Cartaz Bons Sons 2018

Escusado será alertar, cremos que já tem esses dias assinalados de um ano para o outro, que há quatro dias em Agosto, em que todos os caminhos vão dar a Cem Soldos, Tomar, para aquele que é um dos festivais mais viciantes da época quente.

De 09 a 12 de Agosto, o Bons Sons estará de volta. Quatro dias, oito palcos e mais de 45 atuações são a receita deste amor de verão que, todos os anos, leva a Cem Soldos milhares de apaixonados pela música e pela aldeia. Durante o festival, as ruas, as praças, os largos e as esquinas ganham uma nova vida, a música conquista o território, e o amor de verão acontece. Se nunca foi, não sabe o que anda a perder. É único, atestamos.
O Bons Sons constitui uma plataforma e uma referência na divulgação da música portuguesa, assumindo, a par do objetivo cultural e do seu papel na formação de públicos, a importância da dimensão social e o objetivo de contribuir para a comunidade que acolhe e faz nascer o festival; tem como meta o desenvolvimento local, através da fixação dos mais jovens e da potenciação da economia regional, sendo apenas parte de um plano maior – o Aldeia Cultura – fundado na valorização e na capacitação da população, na criação de postos de trabalho, na promoção do espírito comunitário e na melhoria da qualidade de vida.

Aldeia Cultura é o programa (de louvar) de desenvolvimento local, liderado pela associação cultural SCOCS, cujo projeto- embaixador é este Bons Sons. Tem como principal objetivo a manutenção da qualidade de vida das pessoas da aldeia, baseada no trabalho e partilha comunitários e no uso da malha urbana de Cem Soldos. O programa baseia-se em seis eixos estratégicos: Educação, Envelhecimento, Cultura, Desporto, Turismo e Urbanismo. Todos estes eixos convergentes têm a mesma matriz de base – a aldeia e as relações entre as pessoas. (…). O Aldeia Cultura surge então como plano estratégico integrado que pretende fazer de Cem Soldos um elemento agregador da região: a cultura é realçada como elemento catalisador de visibilidade, interna e externa, promovendo a coesão territorial. Realçando o espírito comunitário local, envolvem-se os diferentes intervenientes e grupos – crianças, idosos, etc. – e cria-se a base para o desenvolvimento da aldeia, valorizando o papel da população local na determinação do seu futuro. O Aldeia Cultura deseja também constituir-se como um exemplo de boas práticas, inspirando outras aldeias a pensar e criar projetos diferenciadores e enraizados no seu próprio contexto, disseminando uma forma positiva de encarar a vivência do espaço rural. A “esperança” que caracteriza a forma de estar dos habitantes de Cem Soldos canalizou o seu empenho e despoletou a criação de soluções adequadas a esta comunidade e, crê-se, no benefício da proliferação deste testemunho para outros lugares. Pretende-se que sejam os projetos sociais e artísticos a colocar Cem Soldos na vanguarda do pensamento e da prática, porque Cem Soldos é uma aldeia que acredita e, por acreditar, faz!” É também isto que faz do Bons Sons um festival tão singular.

Em 2018, o cartaz do Bons Sons volta a surpreender pela diversidade com variados géneros musicais, artistas consagrados, músicos emergentes, muitas estreias, alguns regressos acarinhados e diversas atividades paralelas. Confirme o peso do cartaz desta edição com o que agora lhe vamos expor:

09/08
Palco Lopes-Graça – Salvador Sobral; Selma Uamusse.
Palco Zeca Afonso – The Lemon Lovers; Slow J.
Palco Giacometti – Lince; Jerónimo.
Palco Aguardela – Xinobi; DJ set.
Palco Amália – Tia Graça, Toda a gente devia ter uma; Fado Violado.
Palco MPAGDP – Palankalama; Vozes de Manhouce com Isabel Silvestre.
Auditório Agostinho da Silva – Sacro, de Sara Anjo.

10/08
Palco Lopes-Graça – Mazgani; Sara Tavares.
Palco Zeca Afonso – 10 000 Russos; Mirror People.
Palco Giacometti – S. Pedro; Tomara.
Palco Aguardela – António Bastos.
Palco Amália – Norberto Lobo; João Afonso.
Palco MPAGDP – Patrícia Costa; Meta.
Auditório Agostinho da Silva – Curtas em Flagrante.

11/08
Palco Lopes-Graça – Sean Riley & The Slowriders; Cais do Sodré Funk Connection.
Palco Zeca Afonso – Zeca Medeiros; Paus.
Palco Giacometti – O Gajo; quartoquarto.
Palco Aguardela – Conan Osiris; Colorau Som Sistema.
Palco Amália – Ela Vaz; Miguel Calhaz.
Palco MPAGDP – Homem em Catarse; Artesãos da Música.
Auditório Agostinho da Silva – UM [unimal], de Cristina Planas Leitão.

12/08
Palco Lopes-Graça – Dead Combo; Lena d’Água e Primeira Dama com a Banda Xita.
Palco Zeca Afonso – Peltzer; Linda Martini.
Palco Giacometti – Monday; Luís Severo.
Palco Aguardela – Festa Encerramento.
Palco Amália – Motion Trio; Moonshiners.
Palco MPAGDP – Orquestra de Foles; Douradas Espigas.
Auditório Agostinho da Silva – Filhos do Meio.

Recordamos ainda algumas novidades desta edição: o novo Palco Zeca Afonso, um anfiteatro natural num campo com algumas oliveiras, muito propício a concertos destinados à nova música portuguesa. Por outro lado, dois palcos, que muitos já conhecem como a palma da mão, regressam com novos nomes e prontos a criarem novas memórias: o palco Tarde ao Sol, no adro da Igreja de São Sebastião, presta, a partir de agora, homenagem a Amália Rodrigues (Palco Amália) com concertos, não só durante a tarde, mas também à noite, e o Auditório de Cem Soldos passa a chamar-se Auditório Agostinho da Silva, não só durante o festival, mas durante o ano inteiro, com programação ligada às artes performativas, cinema ou atividades para crianças.

No que toca à comodidade, o Bons Sons implementou um conjunto de novos serviços, a pensar no bem-estar de quem vem viver a descontração da aldeia. Os pagamentos cashless, por exemplo, vão permitir a utilização da pulseira do festival, equipada com um chip recarregável, como moeda de pagamento. Por sua vez, a área da restauração surge aumentada, com mais diversidade e espaços mais amplos. Também a zona do campismo foi reforçada e oferece alternativas ao campismo tradicional, com tendas já montadas no recinto disponíveis em vários tamanhos, conforme o número de pessoas. A pensar nas noites quentes de verão, o festival traz ainda uma nova área de estar que convida à descontração debaixo do céu estrelado. Um festival feito com alma com Luís Ferreira na batuta (releia a entrevista que lhe fizemos, em tempos, aqui).

Rume a Cem Soldos. Aproveite o verão vivido com o que de melhor se faz por cá, na música, num cenário ímpar. É imperdível viver o Bons Sons. •

Bons Sons
Bons Sons na Mutante
© Fotografia de destaque: Dead Combo por Daniel Costa Mendes.

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