Música em diálogo com arte do mundo / Guimarães

Aline Frazão abre ciclo que põe música em diálogo com a arte de todo o mundo. Falamos de “Terra”, no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), em Guimarães.

A cantora e compositora angolana Aline Frazão é a primeira convidada de um novo ciclo de concertos que quer pôr as músicas de todo o mundo em diálogo com as coleções do CIAJG, em Guimarães. O espetáculo inaugural de “Terra”, promovido pela Capivara Azul – Associação Cultural, está marcado para o próximo dia 20 de julho, pelas 21h30.


© Aline Frazão, DR

Aline Frazão é angolana e na sua música cabe não só o semba, mas também a morna de Cabo Verde e a bossa nova do Brasil, num cruzamento que dá a esta compositora um lugar particular. Estas influências são bem evidentes em “Dentro da Chuva”, o seu quarto álbum de originais, tido como uma das melhores edições que saíram em Portugal no ano passado. A cantora e compositora não estará sozinha neste concerto em Guimarães, marcado para a Black Box do CIAJG. Consigo toca também um trio composto por Johannes Krieger (trompete e flugelhorn), Mayó (baixo) e Ndu (percursão). Este concerto inaugura “Terra”, um ciclo de programação de músicas do mundo, pensado para dialogar com a coleção permanente do CIAJG. As peças de arte africana, chinesa antiga e pré-colombiana reunidas por José de Guimarães e expostas neste museu são a inspiração para a programação. A escolha de Aline Frazão deve-se precisamente ao facto de a artista ser de Angola e ter sido nesse país que José de Guimarães iniciou a sua carreira como artista plástico reconhecido internacionalmente.


© Otim Alpha, DR

O ciclo Terra prolongar-se-á até novembro e por lá vão passar Otim Alpha (no dia 28 de setembro), em estreia absoluta em Portugal, e Zulu Zulu (no dia 23 de novembro).

O projeto Otim Alpha pegou na música tradicional do Norte do Uganda, o Acholi, transformando-a num novo género, uma versão híper frenética e eletrónica, crismada como Acholitronix. Os Zulu Zulu são uma banda baseada em Palma de Maiorca, em Espanha e, apesar de criarem a partir da Europa, fazem-no com o olhar a apontar outras latitudes – do Mediterrâneo a África. Criaram um universo musical próprio e também uma iconografia que os distingue, que é quase teriantrópica. Têm concerto marcado para 23 de novembro e passarão a semana anterior em residência artística no Centro de Criação de Candoso, preparando novo material que será estreado em Guimarães.

A tomar nota. A ir. •

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© Fotografia de destaque: Zulu Zulu, DR.

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