WOOL 2023

O WOOL 2023 volta a colocar a cidade da Covilhã no centro do que melhor se faz na Europa no que à arte urbana diz respeito. Sempre incontornável e obrigatório, eis o que pode esperar desta edição do WOOL.

Após ter percorrido os quatros cantos do mundo — da Índia ao Brasil, passando pelos EUA, Espanha, Reino Unido, entre tantas outras localizações — Helen Bur irá apresentar pela Covilhã o seu trabalho que varia entre o óleo sobre a tela e a tinta sobre a parede. Será nesta última vertente que a britânica se vai inscrever pelo WOOL, com um mural que deverá corresponder à sua poeticidade habitual, utilizando a capacidade da pintura em criar narrativas sociais contemporâneas. 

Mariana Duarte Santos faz da pintura e da gravura, em jeito figurativo, a sua arte, muitas vezes influenciada por outras áreas artísticas como o cinema e a literatura. Estudou na (aclamada) Escola Secundária Artística António Arroio e no Ar.CO e desde que fez o seu primeiro mural em 2019 não mais parou. Influenciada pelo conceito de memória, a artista portuguesa soma já mais de 40 murais em sítios tão distintos como a Irlanda, Luxemburgo, Portugal ou Espanha.

© Helen Bur

Outro dos artistas que a 10.ª edição do WOOL vai receber é o pintor, muralista, ilustrador e printmaker grego Taxis, cujo trabalho assume, na sua maioria, uma dimensão figurativa. Sempre em torno do ser humano e das suas inquietações, hábitos e lutas internas, Taxis procura re-trabalhar velhos pensamentos com um novo olhar.

Um outro mural que o WOOL 2023 verá nascer será da autoria de um/uma artista escolhido/a através de uma open call destinada a artistas com idade superior a 18 anos — nacionais ou internacionais — e residentes em Portugal, que tinham de integrar a identidade do território da Covilhã como temática central da sua proposta. O resultado desta convocatória será conhecido em breve.

Mas há muito para além dos murais no que à décima edição do WOOL diz respeito. O WOOL Vai à Escola é uma acção participativa com orientação de Pitanga (artista portuguesa de nome próprio Joana Rodrigues) — que já começou a ser desenvolvido — e que vai à Escola Básica de São Silvestre criar um mural que parte de uma reflexão das crianças sobre o ODS — Objectivo de Desenvolvimento Sustentável n.º 11, que se foca na construção de cidades e comunidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.

Mariana Duarte Santos dará também um workshop de linogravura — uma técnica de impressão que se serve do linóleo e da sua escavação, para criar uma impressão em papel idêntica à técnica de um carimbo. Vai decorrer no dia 17 de Junho, sábado, das 15h às 18h, na Biblioteca Municipal da Covilhã. A entrada é limitada a 15 pessoas (dos 15 aos 80 anos) e as inscrições gratuitas podem ser feitas através do endereço: info@woolfest.org. 

Dia 15 de junho, quinta-feira, às 21h15 na Banda da Covilhã, vai ser apresentado o filme Banksy — Procura-se!. Realizado em 2020 por Aurélia Rouviere e Seamus Haley, este é um documentário que procura responder a uma questão inúmeras vezes levantada no seio da comunidade artística contemporânea nos últimos anos: quem é Banksy?

© Mariana Duarte Santos

As novidades não ficam por aqui. É que em 2023, o WOOL ganha uma app. O lançamento da mesma será feito no dia 12 de junho, segunda-feira, às 21h15 n’A Tentadora. A WOOL | wall by wall é uma aplicação desenvolvida em parceria com Edgar Ladeira, aluno de Informática da Universidade da Beira Interior, e propõe um roteiro pelas diversas obras espalhadas pela cidade através de uma dimensão de gamificação. Por isso, de 12 a 18 de junho, pode descarregar a aplicação e partir em busca de todas as peças criadas pelo WOOL ao longo das suas dez edições. E tudo isto vai dar prémios para os melhores utilizadores. O WOOL a par dos tempos.

E como não podia deixar de ser: a música. A tradição ainda é o que era e o WOOL volta a ocupar o Miradouro das Portas do Sol, sábado, dia 17, às 18h30, com um fim-de-tarde que além de música terá street food, um DJ set e um mercado urbano. No que à música mais concretamente diz respeito, a organização do WOOL desafiou a CISMA — Associação Cultural, da Covilhã, para consigo pensar este momento do festival. O resultado desta parceria será a apresentação do projecto Entre Portas, uma banda criada por jovens músicos do concelho da Covilhã e do Fundão que gravitam em torno da música portuguesa, da música popular brasileira e do jazz. 

Além de tudo isto, como já vem sendo habitual, há visitas guiadas, a pé e de tuk tuk e uma conversa com os artistas (14 de junho, quarta-feira, 21h15, Banda da Covilhã). Já só falta um mês, que venha de lá mais uma edição do WOOL.

De 10 a 18 de junho, o WOOL volta a invadir as ruas da Covilhã. O mais antigo festival de arte urbana do país assinala a sua décima edição depois de em 2021 ter comemorado dez anos de existência e de em 2022 ter lançado um livro com a história desse período. 2023 é, por isso, um ano de continuidade e aprofundamento da relação intrínseca do WOOL com a cidade, com o seu património natural, material e imaterial e as suas gentes. 
Dias a não perder, se andar por terras da Covilhã, em junho. •

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