alternativos não dançarão, mas o público alvo sim. Os únicos que aqui são verdadeiramente universais são os Beatles e os Rolling Stones. Teria de recair num deles.

E, de todos, qual te fazia tremer se te aparecesse numa apresentação do livro?
Bom, o Bowie já não podia ser… Damon Albarn, sou sensível à beleza e ele tem imensa pinta. Ou o Mike Patton nos anos 1990. Porém, quem me punha mesmo a tremer… tem de ser o Damon. Sei que é uma desilusão, mas ele vai ser mais importante do que as pessoas pensam. Ele detesta ser conotado com o Brit Pop e continuo a achar que o “Song 2”, dos Blur, é o “Smells Like Teen Spirit” de Inglaterra. Aquela força que se sente, se ele tocasse sozinho ou com os Blur, ficava a tremer.

Depois desta “aula” de Rock, há vontades de rumar a outros mundos sonoros como Clássica ou Portuguesa?…
Na Clássica nem me atreveria a entrar. Não falo do que não sei, não posso. Quanto a bandas portuguesas, acho que será justo fazer um das Bandas Rock Portuguesas. Neste livro, não era justo colocar aqui uma categoria de bandas portuguesas onde teria de me limitar a umas três. Nesta História do Rock estão bandas que causaram impacto mundial, na sociedade, não seria justo para as nossas.

Quase a chegar ao fim, Joana Raimundo. Trabalho exemplar. Noto um cuidado em que o desenho seja apelativo (cor e traço) para a pequenada. Contudo, há também um traço, talvez caricatural, que apela ao adulto. Houve esta preocupação de também no desenho agarrar duas gerações?
É isso mesmo! Se reparares, até há pequenos trocadilhos “escondidos” na ilustração. E.g., não sei se sabes que desconfiam que o Banksy seja um dos Massive Attack…
Sério?
Sim e é, praticamente, mais que garantido ser o Robert del Naja. Na ilustração, se a vires, vais perceber o trocadilho. Ele é artista de grafitti e a genial Joana fez um grafitti para os Massive. Ela desenvolveu um trabalho maravilhoso… Mais um exemplo, soubemos há pouco tempo que o Marilyn Manson usava uma só lente de contacto para ficar com um olho de cada cor, como homenagem ao Bowie. É um mundo de curiosidades e excentridades que, até na ilustração, tentámos transmitir.

A partir de que idade e até que idade imaginas o livro a ser devorado?
Penso que a partir dos oito – leitura independente sem precisar de ajuda dos adultos – e até, talvez, aos 85 anos. Ou 90. Acima de tudo, espero que seja um encontro de gerações, um encontro e descoberta da música Rock, por todos.

O livro, garantimos, é absolutamente imprescindível para quem é um verdadeiro apaixonado por música e quiser transmitir aos mais pequenos essa paixão, é viciante o ler e reler. Seja miúdo ou graúdo, seja fanático ou com punkada, “A História do Rock” pela Edições Escafandro (de Alcobaça) é livro de leitura obrigatória e é peremptório estar na Árvore de Natal da pequenada (graúdos, podem usar os mais pequenos como desculpa para comprar o livro para vós).

A ter. A ler, em família. •

+ Edições Escafandro
+ A História do Rock
© Fotografia: Henrique Toscano.

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