Silvia Pérez Cruz, Ana Tijoux, Silvana Estrada, Maria José Llergo e La Bruja de Texcoco, são os nomes das mulheres que compõe a 1.ª Edição do Festival MUSA, que irá decorrer no próximo mês de abril.
Não é novidade, para ninguém, que a música latina tem invadido as playlists e que as milhões de reproduções em todas as plataformas digitais não param de crescer, destronando a hegemonia da tão ouvida música anglo-saxónica.

© Silvana Estrada, DR
As artistas têm tomado o leme deste crescimento e o Theatro Circo será o palco para a primeira edição do MUSA – Festival no Feminino, que abraçará a estreia em solo nacional dos trabalhos de Silvana Estrada (México) e de Maria José Llergo (Espanha). Silvia Pérez Cruz estreará em terras lusas o seu Proyecto Drama, espetáculo a solo, e a rapper chilena Ana Tijoux vem apresentar, após seis anos de hiato, um novo trabalho de originais. La Bruja de Texoco, vinda também do México, marcará presença pela segunda vez no nosso país para agora mostrar “De Brujas Peteneras Y Chachalacas”.
Sem mais demoras, a agenda deste festival obrigatório na sua agenda musical:
16/04, 21h30 – Maria José Llergo + Silvana Estrada
O primeiro dia, estará entregue a duas das vozes mais empolgantes do mundo latino-hispânico, a mexicana Silvana Estrada e a andaluz Maria José Llergo, ambas em estreia no nosso país.
A abrir a noite estará Maria Jose Llergo, que com apenas 26 anos, é já apelidada de uma das vozes mais promissoras do novo flamenco. Originária de Córdoba, a artista andaluz vai apresentar o EP Sanación. Aos 25 anos, graduou-se na Escola de Música da Catalunha sob a supervisão do mentor de Rosalia, José Miguel “Chiqui” Vizcaya. Chega a Braga para “cantar com o seu terceiro olho” como disse na recente entrevista à Rolling Stone.

© Maria Jose Llergo, DR
Para encerrar a primeira noite, Silvana Estrada, que desde o lançamento de seu álbum Lo Sagrado, em 2017, a cantora e compositora de Veracruz, emergiu como uma das joias ascendentes da música latino-americana. Com colaborações com artistas renomados como Natalia Lafourcade, Mon Laferte, Caloncho e Charlie Hunter, a compositora continua a aumentar a sua base de fãs por todo o mundo. Atualmente, Silvana tem mais de 20 milhões de visualizações no YouTube e mais de 375 mil ouvintes mensais no Spotify.
17/04, 21h30 – Silvia Pérez Cruz
Proyecto Drama é o novo projeto da cantora catalã Silvia Pérez Cruz, cujo ponto de partida é diálogo que a cantora e compositora estabeleceu nos últimos anos com outras disciplinas artísticas, tais como a poesia, a dança, o cinema e o teatro. Neste novo concerto apresenta-se a sozinha no palco para construir múltiplas sonoridades a partir das suas guitarras. Classicismo e modernidade na voz e as canções de uma artista poderosa, única e que não deixa lugar a dúvidas. Uma voz que certamente já conhece bem, mas que nunca é demais ouvir e reouvir, de novo.
18/04, 21h30 – La Bruja de Texcoco + Ana Tijoux
No terceiro e último dia do Festival Musa, é tempo de se ouvir outra artista mexicana, a La Bruja de Texcoco, mulher nascida de rituais e da noite, vai apresentar “De Brujas Peteneras y Chachalacas”, o seu primeiro trabalho de originais, celebrado por artistas como Lila Downs. A harpa encantará o Theatro Circo, numa noite que promete ser, também, inesquecível.

© Silvia Pérez Cruz, DR
No último espetáculo do festival, Ana Tijoux, iniciada no hip-hop, transformou-se na figura chilena de maior relevância internacional da sua geração. Com cinco discos gravados desde 2007, incluindo canções como ‘A Veces’, ‘1977’, ‘La Bala’, ‘Shock’, ‘Sacar La Voz’, ‘Mi Verdad’ ou ‘Somos Sur’, uma agenda de tours e festivais por mais de quinze países das Américas e Europa desde 2009, colaborações com figuras globais como a mexicana Julieta Venegas, o uruguaio Jorge Drexler ou a palestiniana Shadia Mansour um Grammy Latino conquistado em 2014 e outras seis nomeações aos prémios Grammy e Grammy Latino são alguns dos destaques de uma carreira onde a consciência política está sempre presente no discurso e na ação. Regressa em 2020 para novo disco de originais. O mundo que se prepare.
Ficar em casa é, de todo, impossível se estiver por Braga neste dias de abril.
A ir, a não perder, a música latina no feminino. •
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