A Sala do Veado, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa está, desde ontem, dia 4 de novembro, de portas abertas a quem visitar a mostra do pintor português.
“Nimbostratus” / óleo sobre tela (210×150 cm)
“O potencial da mente humana é infinito e apenas restringido pelos limites exigentes da realidade. Mas quando lhe é dada liberdade, a mente assume um papel de liderança, sobrepondo-se às barreiras e fronteiras que lhe são conhecidas, revelando universos compreensíveis apenas para ela própria.” A explicação é dada por Pedro Batista, 35 anos, pintor, que intitulou a sua exposição de “Chasing Clouds” de forma aleatória. “Queria um nome sugestivo, mais do que uma ilustração, qualquer coisa que sugerisse sonho, o universo onírico e a realidade, a estranheza, porque quando começas a pensar na vida e na morte começas a estranhar a própria vida, e a minha exposição fala sobre essa dialética”, afirma o artista plástico, autor de um trabalho em que a pintura “dá espaço, dá liberdade, porque uma imagem que nos dá tudo, fecha-nos, dá-nos apenas uma visão”.
“Contrails” / óleo sobre tela (210×150 cm)
Para cada quadro Pedro Batista criou uma personagem central em redor da qual tudo acontece. Com efeito, “a figura continua a fazer parte dos meus quadros como veículo para comunicar o emocional” num “cenário sugestivo que dá a sensação de que a personagem ora está no interior, ora está no exterior” como se estivéssemos a entrar na sua mente, na mente humana constantemente repartida entre a dicotomia ‘sonho’ e ‘realidade’, convergindo, depois, na utopia, nos delírios, onde o impossível é o padrão a seguir. “Depois procurei a cor que representasse uma possível cor nos sonhos – quando sonhamos não temos grande consciência da cor, porque é tudo muito emocional”, sublinha. “Por isso, criei estas cores que são diferentes, que podem causar estranheza” e ditam a profundidade em cada quadro.
Com entrada gratuita, a exposição “Chasing Clouds”, de caráter temporário, pode ser visitada até 30 de novembro, de terça a sexta, das 10 às 17 horas, e aos sábados e domingos, das 11 às 18 horas. Às segundas e feriados o museu encerra.
“Stratus” / óleo sobre tela (165×120 cm)
Sobre Pedro Batista, que nasceu em 1980, o interesse pela pintura surgiu no meio da cultura e atmosfera urbanas dos anos 1990’, uma época em que fazia skate – “fiz skate dos nove aos 17 anos” – e que tinha um amigo mais velho cujos desenhos o impulsionaram para o mundo das artes. “Depois foi a vez do surf até aos vinte e tais”. Obteve o curso de Design de Comunicação, em Lisboa, seguindo-se um programa de residência de verão na Escola de Artes Visuais de Nova Iorque, onde permaneceu cerca de um ano, onde explorou, desenvolveu e aperfeiçoou técnicas. Em 2010, mudou-se para Berlim por seis meses, período durante o qual consolidou a sua paixão pela pintura. Desde então, Pedro Batista já participou em exposições coletivas – na Escola de Artes Visuais de Nova Iorque, EUA (2009); no Walk&Talk, nos Açores (2011); na Galeria Bloco 103, em Lisboa (2013); na Art Copenhagem, em Copenhaga, na Dinamarca, na Miguel Justino Contemporary Art, em Lisboa (na qual faz parte do núcleo de artistas), na Plataforma Revólver, em Lisboa, e no Museu Nacional de História Natural e da Ciência (2014) – individuais na Galeria Praça das Flores (2009), na BozArt Gallery (2012), no Studio Boavista 73, em Lisboa (2014); na Galeria Joana Arez, na Cidadela Art District, em Cascais (2015). Atualmente, reside e trabalha na capital portuguesa onde, em 2013, desenha um mural sob o tema “O retrato de Almada Negreiros” a convite da Galeria de Arte Urbana da Câmara Municipal de Lisboa; e, muito em breve irá, durante seis semanas, participar numa residência de artistas pertencente à Fundación Campus de Gutiérrez, na Colômbia. •
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